quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Fim de ano

Hoje acordei com uma fé desgraçada que 2010 vai ser um grande ano.
2009 foi um ano muito difícil, intenso, de mudanças e reviravoltas. Foi um ano de reflexão introspectiva, de balanços de vida, de mudança de vida.
Olhando para trás, constato que, no que toca a mim, se dividiu claramente em duas metades distintas.
Toda a vida fui menina de mandar bitates sobre a vida dos outros, julgo que o termo politicamente correcto é conselhos. Mas em 2009 percebi que lia para lá do olhar dos outros, mas não conhecia a minha própria alma. E isso era condição para conseguir sobreviver a este 2009 que estava a ser tão áspero, com tantos buracos. Melhor que conseguirmos ver onde pomos os pés, é saber de antemão onde é que estão os buracos. Nunca se sabe quando a chuva nos vai toldar a visão. Então pus mãos à obra e aventurei-me nessa jornada que foi descobrir, afinal, quem era esta Sofia que todos os dias acorda na minha cama.
Descobri inseguranças que achava que não tinha, medos que escondia a sete chaves, lados da minha personalidade que se explicam, por obedecerem a um padrão que eu não sabia que existia, e que afinal condiciona toda a minha maneira de estar, de pensar e de amar.
Foi o ano em que conheci o quão frágil somos mas ao mesmo tempo, quanta força temos dentro de nós.
Foi a segunda metade do ano, a chamada fase zen de 2009, amplamente ilustrada neste blog. 2009 foi o ano em que me deixei prender por uma solidão pesada, mas ao mesmo tempo em que me libertei. Em que deixei de criar expectativas, de fazer planos, porque a ressaca dos planos, que outrora fiz e que foram por água abaixo, era grande. E foi crucial para acabar o curso, momento feliz de 2009 no ranking logo depois de conseguir arranjar estágio.
E pela primeira vez no ano consegui respirar.
E como ontem escrevi ao Carlos, faz muito bem respirar, oxigena o cérebro.
É aqui que me encontro hoje, a 31 de Dezembro, no meu nicho zen, em tons de amarelo, a condizer com a minha camisola, que construi algures a meio deste ano defunto, com paredes já mais sólidas, que os materiais que antes utilizava, mas sempre prontas a serem derrubadas por algum avanço da tecnologia. A necessidade aguça o engenho e 2010 é o ano em que me vou especializar na arte de ser feliz.
Hei-de continuar a escrever, quiçá o livro que a Filipa tanto pede, e que o Carlos já prefaciou. Porque gosto muito de pensar. E porque penso ao sabor da escrita. É talvez uma psicose minha, querer ter os pensamentos ordenados, a contrastar com o caos em que vivo no dia-a-dia. Escrever arruma-me a cabeça. Não desejo ser perfeita em 2010, é importante continuar a ser única, agradável com um leve toque de desiquilibrio.
Hei-de continuar a alimentar loucuras e a seguir o que o coração me manda fazer. Chamam-me impulsiva mas não me importo. A vida para mim não faz sentido se não for vivida intensamente. Pensar que podia ter feito uma coisa que acabei por não fazer é pior do que viver arrependida.
Acho por isso, que acabo 2009 da melhor forma, sem mágoas, nem sapos entalados na garganta em relação a ninguém que me seja querido. Tenho alguma nostalgia gravada nas pedras de alguns cantos da memória, bocadinhos da minha alma que volta e meio revisito, sonhos que ainda não esqueci e que gostava que se tivessem concretizado, mas como escreve a Mafalda Veiga são "vestígios de guerra/que não sei apagar" e na verdade, nem quero, porque, no fundo, somos a soma das nossas vivências e eu não troco as minhas, porque mesmo as tristes já foram em algum momento felizes. E as felizes que eu vivi são intemporais.
Desejo a todos os que me lêem e seguem por mais um ano, uma fantástica noite e um belíssimo 2010. Que seja recheado de alegrias e sucessos, com muita paz, saúde e algum dinheirinho. Com dias e noites quentes mesmo quando faz frio, com sorrisos rasgados na cara de quem amamos. É uma nova década, todo um mundo de possibilidades. Vai ser um grande ano. É só acreditar nisso.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A melhor prenda de sempre

Este ano recebi um prefácio como prenda de anos.
O Carlos escreveu-me um prefácio e é o prefácio mais bonito que eu já li. Fez-me rir, comoveu-me, todo ele está salpicado daquele humor que é só dele. Não ter livro quase que não interessa. Se calhar ele é que devia escrever um livro. Ou mais prefácios.
"Só podemos ser felizes se conseguirmos ser e fazer aquilo que queremos."
Palavras destas valem efectivamente por mil imagens.

