domingo, 11 de dezembro de 2011

Inverno

E 11 dias para entrar no segundo 4º de século da minha vida.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Além fronteiras

Eu , de sapatos de salto alto na varanda no escritório que fica num quinto andar, com vista para as Amoreiras e para o Tejo; ela provavelmente descalça ou de chinelos na terra vermelha com cheiro e sabor a quente. Eu em Lisboa, ela em Moçambique, há quase nove meses.

E mesmo assim durante uns minutos, parecia que tinhamos estado juntas no sábado a jantar em qualquer lado.

Pelo menos até se acabar o dinheiro no telemóvel.

Surreal.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dinâmicas

Se me queres... conquista-me...

que eu vou adorar fazer o mesmo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Médicos e coisas

Vou ser operada daqui a cerca de 36horas.
E tu não vais estar lá, para me ajudar, e dizer que mesmo com o nariz tipo melancia fico bonita na mesma.
Não vai ser nada como eu imaginava.

E eu não gosto.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Saltimbanco Louco

Não me ensines os caminhos
Quero rasgá-los no meu peito
Quando aprendemos sozinhos
Parece que há mais direito

A ter inteira a tua alma
Roubar-ta quando não esperas
E abraçar-te no colo sem saberes
Como se faz a um amor que se perdera

Assim andarás comigo
Quando de ti não souberes
E não te ensino os caminhos
Para tomares os rumos que quiseres

Tenho a alma devastada
De um sentimento sem fundo
E sou como um saltimbanco louco
Que por quase, quase nada se entrega ao mundo

Mafalda Veiga - Saltimbanco Louco

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Pensamentos II

As pessoas têm tendência a, no auge da sua paixão, escrever ou dizer frases épicas, que acabam sempre com clichés tipo "para sempre", "até infinito", "até que a morte nos separe".
Depois a relação acaba e nós ficamos com essas palavrinhas a ressoar no nosso ouvido, ou a perseguir-nos no nosso telemóvel ou computador ou gaveta. Juras de amor para sempre, elogios grandiosos, patetices eternas. Faz parte da chama, bem sei, quem é que passou por uma relação sem nunca ter dito nenhuma destas coisas, ninguém! Mas o que fazer depois com isto, com estas mentiras que na altura eram verdades? Como digeri-las? Apagar, rasgar, para não as enfrentarmos mais e conseguirmos seguir em frente? Ou guardá-las num canto, nem que seja na nossa memória, para aceder a elas um dia mais tarde, mais à frente, e nos lembrarmos de que houve alguém que nos quis dessa maneira?
Sinceramente, não sei. Soa a um tempo distante, lá muito ao fundo, onde me lembro que o mundo tinha uma cor diferente. Lembro-me que gostava de lá estar, e que exactamente por isso me permitia a mim própria ouvir e dizer estas coisas. Porque fazia imenso sentido, porque só podia ter aquele rumo.
Disseram-me uma vez que não se devia fazer este tipo de planos, não se devia fazer pedidos de casamento lançados ao ar, nem juras de amor eterno só porque apetece no momento. Porque depois ficamos com elas nas mãos, quando tudo acaba. Acho que não concordo. Confesso que não sei o que fazer com as minhas, que disse e que ouvi, mas acho que só se pode ter uma relação desta maneira, dizendo estas coisas. Porque querer alguém assim, loucamente, é isso mesmo, não é?, é gritar ao mundo que se quer e se tem, é jurar eternamente que se está, é fazer o outro sentir que tudo vai ser assim, cor de rosa e brilhante. Se não for assim, passa-se ao lado da melhor coisa que uma relação tem: a loucura de se estar apaixonado.
Porque afinal, quem somos nós e o que é a vida sem um pouco de loucura? Não é ela que nos faz arriscar? Andar para a frente? Tentar? Se nos acomodarmos ao conforto da nossa existência, o que é que fica de nós? O que é que damos de nós aos outros? De que modo é que mostramos aos outros, ao nosso outro, o que sentimos? O que queremos? É gritando, é dançando no meio da rua, é fazendo figuras tristes, é criando surpresas inesperadas só porque sim, é basicamente sendo um pouco louco.
E se não pudermos ser loucos por vezes, nem quando estamos apaixonados, quando é que o vamos ser? E pior. Não será mesmo necessário ser louco, estar apaixonado, para se dizer que se viveu, mesmo?

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Custa

Hoje senti saudades tuas.
E é assim a vida.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Grandes verdades

Não que envolver-se, namore uma planta. É mais previsível. (Arnaldo Jabor)

sábado, 27 de agosto de 2011

Medos

E se se chegar à conclusão de que és o amor da minha vida e eu o amor da tua? E se for demasiado tarde, e tudo estiver quebrado e sem conserto? Se já não formos capazes de fechar os olhos e ver luz e unicórnios e conffettis, mas sim problemas e fantasmas por cima das nossas cabeças, dos tempos passados?
Aí o que é que fazemos?

Mete mais medo esse cenário do que o de seguir em frente sozinha ou com outra pessoa.. mete mete...


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Para bom entendedor...



Enquanto espero percorro os sinais do que fomos que ainda resiste, as marcas deixadas na alma e na pele do que foi feliz, e do que foi triste. Sabe bem voltar-te a ver, sabe bem quando estás a meu lado, quando o tempo me esvazia sabe bem o teu braço fechado. (Fim do dia)
Eu sei que ainda somos Imortais, se nos olhamos tão fundo de frente. Se o meu caminho for por onde vais a encher de luz os meus lugares ausentes. É que eu quero-te tanto, não saberia não te ter, eu quero-te tanto, é sempre mais do que eu te sei dizer, mil vezes mais do que eu te sei dizer. (Imortais)
Seremos cúmplices o resto da vida ou talvez só até adormecer.. Se eu fosse a tua pele, se tu fosses o meu caminho, se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho. (Cúmplices)
Abraça-me bem. (Abraça-me bem)
Em cada gesto perdido eu sou igual a ti, em cada ferida que sara escondida do mundo tu és igual a mim, fazes pinturas de guerra que eu não sei apagar, pintas o sol da cor da terra e o céu da cor do mar. (Tatuagens)
Mas hoje voam pássaros sem asas, na terra desabrocham cores de guerra e hoje as flores rolam pelo chão como se fossem pedras. (Pedras e flores)
Não quero levar o que dei, talvez nem sequer o que é meu, é que hoje parece bastar um pouco de céu. (Um pouco de Céu)
De quê, de viver o perigo?, de quê?, de rasgar o peito com o quê?, de morrer, mas de que paixão?. De quê?, se o que mata mais é não ver o que a noite esconde e não ter, nem sentir o vento ardente a soprar o coração. (Balançar)
Sei de cor cada lugar teu atado em mim, a cada lugar meu. Tento entender o rumo que a vida nos faz tomar, tento esconder a mágoa, guardar só o que é bom de guardar. Mesmo que a vida mude os nossos sentidos e o mundo nos leve p'ra longe de nós... eu vou guardar cada lugar teu atado em mim, a cada lugar lugar meu, e hoje apenas isso me faz acreditar que eu vou chegar contigo onde só chega quem não tem medo de naufragar. (Cada lugar teu)
Por isso é que eu sigo esse brilho ou calor que é estrela ou chama ou tu em mim, e vou pr'a poder descobrir quem é que ainda sou contigo. (Escuro e Luar)
Depois talvez na incerteza descobrir o que está certo, e no amor, no desamor virara vida do avesso. Deixa-me só seguir o rumo de outro sentimento que acontecer, nem tudo o que nos ata nos pode prender, porque há sempre uma maneira de recomeçar o que se quiser. Há sempre, uma maneira de mudar o que não se quer. (Ficar mais Perto)
Outro dia que amanhece. (Outro dia que amanhece).

