quarta-feira, 26 de maio de 2010

Saudades

Consta que há muito que não escrevo nada de jeito.
Mas para quem me conhece bem, é bom sinal.
Hoje venho cá para dizer, apesar de achar que não vais ler, que fui buscar ao armário as galochas que me ofereceste. Decidi ir à pesca.
Ainda tenho medo da água, mas não vou sozinha.
Imagino-te o sorriso na cara.
Imagina o meu :)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Esta semana

Esta semana decidi mudar de vida. De segunda a sexta.
E não é que com essa decisão voltei a reparar que os dias de verão são mais bonitos?
Explico tudo quando conseguir assentar todas as minhas ideias.
Até lá sejam felizes.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Bandas sonoras das nossas vidas

"Oh we couldn't bring the columns down,
Yeah we couldn't destroy a single one,
And history books forgot about us,
And the Bible didn't mention us,
Not even once.
You are my sweetest downfall,
I loved you first."
*
Regina Spektor - Samson

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ora bem!


Porque como dizia a Samantha do Sex and The City "There is no such thing as bad publicity!"

O António é que tinha razão

Ora pois que hoje é dia da visita do Papa Bento XVI a Lisboa .
E não é que eu o vi a passar no seu automóvel?

Sinceramente não vou muito à bola com o senhor, tenho um problema com alemães nazis, que é que se há-de fazer, e a complacência do dito senhor para com os padres pedófilos não ajudou à criação de boas relações entre nós.
Mais ainda que fundamentalismos, irritam-me as falsas morais e o não querer ver. Para síndromes "pala de burro" que só vê a cenoura à frente já basta a politica. Acredito que o papel da Igreja é outro, que a mensagem da Bíblia é outra e que o papel do Papa é sem dúvida outro.
Tanto eu como a minha irmã tivemos uma educação católica, estudámos a bíblia, íamos à missa ao Domingo, professámos a fé de branco e velinha. Mas chegou a certa altura do nosso entendimento, em vésperas de crisma, em que a Igreja deixou de ter respostas para as nossas dúvidas, em que o diálogo passou a cacique, em que sentimos abrir num buraco entre o que consideramos ser a evolução do pensamento e da sociedade e o dogma, entre os ideais da moralidade, do respeito, da solidariedade e da rectidão que retirávamos daquela religião e a máquina milionária que move o mundo chamada Igreja Católica. A falsa moral, repleta de vícios e com falta de virtudes.
Foi altura de quebrar, guardar o que é de bom e evoluir.
O que perdemos de fé ganhámos em tolerância. O que não nos salva de ir parar ao inferno como disse um dia o Paulo (ou Pe. Paulo mais cedo ou mais tarde) à Isabel, para sua estupefacção. Mas adiante.
De facto, as liturgias a propósito da Equipa d' África e a missa da minha benção de finalista creio terem sido as únicas a que assisti nos últimos 6 ou 7 anos, salvo um ou outro velório.
Em conclusão, não sei se acredito em Deus, o que acho que significa que talvez não acredite mesmo. Mas gostava, genuinamente, de ser uma pessoa de fé. Creio que a fé ajuda a combater a solidão e cultiva um certo sentimento de pertença. Mas eu nem optimista ando, quanto mais com fé.
Mas independentemente disso e voltando ao Papa, Herr Ratzinger, esteja à vontade para vir conhecer o meu país e ir comer ali comer um pastelinho de Belém, ora essa, faça favor.
E foi exactamente no carro, que eu hoje o vi, na Rotunda do Marquês, vinha eu da Infante Santo a tentar chegar ao escritório, "Desculpe lá menina, mas agora não pode atravessar, porque o Papa vem aí, ninguém vai para a estrada agora!". Lá fiquei eu à espera, de autorização para atravessar a rua, em pela praça do Marquês, lá o senhor passou, não no papa mobile, mas num carro qualquer, disse adeus às pessoas que ali estavam repimpadas à tuga, como bem disse o Artur que acabei por encontrar no meio da multidão.
Foi para Belém, qual rei mago, rodeado de escolta policial (afinal existe policia em Portugal, quem diria!), com helicópteros da força aérea e sei lá mais o quê. Muito me ri com o Victor há bocado quando lhe ouvi dizer que tanto aparato policial o inibiu de sacar de um cigarro, não fosse levar logo um tiro de sniper por julgarem que trazia alguma arma no bolso. Uns levam incenso e mirra para Belém, este foi lá comprar uns pastéis, acho bem.
Aliás, é como dizia o António Silva ao Ribeirinho no filme "A Vizinha do Lado".
- "Eu não lhe disse, que a primeira coisa que se faz quando se vem a Lisboa, é ver os Jerónimos?"
Hoje disse adeus ao Papa e ele adeus a mim, por isso acho que fiquei abençoada. E nem em importei com a chuva. Era água benta!

