quinta-feira, 29 de abril de 2010

O primeiro ano do Tomás

Faz no próximo sábado 15 dias que foi a tua primeira festa de aniversário, Tomás! Já viste? Já passou um aninho desde o dia em que te vi pela primeira vez, de azul no berço, no Hospital da Luz.
Toda a semana foi vivida em grande expectativa, principalmente porque não te vi muitas vezes durante o último ano. Não deste por isso porque ainda és pequenino, mas a Mãe tem muita razão em se chatear comigo. Acontece que foi um ano complicado para a tia, com o final do curso e o início do trabalho, que não deixou muito tempo livre para te ir visitar à tarde. Mas não é desculpa, eu sei e por isso a tia compromete-se a estar mais presente, está bem?
Apesar de ter estado muitos meses sem te ver, um dia no final de Março em que a tia foi fazer um exame para a Ordem, combinei com a Mãe ir buscá-la para beber um café ao fim do dia. E quando ela saiu trouxe-te com ela, para nós te podermos ver. Como estás grande, Tomás! Nem te reconhecia! Já não és o bébé minúsculo de olhinhos fechados que desaparecia por entre os muitos cobertores ao meu colo. Tens olhos castanhos escuros e expressivos como a Mãe e fixaste-nos muito tempo, como quem quer saber quem eram aquelas pessoas com quem a Mãe estava a falar. E mesmo sem te lembrares de mim, quiseste vir para o meu colo e puxaste-me o cabelo quando me pus a falar com a avó sem te dar a devida atenção. Achei-te uma piada doida, só te queria levar comigo para casa.

Ora depois desse dia, comecei a ansiar pelo teu dia de anos, que reservei na agenda como sendo só para ti. Fui com o tio Ivo comprar uma prenda e a pedido da Mãe compramos-te também uma bola. E quando chegou o dia foi a loucura total! Apareceste à porta de chapéu e orelhas de peluche a condizer com umas que a mãe também tinha na cabeça. Havia balões de todas as cores e feitios e um bolo com o teu nome e a família toda reunida. Mas não quiseste outra coisa que não a bola. Quais brinquedos e balões e bolos quais quê! Só querias jogar à bola. E como não te consegues ainda equilibrar, tive de te agarrar por debaixo dos braços enquanto tentavas ser o Cristiano Ronaldo. E que grandes pontapés deste tu! O tio Dani que não pôde estar connosco ficou orgulhoso quando lhe contei. Já tem companhia para jogar à bola na praia, já que o resto dos tios e a Mãe nunca alinham com ele.
Basicamente deste-me cabo das costas Tomás, mas não me importei nada! Foram não sei quantas horas contigo de joelhos ou curvada atrás da bola, contigo ao colo a mexer nos balões, a tirar fotografias, a explorar o resto dos brinquedos, a ver outros meninos a jogar à bola enquanto a Mãe e o tio Ivo bebiam um café. A Ti Bia a certa altura disse estar espantada por tu não estranhares a minha presença e pedires tanto colo meu. Gosto de pensar que é por sentires que sou da família, apesar de ainda não me conheceres bem.
Quando nos despedimos fizeste beicinho, mas prometi que nos veremos em breve e assim espero que aconteça neste já próximo fim de semana. Até porque quero que a Mãe me dê as fotos dos teus anos, para eu actualizar as molduras.
Quando cresceres mostro-te estes posts que vou escrevendo sobre ti e prevejo que não vais ligar nenhuma, porque hás de estar mais interessado na tua nave espacial (supondo que seja esse o interesse dos jovens em dois mil e ... vinte? vinte e cinco?). Mas faz parte de se ser família ouvir aquelas frases género: "ai eras tão pequenino quando tinhas um ano e fazias bolhinhas com a boca". Ao menos sou uma tia fixe, que não te envergonha porque até escreve que tinhas o talento do Cristiano Ronaldo (que há de ser uma referência tão afastada para ti,como é para mim o Eusébio, mas o tio Dani depois explica-te que era um grande jogador do início deste milénio).
Beijinhos e continua a crescer.

Coisa horrível trabalhar 8 horinhas....