Porque parece que são sempre escritas para mim.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Férias

s.f.
dias destinados ao descanso do trabalho: as férias de verão, as férias da Páscoa.
Estou de férias.
É só isto.

sábado, 20 de agosto de 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Hoje gosto de ti um pouco menos

E dói.

Acho que...

estou em perigo de ser atropelada. E já me dói o corpo só de pensar nisso. Porque vai doer, porque a recuperação é novo lenta. E chora-se e grita-se e remói-se. Outra vez. Como se fosse ontem, tudo desaba de novo, tudo termina de novo. Não consigo. É demais. Desculpa.
Por isso acho que vou sair da estrada. E só Deus sabe o quanto isso me custa, desistir. Eu que não sou mulher de desistir. Mas também não sou de causas perdidas. E por muito que nunca pensasse que tu algum dia pudesses vir a ser uma, a verdade é que neste momento, és. Não tens culpa. Não escolhemos o que sentimos. E principalmente o que não sentimos. E assim estás e estou eu e estamos nós. Perdidos na cidade, no meio das ruas e passeios. Sem saber para onde ir. Vou sentar-me no passeio, sossegada. Quando souberes para que lado da rua queres ir, acena. Bem alto. Para eu ver. Se fizer sentido, aceno de volta.
Com tudo de mim, por tanto, pelo que foi e pelo que há-de vir, e porque não sei ainda dizer Adeus, por agora
Até logo
Isabel

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Os desejos de Victor Hugo

Desejo primeiro que você ame,

E que amando, também seja amado.

E que se não for, seja breve em esquecer.

E que esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo, pois, que não seja assim,

Mas se for, saiba ser sem desesperar

(...)

Desejo por fim que você sendo homem,

Tenha uma boa mulher,

E que sendo mulher,

Tenha um bom homem

E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,

E quando estiverem exaustos e sorridentes,

Ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer,

Não tenho mais nada a te desejar "

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pensamentos

‎"Desculpa lá, mas pensando apenas em nós os dois, o que mais falta me faz é a memória de mim

que levaste contigo".

Alice Vieira in O que se Leva desta Vida.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Perigo de atropelamento

Quando avanças para mim, na passadeira, mesmo um pouquinho que seja, mesmo que seja para experimentar, para veres o que sentes; eu vou sempre avançar de volta.
Mas por isso avança só quando tiveres a certeza, quando avaliares o teu risco, quando quiseres mesmo que eu avance.
Porque se não quiseres, se andares para trás depois e voltares ao passeio, eu vou ficar no meio da estrada sozinha, baralhada, à mercê dos carros que passam. E se for atropelada e cair no chão, a sangrar de um qualquer órgão dentro de mim, posso não conseguir voltar salva para o meu lado da rua. Posso não conseguir sarar bem. Posso tomar-lhe medo e nunca mais querer aventurar-me em passadeiras. E se um dia decidires voltar a chamar-me, eu vou-te dizer apenas adeus e vou continuar a andar, para o lado contrário. Porque não quero ser atropelada de novo. Senão um dia, com tanta ferida por dentro, morro de vez.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Planos

Quero acabar o curso. Ser engenheira. Trabalhar. Fazer algo importante. Marcar uma diferença. Sentir-me útil. Quero sair de casa. Começar a minha vida própria. Ser responsável pelos meus actos.
Quero que a noite chegue e poder sentir que a vida está a correr bem, que tenho o que preciso, e que há mais para lutar.
Quero entender-me, descobrir o que me faz mexer, o que me faz feliz. E fazê-lo.
Quero ter asas e voar mais alto, mas quero manter os pés no chão.
Quero poder desejar o mundo... mas não o quero fazer sozinha. Quero encontrar alguém que queira estas coisas também. Talvez ele esteja no meu futuro, ou no passado ou noutro tempo qualquer. Mas quero mesmo conhecer essa pessoa. Talvez me mostre o resto da minha vida, que estou ansiosa por conhecer.
Tenho um plano. Mas caramba, não me obriguem a fazer isto tudo sozinha, tá?

Dedicatória

Gosto do sorriso. Da voz. Da figura. Dos olhos. Do abraço forte. Gosto de passear com. De rir com. De ouvir. De tentar ajudar. De me pôr nos sapatos de. De tentar compreender. Mesmo que seja muito muito difícil. De elogiar, muito. De ver corar. De dançar no meio da rua. De ouvir cantar. De fazer sentir único, e especial. De fazer macacadas, a rir. Do beijo à cinema. Do olhar orgulhoso quando algo bom lhe acontece. Gosto das qualidades. Que são muitas. Não gosto dos defeitos, mas aceito-os como são. Porque fazem parte. Gosto de tudo o que tive, e que dei. E foi tanto. E ao mesmo tempo tão pouco, para os dois, para o que poderia ter sido.
Gostava que fosse vulnerável mais vezes. Que me deixasse ajudar mais vezes. Que pensasse mais em si que nos outros. Que seguisse o seu instinto e a sua vontade e o que o corpo e o coração dizem, em vez da cabeça. Porque a cabeça muitas vezes é apenas ruído, e não deixa ouvir o resto. Que meditasse e pensasse. Com calma. Num local cheio de sol. E mar. Assim bonito. Como ele. Mandasse todas as suas convicções para dentro de água e se enchesse de uma nova energia, uma energia melhor. Uma força, grande o suficiente para o lavar de todos os problemas que ele acha que não têm solução. Acredito nele, mais do que ele acredita em si. Mais do que ele acredita em mim. Ou acreditou, em tempos. Sei que tem um futuro brilhante pela frente. Talvez não com tudo o que ele sonhou, mas talvez com coisas que ele nem sequer imaginou ainda. Sem mim? É possível, sim. Se for o que ele escolheu. Se ele tiver essa certeza. Se dói, se vai doer? Sim. Um bocado, é normal. Mas amanhã é outro dia, e tudo o que gosto, vai comigo, está comigo, fica comigo. E não é esquecido. Faz parte de mim. E isso é bom também. De maneira diferente. Gostava que gostasse de mim? Sim... mas primeiro tem que aprender a gostar dele.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Abraça-me

Pelo abraço,

transmitimos emoções,

recebemos carinho,

trocamos afeto,

compartilhamos alegria,

amenizamos dores,

demonstramos amizade,

doamos amor,

expressamos a nossa humanidade.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Juramento da Infidelidade


  • Juro ser infiel ao achar que as coisas acontecem sempre da mesma forma
  • Juro ser infiel à desculpa da falta de tempo
  • Juro ser infiel ao julgar antecipadamente de uma forma negativa
  • Juro ser infiel ao medo de arriscar
  • Juro ser infiel às discussões circulares
  • Juro ser infiel aos pormenores negativos
  • Juro ser infiel à impaciência
  • Juro ser infiel à tendência de evitar o confronto Juro ser infiel ao pensamento de que tudo me acontece
  • Juro ser infiel ao medo, à ansiedade e à tristeza
  • Juro ser infiel à insegurança e à falta de auto-estima Juro ser infiel ao achar que não mereço qualquer coisa por ser bom demais
  • Juro ser infiel à solidão.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Tempo

Falta-me tempo.