"Bentanias" em Lisboa

Hoje quis ser diferente e vim para o Técnico às 8 da manhã. É um sítio engraçado para se estar de manhã, as pessoas a subir a Alameda descansadinhas, os passarinhos a cantar. Um mimo.
E ainda por cima hoje vem o Sr. Papa. Vai estar Bento em Lisboa, hoje, como diz o meu amigo Fernando. Muito Bento. A pobre da Sofia, que trabalha uma rua abaixo do sitio onde o Sr. Papa vai dormir é que vai ter um dia interessante, a mostrar o BI e a ser revistada pela polícia de cada vez que puser os cotos fora do escritório. O que deve ser, em média, umas 40 vezes.
Senhores Polícias, a minha irmã tem sempre, de manhã, ar de terrorista, de quem tem bombas na pasta, e vontade de mandar meia Lisboa (ou meio mundo, porque não?) pelos ares. Por isso não liguem, sim? Ela é boa pessoa, no fundo.

domingo, 9 de maio de 2010

Hoje somos Campões

e hoje relembro aquela noite em que tinha um jantar no Chiado, à 5 anos atrás, em que até pessoas nuas eu vi, em plena Avenida da Liberdade.
Mãezinha, tu que tens um jantar hoje, boa sorte em conseguir andar nessa parte de Lisboa.
Porque é que não vão festejar para outra estátua, sei lá, a do Camões? Ou a do D.Pedro IV?
Se calhar o Sr. Sebastião José de Carvalho e Melo era benfiquista e eu não sabia. Contra isso, batatas.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A minha capa

Costuma-se dizer na tradição académica, que a capa do traje do estudante é parte de si objectificada. Um estudante que decida viver a vida académica da sua cidade, a Faculdade como um todo, muito mais amplo que as aulas e os livros e o curso, comprou de certeza o traje nos primeiros anos da Faculdade (e não na véspera da Benção das Pastas, como também os há), vestiu-o várias vezes, andou assim de dia, de tarde, de noite e pela madrugada, riu e chorou, bebeu e ficou a seco, sonhou e desesperou e assim cresceu. É uma imagem bonita, vista pelos olhos de quem, como eu, acredita, que a tradição académica é um rito de passagem na antecâmara da vida adulta, na qual o preto e branco nos ajudam a alcançar a clareza necessária para pintar o resto do nosso caminho a cores.
O meu traje foi comprado em Tuna, por altura em que deixei de ser caloira, com a minha Madrinha e com as minhas irmãs (de tuna), numa roda viva de fotografias e tira e experimenta saias e casacos.
Vivi com ele vestido alguns dos melhores momentos da minha vida, pintei com aquelas cores algumas das amizades mais bonitas que trago comigo. Apertei a alarguei a saia, vi as camisas a perder a cor, comprei por necessidade o meu segundo par de sapatos. Cada pin oferecido conta a sua história, cada emblema da capa tem a sua razão de ser. Nunca o lavei, nem à capa, que é coisa que muito enoja a minha avó (que nem sonha com metade das situações que aquele traje já viveu).

Hoje de manhã, separei a capa do resto do traje e trouxe-a comigo para o escritório. Vamos passar o serão na Praça do Município porque é dia de Serenata a Lisboa. E apesar de não dar para trajar por completo, por o horário ser demasiado apertado, entre escritório e pós graduação, não fazia sentido para mim aparecer nos Paços do Concelho sem capa. Sem a minha capa.
Porque juntas apanhámos molhas de proporções bíblicas (já que falámos de Ovibeja há pouco, lembraste Filipa?), juntas passámos noites sem dormir, juntas rimos e chorámos e sonhámos com música como pano de fundo ou por entre o silêncio dos olhares e das palavras guardadas.
A minha capa conta a minha história, dos meus tempos de estudante, trás nas fibras gastas as lembranças de quem me tocou e na costura e nos rasgões o nome de quem amei e ainda amo.
E a Serenata a Lisboa é isso tudo, é o amor à Cidade que nos formou, a esta morrinha que nos aperta o peito a que chamamos de Saudade quando lembramos o que vivemos e quem passou por nós.
Voltamos hoje à Praça do Município, minha querida capa, onde te apaixonaste um dia, por isto tudo e por nada em particular, onde te rasgaram por amor e te baptizaram por engano.
Hoje vais quietinha e calma nos meus braços para me proteger do vento (caso o haja) e compensar algumas ausências.
Já estamos em Maio e hoje é dia de Serenata a Lisboa. E ainda só estamos a dia 3
.

Datas

Fez este sábado que passou 3 anos que eu e a Filipa fomos à Ovibeja.
Este ano foi a vez do Presidente da República.
Claramente somos muito mais à frente.

Desejos absurdos

E tudo o que ela queria, era que lhe escrevessem uma declaração a pasta de dentes no espelho da casa de banho.

Preconceito?


Sabes que estudas no Técnico - Continuação

Quando achas bonita a frase "Se eu sou coseno ao quadrado de x e tu és seno ao quadrado de x, tu e eu somos um."

Oremos

Electromagnetismo é como a religião. Acreditamos e não perguntamos porquê.


"Santa resistência que estais no céu, santificada seja a lei de Ohm,
venha a nos toda a tensão, seja feita a lei de Kirchoff,
assim nas tensões como nas correntes,
a impedância de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos o curto circuito
assim como nós perdoamos o circuito aberto
e não nos deixeis responder em frequencia
e livrai nos de todos os condensadores...Ohm"

domingo, 2 de maio de 2010

E foi assim em Setúbal

Porque apesar de estarem mais não sei quantas pessoas no Auditório, a namorado de um solista pensa sempre que ele está a cantar apenas para ela.

E foi uma estreia tão bonita, com um dos poemas mais lindos que há.
Aqui ficam com a versão do Rodrigo Costa Félix, acompanhado pelo Mário Pacheco. A do GSFMH, pode ser que a vejam por aí, num qualquer canto da cidade.
" De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive,
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor que tive ,
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure..."