Um dia hei-de ir aqui


Tailândia

sábado, 26 de dezembro de 2009

Começam os desejos para 2010

Este é um deles.


E agora vamos imaginar que em vez de isto ser em Itália, é a República Checa e que em vez do Mar Mediterrâneo estar atrás de nós, está o Castelo de Praga ou a Ponte Carlos.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Mau tempo

O temporal que se sentiu ontem manteve-me acordada a noite toda.

Caraças, não pode uma pessoa fazer anos tem logo que cair o mundo e mais um par de botas??

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Falta uma semana

Falta uma semana. Uma semana e estarei oficialmente um ano mais velha. Espectáculo! O balanço ao ano foi positivo. Em todos os aspectos. Muitas mudanças. Muito amor. Muito estudo. Muitas serenatas. Muitos janteres e lanches e almoços e cinemas. Muitos sorrisos. Muita raiva por muitas injustiças. Muita tristeza por coisas que não são reconhecidas. Muitas amigas que se foram fazendo. Muito trabalho. Muita Tuna, com T grande. Muita risota. Muitas actuações inesquecíveis. Com a Simone de Oliveira. No Coliseu. No Porto, em Faro, eu sei lá. Muita coisa que foi aprendida. Muita coisa que foi esquecida. Muita música. Muito sol. Muito calor e muito frio. Hoje então foi terrível, gaita!
Muita coisa aconteceu. Mas ao fim ao cabo, sinto que foi mais do mesmo. Foi tudo sentido, foi tudo bom (até o mau é bom, faz bem), mas não houve aquele click, aquela sensação de avançar... Quero o ano da viragem. Do curso feito, de sair de casa e fazer a minha (a nossa) vida, das novas responsabilidades.
Espero que não demore muito a chegar... E o primeiro passo, senhor professora, era fazer um testezinho fofinho no sábado, para eu despachar a última análise que me falta, não era? Era era...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