Tempo para dormir, tempo para respirar, tempo para pensar no que quero ser, tempo para sentir o que já sou.

Faltam-me horas, os dias e sobram-me os meses de cansaço que suporto perto do limite que não sabia ser tão longo.

Falta-me momentos, para rir, para ler, para escrever, a ela, a ti e a mim.

Falta-me o ar da noite, dos por-do-sol a rasgar a cidade ou a praia ou o que for. Falta-me o mar e o perder de vista. Falta-me o tempo para me perder no tempo.

E o tempo que tenho não é tempo para mais nada do que falar que está mau tempo para Agosto.

Compro

Alguém que me entenda. Que me embale quando choro. Que me dê pontapés no rabo quando preciso.
Alguém que se ilumine quando eu entro na sala. Que sorria só por eu aparecer. Alguém que festeje comigo as minhas vitórias e os meus fracassos. Que me leve a comer um gelado de chocolate quando o dia me corre mal.
Alguém que veja a vida com os mesmos olhos que eu, que queira construir algo comigo.
Alguém que me abrace de noite e me beije no nariz quando acordo sonolenta de manhã. Que esteja ao meu lado todos os dias porque acredita. Que acredite no sonho, na ideia, na pura ilusão de que o futuro é nosso e pode ser risonho.
Alguém que goste de mim pela soma das minhas partes. Defeitos e qualidades. Que aguente os meus defeitos com a mesma esperança que eu os aguento, a esperança de que os vou mudando aos poucos e me transformando em alguém melhor.
Alguém que me ache linda. Para quem eu seja mais do que o suficiente. Alguém que me queira desmedidamente, sem limites, sem régras. Que me sonhe como eu sonho alguém.
Alguém que saiba cozinhar e tenha paciência em me ensinar. Alguém que queira dançar comigo, mesmo eu não sabendo dançar. Alguém que goste de passear comigo na rua, sem ir a lado nenhum, apenas porque está comigo e não precisa de mais nada.
Alguém assim. Conhecem alguém?

sábado, 30 de julho de 2011

Zoom

Eu sei que às vezes muito perto desfoca
E querer o mundo inteiro no peito sufoca
Mas eu quero-te aqui
Eu quero-te em mim

Eu sei que às vezes há sombras ausentes
Ma eu vejo-te em zoom e o meu plano é diferente
Eu sinto a tua falta, não te quero largar mais.

Mafalda Veiga - Largar mais

sexta-feira, 29 de julho de 2011

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Projectos

Hoje andei duas horas pela cidade. Sem grande destino. E nessas duas horas, tracei um plano.
Agora, sinto-me bem melhor. Com um plano. Agora posso entrar de férias, sabendo que daqui a um mês as coisas vão melhorar. Com o meu plano. Que o resto da minha vida está mesmo aí, que vou seguir em frente e em frente é bom. Que não há nada para temer, que o futuro pode ser risonho. Estou confiante. Em mim. E no meu plano. E apesar do Outono e Inverno serem as próximas estações a chegar, vou receber frio e a chuva de braços abertos, sem medos. Porque tudo vai correr bem. Um plano. Que coisa mais espectacular!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Desabafo 2

Hoje sinto-me derrotada. Vazia. Sem forças.

Hoje sinto-me como se o mundo tivesse ganho a corrida e eu tivesse ficado para trás.

Hoje tenho vontade de desistir. E de chorar. Imenso.

Hoje só quero ficar sossegada no meu cantinho pequeno, lançar a toalha ao chão, gritar que aceito, que não vale a pena, que já chega.

Hoje precisava de umas palavras de motivação que não tenho. De ninguém. Nem um abraço para me enxugar as lágrimas.

Hoje precisava de ti. De sentir que não estou sozinha contra o mundo. A levar porrada em vão, a torto e a direito, sei eu lá bem porquê. Mas tu ias achar que estou mais uma vez a ser fraca, menor, pequena. Que me coloco automaticamente numa alcofa para ser tratada como uma criança que quer colo e faz birra quando a vida não lhe corre bem. Por isso, ainda bem que não estás. Não ias ajudar.

A verdade é que mesmo querendo ser forte e mostrar (a mim própria) que me aguento perfeitamente de pé sem ajuda tenho os meus momentos de fraqueza. E sim, são frequentes. Porque aguento esta luta todos os dias por uma ideia (possivelmente irrealista) de que vou conseguir alcançar um objectivo, que se calhar é demasiado alto para mim. Mas eu nunca fui pessoa de fugir aos desafios. Queria sempre o mais dificil, o que desse mais luta. A assim continuei, a tentar, a insistir. No entanto, estes anos todos depois, não sei até que ponto esta é uma luta ( A luta) que não consigo vencer.

E hoje precisava de ti. De um lado de ti. Da tua sabedoria. Dos teus anos a mais de vida, do que aprendeste neles. Do carinho, da fé, da força. Das coisas boas que vias na vida e em mim. Mas não tenho mais. E é algo a que me tenho que habituar.

Vou levantar-me na mesma e tratar os meus arranhões e nódoas negras. Vou encher-me de ligaduras e pensos rápidos e preparar-me para mais um round. Onde vou levar pontapés mais uma vez. E vou estar sozinha. Mais uma vez. Mas há-de haver um dia em que já não levo mais pancada. E aí vou perceber que nunca precisei realmente da tua ajuda para me curar. Era apenas isso, uma ajuda. A cura fazia-a sempre sozinha. Internamente. Em mim. Tu só ajudavas.

Mas eu até me considero uma mulher de sorte porque no meio desta confusão toda, desta falta enorme que sinto cá dento, de esperança e de fé e de amor que cura, tenho sempre alguém que me conforta e me faz parar de chorar apenas com meia dúzia de palavrinhas cheias de força e carinho, onde me consigo encostar, por momentos, a tentar retirar alguma esperança no dia de amanhã.

A dar calma e apoio. De lá de longe, numa ilha no meio do Atlântico. ´

À Cláudia.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Silêncios

Não perguntes. Não digas nada. Abraça-me apenas.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Filosofias

Para a frente é que é caminho!

Nunca me fez tanto sentido.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Cantorias

Gostava de te perguntar se me queres acompanhar na noite de ópera, do Festival ao Largo.

Será que devo? Será que posso?