No outro dia, estava eu a entrar no Metro para ir buscar o meu carro que deixei estacionado ao pé da Faculdade e ir finalmente para casa, eram para aí umas 10 e tal da noite, quando me deparei com um dos cartazes da nova campanha da Sumol, que dizia o seguinte:




O pormenor relevante disto tudo, é a mensagem escrita em letras pequeninas: "Quando esse dia chegar, não lhe fales".
Ora eu, que tinha entrado no escritório às 8 da manhã, estava com uma dor de cabeça daquelas em que se pondera seriamente saltar para a frente do comboio, apeteceu-me agarrar numa caneta e acrescentar: "mas dá-lhe o número da Sofia, que ela com certeza que não se importa de ter um horário assim!"
A Sumol arrisca-se a perder uma consumidora se insistir em continuar a gozar com quem tem dias de trabalho de 14 horas.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Momento "What The F***???" de hoje:

Já alguma vez vos aconteceu, ao pedirem a um colega apontamentos para um determinada cadeira na faculdade, que ele/ela prestáveis e amorosos fornecem no dia seguinte, e quando estão à espera de meia dúzia de exercicios e mais umas coisas (porque vos juraram que a cadeira é fácil e faz-se num instantinho) vos aparece à frente um calhamaço (enfâse no calhamaço...) de notas e teóricas e exercicios e exames?

WTF???

Não me inscrevi para isto... onde é que eu assino para me ir embora...? onde..? ah.... pois.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Post mais estupido à face da história

Ontem fui à Farmácia com a minha mãe e quando estava ao balcão reparei num post-it que estava junto ao computador do farmacêutico que nos estava a atender. Dizia RICE, com as letrinhas separadas em Rest, Ice, Compression e Elevation, como um dia tu me ensinaste ao telefone, quando eu jazia inválida de muletas com um tornozelo torcido a estragar as minhas férias algarvias.
Fiquei tão esvaziada de tudo, que nem cumprimentei o Pedro, que saiu de dentro do armazém nessa altura para ir atender uma pessoa e tentou um sorriso simpático. Arrisco-me a ficar sem amiguinhos de Farmácia, principalmente agora que ele tirou os óculos e está mais giro, segundo a minha mãe. Problemático. E tudo por causa do arroz.
Só por causa disso vou aqui ouvir Damien Rice enquanto trabalho e pensar em batatas fritas.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Boas memórias

Recebi mesmo agora um e-mail do Bruno cujo assunto era "Memories" e eis que quando abro, vejo que trás o link para o youtube do novo single dos Muse.

E é tal e qual o concerto que vimos no Pavilhão Atlântico em Novembro passado.

O mesmo palco, a mesma montanha de gente, se calhar, com alguma sorte, ainda passam imagens da Tour em Portugal, mas maybe we will never know.

Trás boas memórias, eu, o Bruno, a Maria João e o Gonçalo algures mais ou menos para o lado ou para a frente.

Uma das melhores bandas de sempre, um dos melhores concertos da minha vida, a melhor noite do mês de Novembro.

Vejam que vale mesmo a pena.


terça-feira, 20 de abril de 2010

Sabes que andas no Técnico quando...

...Achas perfeitamente normal calcular a inversa do Sudoku;
...Afirmas que a tua paciência não tem limite na recta acabada;
...Passas noites no Aquário a tentar pescar alguma coisa de Álgebra;
...Pões o telemóvel a despertar para te lembrares de ir dormir;
...Conheces melhor a localização das máquinas de café do que a das casas-de-banho;
...Pesquisas Maddie no MatLab e achas genial o resultado ser "Maddie Not Found";
..."Põe o teu vector na minha base!" é uma frase de engate completamente aceitável;
...Tens colegas que se deitam à 1h da manhã por terem estado a discutir integrais;
...Dizes que a tua nota a Álgebra irá estar contida em qualquer vizinhança epsilon de zero e achas normal;
...A tua nota de Cálculo, por sua vez, tende para 0 +;
...Reconheces o integral no símbolo do IST;
...Ficas chocado quando um certo professor muda de roupa e tiras foto para comprovar que aconteceu mesmo;
...Acreditas verdadeiramente que a cara dos Transformers foi inspirada na planta do IST;
...Te ris da piada "Temos uma variável qualquer x, chamamos-lhe y...";
...Falas de música como se fosse Álgebra ("Quando mudamos de escala estamos a usar uma matriz mudança de base");
...Álgebra passa a ser a tua religião – não percebes nada e aceitas tudo;
...Não precisas de bússola: orientas-te pela Torre Norte e pela Torre Sul.