É para isto que serve o retrovisor

Na sexta feira ia no Metro a caminho do escritório, na minha rotina diária da última metade do ano, quando entraram na estação da Cidade Universitária duas miúdas com um código civil novo nos braços.
Caloiras da FDL, pensei. Códigos naquela zona de Lisboa só podem vir da Clássica e estes ainda tinham capas de aspecto luzidio. Ao fim de um ano o brilho começa a diminuir, os post its a aumentar, a lombada a estalar. No fim do curso já contamos com 3 na prateleira.
"Quando me licenciar, vou mandar encadernar o meu com capa rija", dizia o Rogério em Julho, na última época de exames. "Vale uma licenciatura este código!"
Lembrei-me, como se tivesse sido ontem, de quando fui comprar o meu, com o Ricardo à Almedina do Saldanha, dias depois de saber que tinha entrado na FDL. Recusei o saco porque o quis levar na mão. "Queres é exibir que agora estudas Direito", disse ele para me picar. Pois queria. E que orgulho senti durante todo o caminho para casa, com o meu novo código civil nos braços, repleto de palavras que eu nunca tinha lido em mais lado nenhum.
Mas voltando ao metro, as ditas caloiras sentaram-se à minha frente e reparei que traziam também o livro do Prof. Oliveira Ascensão, o recomendado para a cadeira de Introdução ao Estudo do Direito.
Perguntei-me divertida se seria a edição refundida. O que nós nos riamos por aquela edição do nosso ano ser "refundida". O que quer que isso quisesse dizer.
Alheias aos meus pensamentos, as duas miúdas debatiam o teste que tinham feito e avançavam prognósticos para o exame já marcado para Janeiro. Eu ainda sou do tempo em que os testes de Dezembro e Janeiro eram pouco importantes, na medida em que os exames só chegavam em Junho. Como também ainda sou do tempo em que Teoria Geral do Direito Civil era leccionada no segundo ano. Coitados dos caloiros que têm de levar já com aquele, que para muitos, é o cadeirão do curso.
Mas lá continuavam elas a debitar a ladainha que haviam decorado do que é uma norma, das fontes de direito, o Costume como uma prática reiterada com convicção de obrigatoriedade. Não há jurista que não se lembre disto.
E de repente lembrei-me do meu primeiro teste de Introdução, que coincidiu ser também o primeiro que fiz na Faculdade. Tive 14 e achei que ia ser assim o curso inteiro. Isto afinal faz-se com uma perna às costas, pensava eu, habituada a dezoitos no Secundário. Não foi e não fiz. Na altura, li todas as páginas que saiam duas vezes, deviam rondar as 150 (foi provavelmente a única vez que tive de estudar menos de 500 páginas de uma vez) e fiz resumos à terceira leitura. Achei que ia ser assim o curso inteiro e também não foi. Naquela altura ainda estudávamos na sala de estudo, eu, a Patrícia Penaforte, o Berhan, o Bernardino, a Vanessa, a Teresa e a Andreia. Também achei que ia ser assim o curso inteiro e mais uma vez não foi.
Os anos passam, as turmas mudam, a matéria aumenta, o tempo diminui, os lugares e os hábitos vão sofrendo alterações. Cinco anos parecia imenso e passou a correr.
Cheguei finalmente a Picoas e ao levantar-me para sair, deitei um último olhar às duas miúdas de calças de ganga e camisola de gola alta colorida, com os códigos civis na mão.
Olhei para o meu reflexo na porta do metro que entrava agora na estação e a única coisa que reconheci em mim foi o fio que trazia ao pescoço. Era da minha mãe, foi oferecido por um colega dela por altura dos anos, numa viagem que fez a Barcelona. A miúda que usava calças de ganga e camisolas de gola alta coloridas foi substituída por uma de camisa, calças de fato e saltos altos. Ironia é o facto do cabelo estar exactamente do mesmo tamanho de como o usava no primeiro ano, depois de me habituar o resto do curso inteiro a mante-lo comprido.
Saí do metro e chegando à rua, passando à porta do Picoas Plaza, fui obrigada a atravessar para o outro passeio devido às obras, não quisesse eu encher os sapatos de lama. No meu primeiro ano, quando vinha estudar para o Picoas Plaza com a Vanessa (será que estudámos lá Introdução?) tenho a certeza que se houvesse obras, eu e os meus ténis continuaríamos descontraidamente em frente.
Mas a vida obriga a desvios, abre obras a meio caminho para destruir estradas e construir outras. Chama-se crescer.
E há que ir contornando a sinalização, respeitando os avisos, sempre com o olhos no horizonte.
Mesmo que isso implique dar uma volta maior de saltos altos.
As miúdas sairam ou no Marquês ou no Rato, com os seus sonhos e terão as suas próprias experiências. Para mim, já passava da hora de ir trabalhar.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Porque é que não posso trabalhar? Porque são 4 da tarde!

Das coisas que eu acho mais incrível neste país, é as horas a que os serviços públicos encerram.
Conservatórias, Finanças, Câmaras Municipais e Tribunais, 16 horas e toca de não atender mais ninguém.
E os Tribunais ainda encerram à hora de almoço.
A Justiça não anda, não é por culpa dos advogados, que estão nos escritórios até às tantas da noite. É porque não há ninguém para os atender.
Nas seguradoras, chega às 17 horas e ála dali para fora que não se pagam horas extraodinárias. Só os burros, que é como quem diz, a minha mãe, que tem isenção de horário é que ficam tipo escravos.
Trabalha-se muito em Portugal.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Resoluções de ano novo

Primeira resolução para o ano 2010: vou escrever um livro.