Será que vens?

terça-feira, 5 de julho de 2011

Calendário

Hoje é dia 5. Normalmente costuma ser um bom dia. Espero que continue, normalmente, na medida do possível.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Novinha em folha

Para documentar mais sorrisos, outros momentos, boas recordações, novas pessoas... e antigas também, se quiserem sorrir pá fotografia.

domingo, 3 de julho de 2011

Nadas

Há dia em que gostava de conversar. Mas ninguém parece querer conversar comigo. Pelo menos ninguém com que gostava de poder conversar. Estão todos longe. Raios.

Notícias

Recebi uma carta directamente da Suíça. Com coisas boas escritas. E soube bem =)
Espero que venhas depressa e que possas passar um dia aqui comigo em casa. Vamos jantar à Ericeira, conversamos, damos uns mergulhos, boa? =)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Máquinas do tempo

Hoje, senti-me como se tivesse entrado numa máquina do tempo e ido parar ao passado. Há uns 7 anos atrás. Hoje, senti uma data de coisas e li uma data de coisas e ouvi uma data de coisas que me fizeram imensa impressão, como eram iguais às que eu já tinha sentido, lido e ouvido antes. E senti uma revolta tão grande, que só me apeteceu lançar a toalha ao chão e sair.

Mas depois sentei-me, fui passear para o sol e pensar. E cheguei à conclusão que eu sinto demais. E ainda sinto muita coisa, demais. Demasiadas emoções.

Preciso de um botão de off.

Cansaço

Hoje dói-me o corpo e a alma. Hoje sinto-me como se tivesse acabado de correr a maratona. Duas vezes. Terminei os exames, mas ainda falta a época especial.

Preciso de descansar, de embrutecer o cérebro durante umas horas, uns dias. Preciso de mimos. De calma. E de sol.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Já está!

Hoje foi um dia importante para ti. Um dia que imaginei muitas vezes na minha cabeça. Imaginei que estava ao teu lado, a ajudar-te, a corrigir gralhas, que te levava à faculdade e depois, quando saísses da secretaria, te abraçava aos gritos no corredor, Já Está, Já Está! Como gritei quando soube que tinhas sido aceite no mestrado, há uns dois anos.

Hoje, foi um dia importante para ti. E eu não estive lá. Hoje foste lá sozinho, festejaste sozinho, abraçaste outras pessoas. Hoje, sentes-te mais leve, e eu não consigo partilhar da tua alegria perto de ti. Não consigo também sentir que fiz parte desse processo. Mas fiz. Estive lá, ajudei, acalmei, dei tudo o que tinha. Existe de certeza algo de mim, neste teu dia importante. Mas eu não sinto. Só sinto o vazio. E choro. Sinto que este dia que imaginei na minha cabeça saiu ao lado. Como um sonho esquisito que temos, e depois acordamos. Quero acordar. E quero fazer este dia como o imaginei. Mas não posso.

Hoje, foi um dia importante para ti. E para mim, foi o primeiro de muitos dias importantes que nada mais têm a ver comigo.

Estou muito feliz por ti. Muito. Apetece-me meter o mundo num embrulho e oferecer-te de prenda, por esta grande vitória. Mas além de sentir isso, no meu lado mais egoísta e sombrio, a tua conquista sabe hoje a fracasso meu. Porque não fui capaz de chegar até aqui. Não consegui. Falhei.

Hoje, dói um bocadinho mais do que doía ontem. Mas amanhã já dói menos outra vez.

Muitos parabéns. Estou orgulhosa de ti. Mesmo. E sei que vais ter uma defesa brilhante.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Como eu sou

No outro dia alguém que me é próximo argumentou, a propósito de um qualquer comentário meu, que a postura que eu ando a adoptar em relação a determinadas coisas não é tipica de mim.


Respondi que as pessoas mudam. Foi automático e aquilo saiu-me antes que eu tivesse tempo de refectir.


Quando cheguei a casa tirei uns momentos para pensar e concluiu que a resposta, não só foi intuitiva, como foi verdadeira. As pessoas mudam efectivamente e eu mudei. E bolas, como mudei.


Não mudei de gostos, mas mudei de postura. Não mudei a minha maneira de pensar, mas mudei a minha maneira de reagir. E as diferenças n dia-a-dia parecem subtis mas não são. Assumo-me como um todo desfragmentado em compartimentos em desenvolvimento e ao mesmo tempo sou a soma de todos os meus bocadinhos. Sou uma só feita de pedaços evolutivos. Serei unicamente previsível na certeza de que apresento completa na minha singularidade. Tudo o resto é constantemente novo e em permanente actualização.


Gosto de falar e discutir e debater e gosto do silêncio que preenche as palavras que não se dizem. Gosto de noites quentes bem regadas de conversa e gargalhadas e fins de tarde iluminados e quentes e gosto de dias de inverno solitários. Gosto de Tunas e de música e de arte e de sentir um arrepio no peito quando o mais belo nos toca os sentidos. Gosto de tocar e de sentir, de olhar e deitar a cabeça para trás no improviso dos dias. Gosto de planear e de saber para onde vou. Gosto de conduzir para longe, de dançar de braços abertos, de cantar em plenos pulmões e gosto da previsibilidade das rotinas. Gosto de agarrar o que me é querido e de sentir o que é real e gosto da adrenalina do desconhecido e de arriscar de cabeça sem pensar se existe rede ou não. Gosto de olhos molhados, de abraços seguros, de cabelo a cheirar a areia. Gosto de pescoços despidos e pés descalços e do verão a apurar os sentidos. Gosto de chorar tudo o que trago dentro do peito. Gosto de sensações fortes, do tudo e do nada, de viver intensamente e de acreditar que vivemos para sermos felizes.


E esta sou eu, um ser de contradições que se encaixam, assimétrica e única. Não caibo dentro de um perfil de postura, pois todos os dias estou em movimento. Por isso nada é atipico meu, mas apenas um novo lado que brota à superficíe.


E é assim que me mantenho original. Sendo-o.

domingo, 26 de junho de 2011

Momentos I

Hoje li coisas como"Quero ir namorar as tuas bochechas", "Saudades tuas!", "Gosto muito de ti, tonta!". Calhou ler uma conversa guardada, quando procurava uma coisa no computador. Li. E fiquei um bocadinho quieta, fechada em mim, a recordar... mas a tentar não sentir. Por mim. Por ti.

Saudades de quem eras. De quem és... também. Mas menos. Diferentes

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Bandas sonoras

Descobri uma nova banda sonora. E gostava de te mostrar. De a descobrir contigo. Tavez seja do hábito, ou tavez não. Mas é algo que penso recorrentemente, o sentimento de "ah, tenho que lhe mostrar isto!"Mas talvez seja mesmo suposto não o fazer. Talvez esta seja a minha banda sonora sem ti.

A vida toca agora a um ritmo diferente. E eu, por enquanto, estou a aprender a gostar.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Insistir ou desistir

Miguel Sousa Tavares tem uma teoria que diz, por outras palavras, que se tentarmos largar o passado demasiado depressa, ele crava mais as unhas em nós. Acho que é verdade. Se forçarmos sem estarmos em paz com o passado, sem passarmos por todas as fases, ele não se vai embora.