Entre outras coisas.

Constatação parva, mas ainda assim, verdadeira

O volume de trabalho começa a ser preocupante quando uma pessoa se apercebe, ao chegar o final do dia com a bexiga a rebentar, que não conseguiu ir fazer xixi uma única vez durante a tarde toda.

Bom dia alegria!

"so the story goes or so I've heard it said
that you left your land to trade for a place
so far away, so out of date
that only you could understand
and at the ceiling of my feeling
backed up against the wall
sweet thing you know I'd fall in line

You better dig
and take a look inside yourself"

Sheeee wants to be freeeeeee, canto eu para mim própria, à medida que escrevo a oposição à injunção de hoje. A seguir estou a pensar em escrever uma petição para que os Dispatch sigam o exemplo dos The Cranberries, façam as pazes e venham tocar a Portugal para comemorar a amizade com sol e praia! Heim? Não?!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dedicado à Margarida, ao Ivo e ao Daniel

Can anybody help me? I'm outta plans
Guess I left my world in somebody's hands
I don't like to hurt but, everyone gets weak
Someone to rely on that's what I really need

Now here we stay, it's all that we're worth
I've been through the pain and been dragged through the dirt
Whatever they tell you were bigger than words
I've been where you're standing, I know how it hurts

Let this be a song now and this be our day
And we stand together, we'll be okay
'Cause we're survivors, we're making it work
Expecting the best when they hope for the worst

One love, this is the way we found
One love, even though they'll let you down
One love, nobody's perfect now
One love, don't let that hold you down

One love, let's stick together now
One love, we got to stand our ground
One love, it's easy to believe in
One love, believe in you and me, one love

Now I could try and fix this all by myself
But I know it'd turn out better if you help
No one likes to hurt but, but everyone gets weak
Someone to rely on that's what everybody needs

Now here we stay, it's all that we're worth
I've been through the pain and been dragged through the dirt
Whatever they tell you were bigger than words
I've been where you're standing, I know how it hurts

Let this be a song now and this be our day
And we stand together we'll be okay
'Cause we're survivors, we're making it work
Expecting the best when they hope for the worst

One love, this is the way we found
One love, even though they'll let you down
One love, nobody's perfect now
One love, don't let that hold you down

One love, let's stick together now
One love, we got to stand our ground
One love, it's easy to believe in
One love, believe in you and me

One love, it's one love
I'm here to tell you it's one love, oh
One love, said it's one love, sing with me one love
One love to be, oh, one love, that's all we need, one love

terça-feira, 13 de abril de 2010

Leituras de aquecer o coração

Há dias em que mesmo as pessoas de quem esperamos tudo nos conseguem surpreender. Há dias em que mesmo aquelas pessoas que já dizem e fazem tanto, dizem e fazem ainda mais.
Ontem foi um desses dias.
Tiraste-me o coração do peito e, talvez por ser dia mundial do beijo (sem dúvida uma coincidência ao gosto da nossa mente pervertida), acarinhaste-o nos braços e deste-me um beijo nas feridas, no que tenho de bom e de mau. Tomaste-me por inteira, sem quereres saber das arestas farpadas de uma vida (vá, 23 anos) de encontros e desencontros, de voos e quedas, "de tampos estragados e a ver as noites a passar".
Esta semana consta que vai estar de chuva mas o sorriso que tenho na cara, vai durar até domingo de certeza.
Porque, já um dia o disse, não interessa se a amizade vem de trás, se é profunda ou meramente circunstancial, se é para sempre ou se se vai desvanecer com o passar do tempo. Interessa sim, a cumplicidade que se cria nos momentos de calor em tardes frias, o que se diz sem sequer ser preciso dizer nada e o que se sente quando por fim se decide falar.
Por entre capas pretas e serenatas que pintam a nossa vida a dois tons e braços dados em passeios rua do Coliseu abaixo, quer tenhamos por companhia imperiais a dois euros em tampos de mesa instáveis para afogar desilusões em que o brilho da noite foi menor do que se esperava (o que não faz mal, porque é a escuridão do de vez em quando que dá cor às estrelas, quando estas aparecem para brilhar), ou cafés com dois dedos de conversa numa qualquer esplanada à porta do ISPA.
Seja quando e onde for, presencialmente ou via tecnologia, regularmente ou de tempo em tempo, sinto que é um privilégio ter-te na minha vida.
Mas ontem, mais que em todos os outros dias, soube-me a ouro ler de que cor pintas a nossa amizade.
Porque conhecemo-nos de preto e branco e assim nos vamos vendo a maior parte das vezes, mas há toda uma tela de cores que partilhamos, mesmo nas noites mais escuras.
Nesta semana, o meu céu tem um arco íris desenhado. E chama-se Gonçalo.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Note to self: dedicar-me à pesca