E hei-de enfiar para lá a palavra Jurista para fazer a vontade ao Carlos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Início de semana

Hoje acordei com dois tímidos raios de sol a entrarem-me pela janela do quarto.
No meio da escuridão característica do inverno, dois focos de luz rompiam pelas persianas da minha janela, atravessavam o azul dos cortinados e iluminavam a minha almofada. O céu estava cheio de nuvens, a estrada estava molhada, os vidros do carro embaciados, mas estes dois raios de sol mantiveram-se ali até eu acabar de me vestir.
Quando saí de casa e entrei no carro, vi um sol escondido atrás de uma nuvem preta mas pouco carregada, daquelas meio rarefeitas, que andam lá no alto a ameaçar chuva mas pouco saturadas para encobrir totalmente o sol. E por isso lá estava ele a dizer-me olá, a relembrar-me que amanhã é feriado por isso vou apanhar menos trânsito na estrada e mesmo que chegue atrasada ao escritório, a maior parte deve ter feito ponte, a Priscila ainda não voltou da República Dominicana por isso não vai haver reunião, logo vou ter o dia todo para pôr em dia o trabalho que não fiz na semana passada quando estive doente.
O sol hoje deu-me um beijo de bom dia e deixou-me feliz. Até me fez vestir um vestido e tudo. Para ser um dia em grande, só mesmo se logo à noite fosse beber um copo, rir e dançar um bocadinho.
Porque hoje é segunda-feira, mas amanhã é feriado. E o sol entrou-me hoje pela janela do quarto.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Algum dia tinha de ser

"And if we were walking
Down a dead end street
Would you be the one to let our eyes meet
Or would you just keep on walking
Down to the turn around
'cause you know I'd be proud

If you call my name out loud
Do you suppose that I would come running
Do you suppose I'd come at all
I suppose I would"

Dispatch - Out Loud

Mas já aprendi que não faz mal.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Há dias inúteis

Ando a dizer, desde que comecei a trabalhar, que preciso de férias.
Que tenho saudades dos tempos de Faculdade quando às vezes, (juro que era só às vezes mãe!), ficava na cama ou no bar durante a hora daquela (ou daquelas) Teóricas, tão interessantes, que era melhor nem ir para o Professor não se distrair no raciocínio com a minha sede de aprendizagem, tal seria o número de perguntas que eu iria fazer.
Contudo, o plano que eu tinha em mente para não ir trabalhar hoje, não era ficar de cama, constipada, ranhosa, a lacrimejar, rodeada de papel higiénico para me assoar, com os Metallica a fazerem um test sound dentro do meu cérebro.
Something went very, very wrong with my plan.

Gosto das sextas feiras (mesmo quando não tenho tempo)

Todos os que me conhecem sabem, que o meu dia negro é a segunda-feira.
O início da semana provoca-me comichão, mexe com o meu sistema nervoso, tudo me irrita. As pessoas vêm do fim de semana com energia a mais, com muita coisa para dizer, muito stress porque oh-meu-Deus-já-só-faltam-5-dias-para-a-semana-acabar-e-ainda-não-se-fez-as-trinta-mil-coisas-que-eram-para-ter-ficado-feitas-na-semana-passada. Parece que tudo anda a correr, que toda a gente teve epifanias no domingo sobre coisas urgentes que não podem passar de segunda-feira.
Eu venho do fim-de-semana feliz, relaxada, ensonada, a querer começar a trabalhar devagar, a querer começar a minha semana em paz. Nunca acontece, por isso segunda-feira é dia não no mundo da Sofia.
Contudo, as sextas feiras são o melhor que há.
Acordo bem disposta, as horas passam rápido, apetece ir sair, estar com os amigos, porque nos próximos dois dias, os saltos altos vão ficar nas caixas, as calças de ganga vão sair do armário, não é preciso meter rimel para ir à rua.
Há tempo para respirar, para sorrir, pra fazer parvoíces.
Por isso, normalmente, sexta-feira à noite é comum esta menina não parar em casa (ou pelo menos é o que dizem os meus pais).
Na sexta feira passada não foi excepção e arranjei logo um plano para ajudar a passar o dia: boa música com o Tó no Chiado, dois dedos de conversa com a Mesquita no Hostel, jantarada de comemoração dos 19 valores na tese da Loira e copos a acompanhar. A isto eu chamo um programa perfeito.
Claro que nem sempre tudo corre de feição.
Cheguei ao chiado e a música já tinha acabado, a conversa foi curta, cheguei atrasada ao jantar.
O tempo é uma coisa estúpida. Mas o que importa no fim de contas, é a maneira como se dá a volta ao tempo que se tem.
Por isso, do alto da minha boa disposição de quase fim-de-semana, transformei a música, para a qual não cheguei a tempo, em café e boa conversa, a visita à Mesquita, para a qual não tinha tempo, em três abraços, meia dúzia de novidades e uma promessa de lá passar sem horas de sair, o jantar para o qual cheguei atrasada em copos, muitos copos, muita gargalhada, muita conversa dúbia, muito brinde.
Resumindo, sexta-feira passada, foi uma noite de gajas, à antiga, com gajas antigas, companheiras de copos, de festivais de verão, de conversa sem nexo, de gargalhadas parvas, que começou no Palpita-me com muita cerveja; mas por outro lado, nova, porque quando chegámos ao Plateau a apresentação foi, estas são as minhas amigas Psicóloga e Bióloga que já é Mestre.
Estranho. Mas o tempo tem destas coisas. Passa por nós mesmo quando não damos por isso e quando nos apercebemos já estamos de ressaca, a tentar sacudir da cabeça a imagem de ter estado a dançar com a Andreia como se o Quim Barreiros estivesse a tocar em cima do palco.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Para terminar o fim de semana em beleza