Assim, acho que tenho que aceitar que vou demorar tempo a largar o meu. Paciência.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Fotografias

Disseram-me que enquanto uma determinada fotografia ou outra qualquer recordação te provocar emoções, como tristeza, choro, angústia, sorrisos; é porque ainda não é altura de a guardares.

Porque há um momento em que tu olhas para ela e pensas que ela já não está ali a fazer nada, à mostra naquele local, e merece estar guardadinha, num local seguro junto com as tuas outras recordações, de outros momentos passados. Mas se ainda te doer ou te fizer sorrir, então o lugar dela é mesmo ali. E não há que ter pressa.

Ainda bem, porque as mudanças, mesmo quando necessárias, nunca foram o meu forte. E se agora tenho que ser forte para mudar, mudar tanta coisa em mim, quero ao menos tê-la ali perto, para me lembrar que dias mais bonitos virão. Quer tenha que a guardar um dia ou não.

domingo, 19 de junho de 2011

Outro dia que amanhece...

E afinal, o sol que está escondido, por detrás das nuvens, hoje deu um ar de sua graça. Foi um desabrochar pequenino, um olá passageiro. Um acenar, a dizer Estou aqui... Estou aqui..

Vou arranjar tinta para, bocadinho a bocadinho, pintar um dia mais colorido no meu céu. Para poder olhar para ele todos os dias e sentir-me confiante, e bonita. E capaz. Como não me sentia. E tu não gostavas.

Vou usar as minhas armas, e lutar por mim. E pelo sol. E por tudo.

Para quando apareceres por cá, pelos meus recantos, gostares do tempo que por aqui faz. E quem sabe, quereres ficar mais um tempo. Mais um dia.

Hoje

E hoje o sol encobriu-se. Não está cá. Não brilha. Escondeu-se, de vez.

Apesar de me apetecer escrever, despejar o que sinto cá dentro, e de achar que tenho o direito de me sentir furiosa e triste e amargurada, penso que tu também sentes o mesmo que eu. Porque estiveste lá também, como eu estive. E tenho que me relembrar que te dói também. Assim, em vez de desatar a sentir o meu lado apenas, em vez de ser egoísta, vou sentir pelos dois. Assim, só escrevo que hoje, estou de novo só. Acabou. E em mim dói tanto, que nem palavras tenho...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Destino

Hoje uma pessoa muito sábia me disse "Sabes, se estiver para acontecer, se vocês estiverem destinados, vocês acabam por se encontrar. Pode não ser agora, pode ser depois. Mas se estiver destinado, está".


Não sou crente, não faço a minha vida em prol do destino. Mas sossegou um pouco a minha inquietação. E encontrei força, algo que nem sabia que tinha em mim. E fui, e disse. E mostrei que também sou alguém. Que também consigo. Que também tenho algo a dizer. Mostrei que sinto algo e que tu sentes o mesmo. Mesmo que não saibas bem o que é, que te tenhas esquecido, que não vejas através da névoa. E que é sobre esse algo, que tens que pensar.


Há sempre uma saída. Há sempre solução. Quando se gosta, há sempre saída. E eu vou mostrar-te onde ela é, com um letreiro enorme, coberto de néons fluorescentes, para veres bem.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Castelos de vida

Há alturas em que sentimos que temos a vida nas mãos. E não sabemos muito bem o que fazer com ela. Ou como a colocar de novo no sitio, sem estar ali, tão perto de cair, tao frágil.

Mas por vezes é preciso retirar de nós, e segurar bem à frente dos olhos. Para que possamos compreender, reafirmar e relembrar o que temos. Pois não há mal nenhum em esquecer, desde que relembremos de vez em quando. Por a vida, o amor, a paixão, o desânimo, a angústia, tudo ali à frente. O que nos faz mal e nos faz bem. Tudo misturado. Tudo nosso. E desconstruir, passo a passo, com ajuda, o que nos faz sofrer, o que nos move, o que nos apaixona. É normal ter medo do resultado final, mas há que ter confiança no que passámos, nas escolhas que fizémos. Porque o que é bom nunca pode ser mau. E pode sempre ser melhor.




sábado, 11 de junho de 2011

Votos

Acho que quando se tem uma relação com alguém, com um namorado/a ou mesmo uma relação de amizade apenas, se devia de dizer os votos. Como nos casamentos.


Diziamos por exemplo, meu amor, meu amigo, minha amiga.

Agora que temos algo que nos une os dois, tenho que te dizer isto. Eu prometo ficar contigo. Trabalhar em nós. Na saúde e na doença.

Quando estiveres alegre ou triste. Quando quiseres celebrar numa jantarada gigantesca ou quando só te apetecer chorar no sofá.

Quando a vida te correr bem e quando te apetecer desistir. Quando gostares de mim e quando não gostares. Principalmente quando não gostares.

Quando quiseres partilhar a tua vida e principalmente quando quiseres guardar segredos.

Prometo tentar ajudar, conhecer, compreender e dar mimos, quer seja a ver comigo, quer não seja. Quer eu tenha algum poder para resolver os teus os problemas, quer não tenha. Quer me aches totalmente indispensável, ou mesmo o contrário. Quer discutamos todos os dias, ou nunca.

Quando estás no teu pior estado e pensas que nós não sobrevivemos. Quando a euforia e a felicidade são tantas que não aguentas um segundo sem telefonar, só para ouvires a minha voz.

Quando me disseres que me adoras, e quando disseres que me odeias. Aí trabalharei o dobro para te mostrar que estou aqui para ti.

Quando fores dormir e quando acordares.

Quando estiveres no quarto ao lado, ou a milhares de kilómetros de distância. Quer nos falemos todos os dias, ou por telemóvel. Farei os possíveis para que a nossa relação não se perda no tempo nem na distância. Para estar presente quando chegares e fazer o reencontro fluir, como se nos tivessemos acabado de ver há minutos, mesmo separados há meses.

Prometo ter um sorriso e um ombro para ti. E suportar todas as tuas particularidades e defesas que me irritam, só porque gosto de ti. Só porque és importante.

Darei a minha opinião quando pedires tendo em conta os teus sentimentos, mas sendo franca ao mesmo tempo. E mesmo quando te ferir com ela, será porque é impossivel poupar-te à dor. Ou porque precisas de a sentir. Mas mesmo assim eu estarei ali, para te ajudar a superar. E a ver nascer o dia de amanhã.


Porque se tens uma relação comigo, se entraste na minha vida, foi porque mereceste, em determinada altura. Foi porque deixámos de ser duas pessoas independentes uma da outra para passarmos a ter um pedaço de nós ligado uma à outra. Como duas circunferências em parte sobrepostas. Existe o eu, o tu e o nós. E no nós, existimos tu e eu. E assim, prometo que farei tudo ao meu alcance para seres feliz ao meu lado, estares bem, decidido, seguro, com força, durante muitos anos. Prometo ser o melhor que puder ser, para fazer o nós funcionar. E o eu. E consequentemente, o tu.

