terça-feira, 26 de julho de 2011

Desabafo 2

Hoje sinto-me derrotada. Vazia. Sem forças.

Hoje sinto-me como se o mundo tivesse ganho a corrida e eu tivesse ficado para trás.

Hoje tenho vontade de desistir. E de chorar. Imenso.

Hoje só quero ficar sossegada no meu cantinho pequeno, lançar a toalha ao chão, gritar que aceito, que não vale a pena, que já chega.

Hoje precisava de umas palavras de motivação que não tenho. De ninguém. Nem um abraço para me enxugar as lágrimas.

Hoje precisava de ti. De sentir que não estou sozinha contra o mundo. A levar porrada em vão, a torto e a direito, sei eu lá bem porquê. Mas tu ias achar que estou mais uma vez a ser fraca, menor, pequena. Que me coloco automaticamente numa alcofa para ser tratada como uma criança que quer colo e faz birra quando a vida não lhe corre bem. Por isso, ainda bem que não estás. Não ias ajudar.

A verdade é que mesmo querendo ser forte e mostrar (a mim própria) que me aguento perfeitamente de pé sem ajuda tenho os meus momentos de fraqueza. E sim, são frequentes. Porque aguento esta luta todos os dias por uma ideia (possivelmente irrealista) de que vou conseguir alcançar um objectivo, que se calhar é demasiado alto para mim. Mas eu nunca fui pessoa de fugir aos desafios. Queria sempre o mais dificil, o que desse mais luta. A assim continuei, a tentar, a insistir. No entanto, estes anos todos depois, não sei até que ponto esta é uma luta ( A luta) que não consigo vencer.

E hoje precisava de ti. De um lado de ti. Da tua sabedoria. Dos teus anos a mais de vida, do que aprendeste neles. Do carinho, da fé, da força. Das coisas boas que vias na vida e em mim. Mas não tenho mais. E é algo a que me tenho que habituar.

Vou levantar-me na mesma e tratar os meus arranhões e nódoas negras. Vou encher-me de ligaduras e pensos rápidos e preparar-me para mais um round. Onde vou levar pontapés mais uma vez. E vou estar sozinha. Mais uma vez. Mas há-de haver um dia em que já não levo mais pancada. E aí vou perceber que nunca precisei realmente da tua ajuda para me curar. Era apenas isso, uma ajuda. A cura fazia-a sempre sozinha. Internamente. Em mim. Tu só ajudavas.

Mas eu até me considero uma mulher de sorte porque no meio desta confusão toda, desta falta enorme que sinto cá dento, de esperança e de fé e de amor que cura, tenho sempre alguém que me conforta e me faz parar de chorar apenas com meia dúzia de palavrinhas cheias de força e carinho, onde me consigo encostar, por momentos, a tentar retirar alguma esperança no dia de amanhã.

A dar calma e apoio. De lá de longe, numa ilha no meio do Atlântico. ´

À Cláudia.

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