Hoje foi dia de ver os Muse no Pavilhão Atlântico.
O bilhete já cá cantava desde Abril.
O PA estava esgotadissimo, não havia lugares livres. E percebeu-se porquê.
Grande concerto. Desde os efeitos de luzes até à setlist.
Amanhã é dia de trabalho e estou podre. Estou rouca de tanto cantar, cansada de tanto saltar, mas tinha de vir partilhar a minha felicidade antes de me ir deitar. Foi uma entrada directa para o meu top de concertos.
A minha máquina fotográfica avariou e o meu telemóvel está de baixa há não sei quantos meses também, por isso desta vez não fiz videos. Mas aconselho a quem tenha curiosidade a procurar no youtube, que já lá andam videos porreiros para dar um cheirinho do que foi. Quem não conhece Muse, faça uma primeira tentativa. É que ver espectáculos destes vale a pena. Quem conhece e não foi ver, roa-se de inveja! Adeus, que me vou deitar feliz.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sorrisos e paredes cor-de-rosa

Este é o post que eu queria ter escrito no fim-de-semana, mas que não consegui escrever, porque andei quarto dentro quarto fora a fazer mudanças.
Dois anos depois de ter a minha irmã a acampar no meu quarto e uns dias depois de ter ido acampar eu para o quarto dela, tenho finalmente o meu espaço arranjado.
Livre de humidade (isto agora parecia piada tvi)!
Mais, armei-me em doida e decidi pintar uma parede de cor-de-rosa para ver se os meus dias ganham nova cor.
É urgente voltar a entrar em modo Zen, animar o espirito, acalmar as dores da alma e do coração, deixar o negativismo ir com a chuva até ao fundo da rua, para longe.
Na sexta feira tive uma noite como não tinha há muito tempo.
Mais concretamente há quase 5 meses.
O tempo é um conceito que me persegue. Nunca tenho tempo para tudo o que quero, o tempo acaba, já não é tempo de. E nos últimos quase 5 meses tem sido um recurso escasso na minha vida. Porque a minha vida mudou na segunda metade do ano e passei a viver dentro de uma estrada muito estreita. Não havia tempo para mudar de faixa. Entre o final do curso com os últimos exames e o início do estágio, deixei de ter tempo para revisitar pessoas que não andam na mesma estrada que eu, mas que mereciam um desvio.
Na terça um deles fez anos e combinou-se guardar a sexta feira para um festejo só nosso, os quatro amigos de trás, de outras eras, de outros sonhos, de outros dias e noites, de outra vida.
Há tanto tempo que não estavamos juntos e caramba, soube-me tão bem.
O quão eu precisava de estar com eles, de voltar às minhas raízes. Porque foram eles que me viram crescer, que me conhecem melhor que ninguém e que, por isso, se chateiam comigo com mais frequência que todas as outras pessoas. Mas que no meio da confusão, da falta de tempo, das estradas que não se cruzam durante quase 5 meses (ou 5 anos...) me amam e apoiam incondicionalmente. Sem perguntar porquê ou como ou quando. Sem falsos olhares ou falsas modéstias. Com tudo o que se tem a dizer em cima da mesa, os pratos limpos, os pontos nos i's, com opiniões divergentes como toda a gente, mas com a certeza aceite há muito tempo, de que temos as costas uns dos outros seguras, num género de "You jump, I jump, Jack!"
Porque a verdadeira amizade é isso mesmo. É no meio das discussões e das desilusões que cada um provoca no outro, estar sempre assegurada aquilo que é importante, que é o laço que une as pessoas. E nós os quatro somos muito diferentes, damo-nos mal muitas vezes, desiludimo-nos mutuamente constantemente, mas sabemos que vamos ser melhores amigos até sermos velhinhos (e andarmos a meter vodka no saco do soro, como me escreveu a Go na minha fita).
Porque de cada vez que nos juntamos, dizemos tudo sem dizer nada, o mundo são quatro pessoas e cinco minutos transportam-nos até aos dias de escola sem preocupações, sem decepções e responsabilidades.
Iniciei esta semana mais leve, mais optimista, mais feliz.
Porque o que importa é quem nos guarda para sempre, quem nos sorri com a alma e com o coração e que nos faz esquecer que já são 4 da manhã e se trabalhou 10 horas.
E não houve saltos altos que me impedissem de dançar como se tivessemos de novo 17 anos. Porque, para todos os efeitos, quando ouvimos esta música mal entrámos no bar, o Dani e nós os 3, fazíamos 17.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Só porque hoje joga o Benfica