Escrevia o meu amigo Gonçalo no seu blog na terça feira: "E quantas vezes me interroguei no meio das dúvidas e das angústias, que nunca aprendi a pescar."
E assim de repente, lembrei-me do Carlos e dos botins pouco sexys, mas impermeáveis, que ele me ofereceu pelos anos.

É preciso é alargar os horizontes

Hoje cheguei ao escritório e eis qual foi o espanto dos meus colegas, quando me pus a discutir o Benfica durante meia hora.
E por entre o meu discurso inflamado "à lá gajo", consegui incluir palavras como "contra-ataque", nomes de jogadores, comparações de faltas com jogos anteriores com o Braga e comentários sobre a falta de iluminação divina do Jesus na escolha do plantel.

Fiz muitos amigos sentirem-se orgulhosos, na certa.
Soubesse eu jogar Poker e tornava-me no sonho de filha do meu pai.
Se o Direito não render dedico-me à bola.
É preciso é ter as opções em aberto.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Nightswimming

Podia escrever, mas acho que hoje não é dia.
Eu vou lutar. Não sei como, nem com que armas, mas não vou quero baixar os braços enquanto te vais embora. Não vou desperdiçar os melhores anos que tive na vida, deitá-los fora. Quero mais que fotografias e que recordações. Quero continuar a vivê-las todos os dias. E sei que tu também queres. Ou querias... Não vou fingir que nada aconteceu, nem enterrar a minha cabeça na areia. É parte minha culpa chegarmos a este ponto, mesmo sem o ter percebido. Por isso assumo e parto ao desafio do desconhecido, a tentativa de mudança, para que as coisas melhorem, para que voltem a ser como antes. Como tu gostavas. Vamos estar mais, viver mais, amar mais. Redescobrimo-nos de novo, em cada olhar, em cada gesto. Vamos cantar a plenos pulmões que existimos e que queremos continuar a existir. Vamos agradecer termo-nos encontrado um dia e termos chegado aqui. Eu agradeço, e tu também agradecias.
Sei que as coisas não mudaram do dia para a noite, sei que estás confuso. Eu também. Perdeu-se qualquer coisa que não sabemos o que é, nem onde a perdemos. Era mais fácil termos um culpado, mas a vida é assim. Mas temos que acreditar em nós, não estivemos enganados este tempo todo, se estamos juntos é por alguma razão. Porque faz sentido. Porque somos nós. Vamos dar a oportunidade a nós, de nos inventarmos de novo.
Porque eu sinto a tua falta. E tu costumavas sentir a minha.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Só podia ser segunda-feira

A segunda-feira é o dia mais estúpido que alguém algum dia inventou.
Porque se não é o trabalho são as pessoas.
Se não são as pessoas é o tempo.
Se não é o tempo é a falta dele.
Se não é o computador é o telemóvel.
Se não é a manhã é a tarde.
E a noite sabe sempre a pouco, quando se pensa que faltam 5 dias para a paz do fim-de-semana.
As segundas-feiras deprimem-me, porque acabo sempre por me chatear.
A previsibilidade é uma coisa maravilhosa. Ou não.