Sei que vou errar muitas vezes, que não sou perfeita, mas se me ajudares, se me corrigires de vez em quando, prometo que vamos ficar bem. E que vamos repetir estes votos daqui por 50 anos. E que farão igual sentido, como hoje fazem.


Não era bom?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Vida

"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.

E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas a aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que podes ser. Descobres que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados. Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências.

Aprendes que paciência requer muita prática. Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários já comemoraste. Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores. E aprendes que realmente podes suportar mais...que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida!.

William Shakespeare

domingo, 5 de junho de 2011

Sometimes

Nevermind, I'll find someone like you,

I wish nothing but the best for you, too,

"Don't forget me", I beg,

"I remember" you said,

Sometimes it lasts in love,

But sometimes it hurts instead.



4º aniversário

Quando duas pessoas se respeitam, gostam uma da outra, do que são uma com a outra, sem se anularem.

Quando sentem saudades todos os dias, quando tentam melhorar o que à primeira vista não precisa de grandes melhoramentos.

Quando o programa perfeito é qualquer coisa em qualquer lugar, desde que estejam os dois. Quando fazem pequenas surpresas, pequenos gestos, só para sair da rotina. E por vezes é bem dificil.

Quando se tenta resolver os problemas em tempo útil, sendo chato/a, fazendo os possiveis para não ir dormir com os problemas.

Quando se pede ajuda, e o outro dá, sem pedir nada em troca.

Quando há confiança, quando não há ciúmes.

Quando se dança no meio da rua, sem razão aparente, só porque sim.

Quando se olha para a outra pessoa e se vê qualidades e defeitos, e mesmo assim se gosta.

Quando se continua a dizer que se ama, antes de adormecer, mesmo passado 4 anos.

E é tão bom.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Para quem se interroga se o gato me comeu a língua

Não ando com paciência para escrever.


Nem para falar sequer.


Não estou mal, nem bem, nem assim para o mais ou menos. Hoje por exemplo, estou com insónias que é o mais definido que consigo estar nos últimos dias e daqui a nada quase meses.


Também não é por bem, nem por mal. É porque é, porque me sinto assim.


São fases da vida.


E se noutra época o sofrimento me fez escrever, sendo que a escrita sempre foi a minha forma especial de expurgar a minha tristeza e os sentimentos conflituantes que se deglatiavam dentro de mim, hoje, ou nos últimos tempos, tenho-me remetido ao silêncio.


Não sei bem o que dizer, e com isso digo nada.


Não porque não tenha nada para dizer, mas porque o que tenho não é nada.


E de nadas se têm feito os meus dias.


E eu sou menina de tudos, em excesso e em demasia.


Ou se calhar era e agora tornei-me mais recatada. Não sei.


Sei que tudo actualmente é menos. Doi menos, ouve-se menos, escreve-se menos, le-se menos, rala-se menos, pensa-se menos.


E como de menos não se faz este blog, aguardo algo mais.


E quando o achar partilho.


Hoje ficamos assim entre o menos que existe e o mais que deixou de ser.


Já estamos em Junho e eu cá continuo.

domingo, 29 de maio de 2011

NTO

Um copo d'água especial, de uma de nós. Uma viagem atribulada, com direito a participações amigáveis. Uma tarde de chuva e uma noite quente. Um palco improvisado. Boa comida. O meu rapaz. A minha Tuna. A Tuna dele. Uma actuação brilhante. Bar aberto (yeah!). Uma serenata dedicada. E a possibilidade de dedicar, ainda que não individualmente, a quem me dedica todas as notas musicais que canta. Dois dias perfeitos, com quem me atura, faz 4 anos no próximo domingo.


Poder juntar estes meus dois mundos, as duas Tunas que mais gosto, num sitio fantástico mesmo com chuva. Um final de temporada tunante em grande, em ano de penta-aniversário de Tuna.

terça-feira, 24 de maio de 2011

100 anos do Instituto Superior Técnico

A minha Escola fez 100 anos ontem. Velhinha velhinha, mas ainda nos lixa a cabeça.



Mas apesar de tudo, tenho um certo orgulho de vestir esta camisola.






sexta-feira, 6 de maio de 2011

Sons

Hoje perguntaram-me qual o meu som preferido. E eu pensei em imensa coisa que gosto, gargalhadas, o som dos passarinhos, uma música. E com tantas opções, nem respondi. Mas agora que penso nisso, em todo o "barulho psicológico" que me passou pela cabeça, acho que o som que mais gosto é exactamente o contrário: o silêncio.


Já tenho algumas saudades de o ouvir...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Serenata a Lisboa

2ª feira voltamos ao lugar onde tudo começou.

4 anos depois, a música será a mesma, os sentimentos também. Na bela Praça do Município, em noite de serenatas, vai haver uma para mim.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Miopia emocional

Tudo o que se vive, não se esquece. Se assim fosse, não poderiamos aprender com os erros e com as conquistas, porque tinham sido simplesmente esquecidos. O que acontece é que eles ficam guardados, num local em nós, onde acedemos (ou não) quando precisamos. Daí vem a nossa força, a nossa paz. Todos somos diferentes do que fomos antes. Todos tivemos amores e desilusões antes. Esquecemo-nos delas? Não, guardamos em nós. E com eles construímos o que somos hoje. Com os amores e as desilusões de hoje. Que são (devem ser) diferentes das anteriores. Para mim são. Hoje tenho algo que não tinha antes... sim, também tenho o Técnico, mas agora ele não entra na minha equação!; tenho um Tudo que é diferente, tenho um Tanto que não é comparável. Que é maior e melhor do que algum dia foi. Porque eu própria ou maior e melhor do fui. Tenho mais do que tive, tenho melhor. E se por vezes, eu aceder ao tudo e ao tanto que tive antes, isso não faz com que o Tudo e o Tanto que tenho hoje sejam menores. Ou que esteja a preferir o passado ao presente e ao futuro. Significa apenas que faz tudo parte da construção que sou eu. Que acedo aos meus lugares, por vezes porque quero, outras vezes porque calhou. E aceder a eles causa um desconforto enorme, porque são locais onde não me sinto bem, com recordações más. Locais de gritos e de choros, de palavras (mal!) trocadas e de sentimentos de culpa e vazio. É isso que tenho hoje? Não. Prefiro isso ao que tenho hoje? Claro que não. Vou algum dia voltar para trás? Nunca. Vou sempre andar para a frente. E se puder, levo o Tudo e o Tanto que tenho hoje, comigo. Porque foi isso que eu escolhi, é isso que eu escolho todos os dias. Por isso não é preciso ter medo do passado. Há que guardá-lo e analisá-lo de vez em quando, e tentar fazer as pazes com ele, com o que sentimos por ele. E há que construir o futuro com que temos agora, com que sentimos agora. Com o que nos faz bem e felizes. Não sinto nada pelo passado que se compare com o que sinto pelo Presente. Presente esse que vai ajudar-me a construír o meu futuro. Seja lá ele qual for, é para lá que caminho. E mesmo sabendo que quer o passado quer o Presente vão comigo, só um deles caminha ao meu lado.