Só hoje voltei a ouvir esta música.
Gostei desta versão porque o João Gil não toca a minha parte preferida daquela maneira.
Fiquemos assim então.
Cada um com a sua maneira, cada dia com a sua memória. Os acordes de hoje são diferentes dos de ontem e ainda bem. Já tenho saudosismos que cheguem.

sábado, 14 de novembro de 2009

Forças

Por vezes dou por mim a pensar, o que só por si é um acto fantástico, na quantidade de vezes que uma pessoa pensa que tudo lhe corre mal. Aqueles dias "Caraças, mais alguma coisa, hein?!?", quando as partes são maiores do que o todo. Ir ao médico e descobri que há (mais) alguma coisa errada, o farol do carro que fundiu, a multa da EMEL no belo do párabrisas, a luz que se apagou, aquela prestação que caiu no banco, ou aquele exame que "fica para o próximo semestre".
Hoje tive um dia desses. Ou gritava aos céus pela má sorte, ou reunia forças para lutar. Forças que já não sei de onde vêm, pois o ponteiro já indicava reserva há muitos kilómetros. Mas quando cheguei a casa, olhei em redor (não muito, para não me dar conta da desarrumação, que a malta aqui anda em obras e está tudo de pernas para o ar), sentei-me na cama e pensei. Momento bolha, por uns segundos. Respirar fundo, tipo zen, e entrar naquele sitio da instrospecção, onde só te ouve a ti e nada te afecta. E pensei na familia, ali em baixo, a fazer o jantar, no amor da vida, em casa, na vida dele, nos amigos. Na vida que ainda tenho, e que ninguém me vai roubar. Nem que tenha que lutar.
E aí, abri os olhos, arrumei a tralha, e fui comer qualquer coisa, restabelecida do pânico, de cabeça erguida não sei como, com a esperança de que tudo tem solução.

Normalmente perguntam-me "Porque é que a vida custa tanto e é tão injusta?", e eu respondo "Porque se não fosse, não lhe davamos valor!"

Porque todos temos uma Canção de Madrugar



A minha é esta. Brilhante esta homenagem ao grande Ary dos Santos...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Quanto tempo são oito minutos?



Acho que há poucas músicas que me toquem tão fundo como esta. A maior parte das vezes, é a letra que nos faz relacionar com a melodia. Neste caso é simplesmente a música. Entra cá dentro e arrepia-me dos pés à cabeça. Nunca vi o filme, nem nunca fui a África, que é onde se passa a trama. Mas para o caso pouco interessa. Tenho história e imagens de sobra para me relacionar e fazer dela banda sonora.
Não sei se me entristece, se me enche de esperança, mas também, sentimentos de difícil definição é o que mais tenho dentro de mim. Demasiadas prateleiras, demasiadas caixas.
Amanhã é dia 14 de Novembro, caso alguém ande perdido no calendário.
Eu pessoalmente, vou para Leiria para ver se me esqueço do meu.
Hoje não é dia para pensar.
Salvo durante oito minutos que é quanto dura a música.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Essencial

Queria escrever sobre tristeza e mágoa, mas estou demasiado triste e magoada para isso.

sábado, 7 de novembro de 2009

Fui...

