Hoje foi um dia importante para ti. Um dia que imaginei muitas vezes na minha cabeça. Imaginei que estava ao teu lado, a ajudar-te, a corrigir gralhas, que te levava à faculdade e depois, quando saísses da secretaria, te abraçava aos gritos no corredor, Já Está, Já Está! Como gritei quando soube que tinhas sido aceite no mestrado, há uns dois anos.
Hoje, foi um dia importante para ti. E eu não estive lá. Hoje foste lá sozinho, festejaste sozinho, abraçaste outras pessoas. Hoje, sentes-te mais leve, e eu não consigo partilhar da tua alegria perto de ti. Não consigo também sentir que fiz parte desse processo. Mas fiz. Estive lá, ajudei, acalmei, dei tudo o que tinha. Existe de certeza algo de mim, neste teu dia importante. Mas eu não sinto. Só sinto o vazio. E choro. Sinto que este dia que imaginei na minha cabeça saiu ao lado. Como um sonho esquisito que temos, e depois acordamos. Quero acordar. E quero fazer este dia como o imaginei. Mas não posso.
Hoje, foi um dia importante para ti. E para mim, foi o primeiro de muitos dias importantes que nada mais têm a ver comigo.
Estou muito feliz por ti. Muito. Apetece-me meter o mundo num embrulho e oferecer-te de prenda, por esta grande vitória. Mas além de sentir isso, no meu lado mais egoísta e sombrio, a tua conquista sabe hoje a fracasso meu. Porque não fui capaz de chegar até aqui. Não consegui. Falhei.
Hoje, dói um bocadinho mais do que doía ontem. Mas amanhã já dói menos outra vez.
Muitos parabéns. Estou orgulhosa de ti. Mesmo. E sei que vais ter uma defesa brilhante.
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