Porque prefiro lugares e emoções com letras bem grandes, maiúsculas, como tu, para poder sempre ver, mesmo nos meus momentos de miopia emocional.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quanto tempo o tempo tem...

O tempo não é nada mais nada menos que uma invenção. É o que eu acho. A velha história de que o tempo cura tudo é falsa, não cura coisa nenhuma, só faz com que a gente esconda no fundo de nós, bem tapadinho debaixo da tralha, o que nos faz doer. E assim podemos funcionar (que é bem diferente de viver) sem a constante memória do que dói. Mas basta um contacto pequeno, com algo relativo a esse problema, para toda a tralha ir ao ar e dar lugar ao desconforto.

Passaram 7 anos. 7. É imenso tempo. E no entanto, não é tempo nenhum. Bastou meia dúzia de frases internéticas para o desconforto chegar outra vez. E a raiva e a desilusão connosco próprios por estarmos a ser afectados novamente, por haver ainda desconforto, 7 anos depois. Mas ao fim ao cabo nada mudou em 7 anos, nós é que pensamos que sim.

Pensamos que as pessoas crescem, que amadurecem, que partem para aventuras pessoas e profissionais, em busca de serem felizes. E que um dia, no reencontro (se o houver), tudo vai ser melhor e bonito. Unicórnios e conffettis e arco-iris. Liar Liar, pants on fire. No reencontro, mesmo 7 anos depois, há desconforto e raiva e nervos e palmas das mãos suadas, e vontade de sair dali. Porque o nosso interluctor ainda acha que, para se valorizar a si próprio, tem que inferiorizar os outros. A nós. Mesmo numa conversa banal, sobre trivialidades, é sempre necessário mostrar que se está melhor, que é melhor, superior, que se é alguém. Quando no fundo no fundo, a única bitola pela qual ele se mede é a dele, o que faz com que a medição seja muito pouco imparcial. Para não dizer idiota, pois todos nós somos alguém.

Mas nós agora estamos maiores, já não temos 18 anos e um coração cheio de amor para dar. Temos 7 anos de conquistas e derrotas, mas também de algum amor próprio, que tentámos arranjar à força depois de termos sido derrotados e quebrados em mil pedaços, por alguém que não sabia o que fazer com o coração que de repente tinha nas mãos. Sinal de imaturidade? Na altura sim. Mas 7 anos depois, acho que não. É mesmo feitio.

Querer isolar-se do mundo, estar só, não ter apegos, é apenas um acto de protecção de si próprio. Achar que só se está bem sozinho porque não serve para ninguém é apenas mascarar o problema: ter medo de sair magoado. Pois eu tenho novidades: toda a gente sai com o coração despedaçado, mais cedo ou mais tarde. É para isso que ele lá está, é para isso que ele sente.

Este desconforto vai atormentar-me durante mais uns dias. Estou irritada comigo por me ter dado ao trabalho de sentir outra vez. Por saber que ainda me afecta, que ainda leio as entrelinhas, que ainda me importo, que ainda tenho a esperança de um dia poder ser cordial com alguém que em tempos foi tanto (foi tudo) para mim. Detesto ser mais uma vez a iludida. Mas antes ser assim que cobarde, e fugir.

quarta-feira, 30 de março de 2011

A fazer as malas

So what happens when the heart just stops. Stops caring for anyone. The hollow in your chest dries up. And you stop believing.


So what happens when the heart gives up. But the body goes on living. The blood crawls to a slow and stops. And flows away.


Well we got no-one to meet. No love we would beseech. We only have ourselves to blame for everything. The was no answer in the dust. And I'm missing you so much. And now you're sleeping. And I'm leaving.


Empty-handed waiting, Time it will subside and we'll agree. It was a given.


Well there was no standard we could set. And the world it does regret. To have to leave you in this state of bereavement. You see I'm feeling everything. Nothing gets by.


There is a hollow in my chest. The time I won't forget. There is no comfort in the eyes. They put us always to the test. I can't prepare myself for that. But I work it out in time.


There is a love that flows between us. Ever-changing everyday. I worked myself up to a crawl. But I'm not fearing it at all. We have no reason left to stay. And that's why we're leaving. And there was no answer in the dust. And the one I feared to trust. There is a lie that drags us. Beating and pulling into disappointment.


I'm disappointed.


I'm disappointed.


I'm disappointed.


It's so late, till you're gone



The Frames - What Happens When The Heart Just Stops

quinta-feira, 17 de março de 2011

To do

"The best way to not get your heart broken is to pretend you don't have one"

Charlie Sheen

quarta-feira, 2 de março de 2011

Declarações de amor, em jeito de festival de Tunas



Porque sábado é um dia especial. Porque estás sempre comigo.

"Se sou tinta Tu és tela
Se sou chuva És aguarela
Se sou sal És branca areia
Se sou mar És maré cheia

Se sou céu És nuvem nele
Se sou estrela És de encantar
Se sou noite És luz para ela
Se sou dia És o luar

Sou a voz Do coração
Numa carta Aberta ao mundo
Sou o espelho D`emoção
Do teu olhar Profundo

Sou um todo Num instante
Corpo dado Em jeito amante
Sou o tempo Que não passa
Quando a saudade Me abraça

Beija o mar O vento e a lua
Sou um sol Em neve nua
Em todas as ruas Do amor
Serás meu E eu serei tua"

Intérprete: Flor-de-Lis
Letra da canção: Pedro Marques e Paulo Pereira

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Fins

Ontem recebi com tristeza a notícia de que uma amiga se encontra a sofrer.
E percebi que, por vezes, para nos sentirmos identificados, não precisamos de partilhar um grande pote de intimidade com o amigo em questão. Há sofrimentos transversais, cujas recordações nos arrepiam e fazem latejar aquela cicatriz antiga. Situações que uma pessoa vive e automaticamente nos incluem num grupo. Devia existir uma rede de apoio, género A.A. onde quem se vê deparado com situações semelhantes pudesse partilhar: "Olá, eu sou a Sofia e esta é a minha história".
E de repente viajamos com essa nossa amiga até àquela sala que conhecemos tão bem, escura e fria, atafulhada de fotografias pelo chão, retroprojectores a rodar filmes antigos a preto e branco, lenços de papel e pouca esperança. Tristeza e solidão. Muita solidão.
E damos graças ao tempo, que mais cedo ou mais tarde (na maior parte das vezes tarde), faz o seu papel e nos ajuda a abrir uma janela e depois a porta da saída.
De repente dei por mim a pensar que espero ter deixado a sala arrumada, limpa, bem guarnecida de almofadas e lenços. Vivi nessa sala durante alguns anos, mas saí. "Todos nós precisamos de um exemplo", disse-lhe eu ontem. Eu apresento-me como uma hipótese e este é o meu testemunho de esperança que não deixei pendurado na parede à saída. "É possível!"
Demora o tempo que for preciso. A sala está livre para ti, não se importa com o que dizes, com o que sentes, podes partir e sujar.
Mas quando saires, porque vais sair, arruma tudo. Para que a próxima colega do grupo que precisar, encontre este porto de abrigo da melhor maneira.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Partilhas

Ontem fui fazer uma endoscopia e não gostei.
Achei que devia partilhar.
Assim como o facto de me ter virado para o médico e perguntado se o meu estômago era giro.
E é isto, obrigada e bom dia.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Um muito obrigada

Dei-me conta que temos 13 seguidores assiduos deste espaço.
13 pessoas que aqui passam, tirando um bocadinho das suas vidas, para ler o que nos vai na alma.
13 pessoas que, de algum modo, se identificam com o que se escreve aqui. Encontram respostas ou mesmo perguntas pertinentes, encontram conforto, encontram alegria, palavras amigas ou que lhes fazem pensar. 13 pessoas. Uma multidão.
A elas, e às restantes que mesmo sem deixar esse "rasto", nos visitam, o nosso obrigada.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Oláaaaaaa!