Tocar pó Festival, com a Tuna, hehe.

Adios

Isto não acabaaaar beem...



João Só e os Abandonados

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Não é defeito é feitio

Não sou uma pessoa perfeita. Nunca o desejei ser.


Acho que a graça está nas imperfeições, são os erros que nos tornam humanos e é a capacidade de errar sempre com 50% de garantia que faz com que as decisões acertadas saibam tão bem.


Tenho muitos defeitos, uns mais faceis de lidar que outros, mas tento que não se façam notar. Não para que me vejam como perfeita, mas para tentar não parecer ser demasiado imperfeita.


Acho contudo que, quando esse esforço é frustrado, não é por falta de tentativas minhas.

Acho que tenho bom coração e nunca quis deliberadamente errar. Um dos meus maiores defeitos, aliás, é lidar mal com os meus fracassos, exactamente por me custar muito quando percebo que erro, que magoo, que desiludo quem não queria desiludir, por mais subjectivo que seja o erro, que o é sempre.

Consome-me e deprime-me.


Mas o que me entristece e magoa verdadeiramente é quando transportam os meus defeitos para o plano da regularidade, como se todas as minhas acções estivessem sempre condenadas a estar minadas pelos meus defeitos. É inevitável, está a abrir a boca, vai sair asneira, sem sequer ninguém olhar para a intenção por detrás da acção.


Quem é de Direito sabe que a intenção é tudo. O animus, a vontade. Sem vontade não há dolo, há negligência e tudo muda de figura. As penas são atenuadas, algumas até são excluídas.


Preciso saber quando erro, para me poder melhorar como pessoa. Mas não posso aceitar ser descontextualizada, que me retirem o animus, que achem que falo sem pensar, sem propósitos definidos, sem ideias, sem me preocupar com o que sai e quem atinge. E pior ainda, que achem que me é completamente indiferente aperceber-me que realmente atingi alguém.


Porque nas minhas lutas interiores estou sempre em constante aprendizagem, a tentar ser melhor, independentemente do número de atestados de incompetência que me queiram passar.

Não consigo aprender como andar com a minha vida para a frente, mas em relação a tudo o resto ainda não perdi a esperança.

Ao menos a isto já estou "habituada".

Vou para o Algarve tocar. Bom fim de semana

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A transbordar

Hoje comprei uns óculos novos
Precisava de substituir os meus, que nas últimas duas semanas pareciam ser propriedade do Harry Potter, tal era a quantidade de fita cola a prende-los literalmente à vida.
Os novos são cor de rosa, para ver se alegra um bocado os meus dias que andam meio cinzentos.
Como me andava a queixar de ver cada vez pior, fui fazer a actualização das dioptrias para comprar também novas lentes e foi então que descobri que, afinal, estou a ver melhor que há cinco anos atrás, data em que comprei os últimos óculos. Andava a ver mal porque os defuntos estavam demasiado graduados para as minhas necessidades actuais.
Achei genial.
Esta foi só mais uma coisa que descobri ter a mais na minha vida.
Ultimamente tem sido temático perceber que ando mais cheia de coisas do que era suposto andar. Demasiada graduação nos óculos velhos, demasiado trabalho, demasiadas saudades, demasidos nós na garganta, demasiado entulho na alma, demasiadas feridas no coração.
A única coisa que parece faltar é o sono e o ar. Tudo o resto tenho demais da conta.
Odeio o mês de Novembro.
Acordem-me quando for dia 30 (ou 29 à noite já que tenho bilhete para os Muse no Pavilhão Atlântico).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Palavras que não são minhas

"não queria ter-te deixado partir mas sinto que não era a mim que me cabia decidir. Queria ter consigo falar-te, depedir-me, queria ter conseguido dizer-te o quanto te quis na minha vida, queria ter-te mostrado o quanto te admirei durante tanto tempo, queria ter-te tido comigo e queria ter-te comigo agora. tanta coisa haveria para dizer... mas no fundo seriam só palavras. fomos demasiado tempo um só Malabaço. agora somos 2."
*
Plagiado do blog http://cinzenta.blogspot.com que eu gosto tanto.
Porque há dias em que terceiros conseguem dizer tudo o que nós não conseguimos.
Há um ano atrás senti que esgotei o que tinha para dizer.
Hoje a Rita diz por mim.

domingo, 1 de novembro de 2009

Porque dizes que eu já não escrevo nada

Há umas semanas descobri uma música perfeita para ti.