Ontem ri-me muito com quem não me ria há mais de um ano.
E nada mudou.
Lá longe ela deve sorrir também.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Momentos

"Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às falta-nos a razão
Mas não no que há razões para nos sentirmos tão sós."

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

The little things

Tive notícias dela, ainda que de forma indirecta.
Mas tudo o que ela escreveu, que eu li sob a forma de meia duzia de linhas de conversa a outra amiga nossa, entrou-me pelo corpo como quem sabe o caminho de tantas vezes cá passar, para debaixo da pele e ficou aqui um bocado a aquecer os poros frios do gelo que se faz sentir ultimamente.
E nem precisei de a ouvir pessoalmente.
Nada muda, como dizia a Ana.
Estamos juntas.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Apenas um até já.

Houve um dia duas meninas com o mesmo nome, que se encontraram na escola, eram miudas. Viveram muitas aventuras, muitos choros, muitas lágrimas. Muitas noites, muitos dias, muito café e muita bebida.
Passaram 10 anos e as meninas cresceram. Fizeram escolhas, alcançaram objectivos. E tomaram decisões. Uma, partir para a Suíça por 4 anos, à descoberta do seu futuro. A outra, à descoberta de si mesma, sem sair do lugar.
Que sejamos bem sucedidas, as duas. Cá estarei, quando voltares, para ver o quanto cresceste. Eu também estarei maior. Mas por dentro.
Um beijinho. Até já.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Metereologia

Este frio congela o cérebro.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

É isto

Amor é fazer companhia ao telefone durante uma viagem de autocarro de uma hora, sem sequer ser preciso pedir. Não ando sozinha. Mesmo que pareça, estou sempre acompanhada. E sabe tão bem saber que não se vai a lado nenhum.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

às vezes gostava de ser diferente, pensar de maneira diferente, falar de maneira diferente. Pois sinto que como sou já não chega para ti. Para ti. Para todos. E era tudo muito mais fácil sendo diferente. Doía menos.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ano novo, vida nova

O que fazer quando se chega a um ponto em que não se consegue mais andar para a frente? Aquele ponto de não-retorno?
Quando tudo na nossa cabeça se amontoa, em locais onde não se deve amontoar nada, onde deveria estar tudo muito direitinho. Quando até respirar se torna uma tarefa árdua, e dormir o dia inteiro na nossa cama, onde nos sentimos bem e confortáveis, é uma tentação. E se vê as horas, os dias e os anos passar por nós sem nos tocar.
Quando se vai numa direcção que não se quer, a ser uma pessoa que não se gosta, e a pensar em coisas que não se deve. Quando se sente um bloqueio naquilo que que se quer um dia ser, uma montanha enorme para escalar e chegar aonde se quer ir. Quando se navega num deserto emocional há uns anos, a fugir ao carácter social da vida para nos perdermos em locais que são confortáveis, por medo, ou por conforto, ou porque nos esquecemos do que é arriscar sair da nossa concha e experimentar o mundo, com tudo o que ele tem para dar. Quando se dá tudo o que se tem a um ideal, a um objectivo, e não resta nada para nós. E para quem gosta de nós.

O que fazer? Como sair deste ciclo? Como fazer para nos mantermos fiéis ao compromisso que é assumido, sem nos perdermos no processo? Como é que se conjuga tudo? Como é que se é feliz, quando a vida nos é sugada por um ideal que, se calhar, é areia a mais para a nossa camioneta?

Os nossos pais pensam sempre que nós somos as pessoas mais dotadas do mundo. As mais inteligentes. Que vamos ser todos milionários e extremamente bem sucedidos no que quer que escolhamos fazer. Os nossos amores pensam que somos fantásticos, as melhores pessoas do mundo, e que tudo o que sai da nossa boca é digno do Nobel. Os nossos amigos pensam que trabalhamos imenso, coitados de nós, mas continua que um dia, vais ver, vais chegar ao fim. Então porque é que nós, quando nos olhamos ao espelho, nos sentimos estúpidos, idiotas, burros, inferiores? Como é que voltamos a estar em controlo de nós próprios? Como é que voltamos a ter a vida que nos (que nos é) sugada aos bocadinhos, como que por uma palhinha, deixando apenas um resto, um embrulho, daquilo que éramos antes? Como é que começamos de novo?

Onde é que deixámos de ter controlo? Como é que isso aconteceu? Quando é que a nossa auto-estima nos saiu das mãos? E por obra de quem?

Como corresponder a quem gosta de nós, se o que somos é apenas o que resta do que fomos um dia? Será que cá dentro ainda somos nós? E se nos encontrarmos, um dia, como fazemos para não nos perdermos de novo?

Não sei a resposta a nenhuma destas perguntas. Mas a minha resolução de ano novo, é descobri-las.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Estados evolutivos

"Já domino os sentidos, cada um individualmente.
A imagem já não me impressiona, o som também já não me deita abaixo.
Hoje arrisquei o cheiro e tudo não passou de uma lembrança.
Já domino os sentido individualmente."
Ficou por momentos sem ar quando juntou a imagem ao cheiro, mas admito que possa ter sido da gripe. Ou do perfume ser muito bom.

Porque Moçambique não é assim tão longe

"Se cuidas de mim eu…
eu cuido de ti também
Dentro da minha mão
eu guardo-te bem
Se amarmos do principio
se perdermos tudo outra vez
vou marcar-te bem
como um sonho vão
dentro da minha mão


Se cuidas de mim
eu cuido de ti também
Se vens em paz
eu venho por bem
Se formos bebendo o chão deste caminho
vou guardar-te bem
agora que sei
que não vou sozinho.


por isso vem…
Há uma praia depois sombra
uma clareira para iluminar
Há um abrigo no meio das ondas
tudo é caminho para iluminar
Por isso vem."


Para a Filipa Mesquita

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Notícias de um outro Carlos

O escultor da vida

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia-noite.

É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.

Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição.

Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.

Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.

Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido.

Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho.

Posso sentir tédio com as tarefas da casa ou agradecer a Deus por ter um teto para morar.

Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.

Se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.

O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.

E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.

Tudo depende só de mim.”

Charles Chaplin

Saudades do Carlos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Tempos verbais

"Já não és o que podias ter sido, mas somente o que foste.
E mesmo isso um dia vais deixar de ser."
E é assim, mais nada, amanhã é outro dia.