E canta-se com dois sentidos, ambos com Sentido. Assim:


A Marte, vou a Marte
Se é o que tu queres, eu vou a Marte

Amar-te, vou amar-te
Se é o que tu queres, eu vou amar-te...

João Só e os Abandonados


Agora diz lá que eu não te escrevo nada...

Estou a ficar velha

Ontem saí do Lux ás 7 da manhã.
Hoje estou a arrastar-me pela casa a preparar-me psicologicamente para amanhã ir trabalhar.
Estou no auge da minha juventude, mas há dias em que acho acho que já não tenho idade para isto.

Jantar da mini-saia aka dia em que me furtaram a carteira

Porque os dias e as noites que por vezes correm mal, têm sempre momentos bons.
Estes são alguns que ficaram registados em fotografia.
Os outros ficam só na memória.
Mas uma coisa é certa: as mini saias fizeram sucesso. Entre ladrões e não só.










quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Lição de Italiano 101 - Os plurais

Ragazza -> Ragazze
Ragazzo -> Ragazzi

Serpente -> Serpenti

Università, Foto, Computer -> Não fazem plural

Nota escrita no guardanapo de papel do restaurante Kostkafé em Génova por Filipa Oliveira

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Actualização a pedido

Este post é escrito a pensar na minha Filipinha, que é provavelmente a leitora mais assídua deste blog. E é exigente ao ponto de refilar por, ao contrário de outros fins de semana em que escrevo muito, neste último que passou não ter escrito nada. E nem sequer ter actualizado a informação de que a minha carteira apareceu. Às vezes dá comigo em maluca, mas é porque gosto dela como se fosse da minha família. Aliás, os amigos são a nossa segunda família não é? E eu tenho a sorte da minha ser composta por pessoas extra ordinárias.
E para fazer a vontade a ela em especial, informo então que a minha carteira apareceu de forma sui generis. A realidade foi, que apareceram os meus documentos todos, e quando digo todos quero mesmo dizer todos, talões do multibanco que tinha, pacotes de açúcar, bilhetes de avião, guardanapos de papel, apareceu tudo! Tudo enrolado num elástico daqueles de atar papel, no caixote do lixo dos correios do Largo Camões.
Resumindo, esvaziaram-me a carteira toda, TODA, e cuidadosamente deixaram ficar tudo o resto. E não, a carteira não era de marca XPTO, foi comprada no Freeport e custou-me 10 euros.
Mas era podre de gira, por isso eu até percebo o ladrão. Ou a ladra.
De qualquer das formas, fico muito agradecida por me ter poupado o incomodo de ter de tirar uma tarde do escritório para ir criar raízes na Loja do Cidadão para fazer todos os documentos. Ainda há ladrões com princípios.

In truth

"I wouldn’t want you to want
To be wanted by me
I wouldn’t want you to worry
That You'd be drowned within my sea
I only wanted to be wonderful
And wonderful is true
In truth I only really wanted
To be wanted by you"

Damien Rice - The rat within the grain

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Constatação de fim de semana

Há quem coleccione peluches.
Eu colecciono pares de luvas de ex-namorados.
Se a algum ex namorado meu que esteja a ler isto lhe faltar umas luvas, ligue-me porque estão com certeza no meu recém arrumado roupeiro.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O homem que me ensinou Direito Constitucional

"À primeira vista, não podia haver mais diferenças entre o político da extrema-direita francesa Jean-Marie Le Pen e a nova esperança do Partido Comunista português, a jovem deputada recém-eleita Rita Rato. Ainda assim, cuidado com as aparências. O homem da Frente Nacional afirma recorrentemente que o Holocausto foi apenas um "detalhe" na Segunda Guerra Mundial e já foi condenado várias vezes em tribunal por isso. Quanto à nossa deputada Rita Rato, com 26 anos e uma licenciatura em Ciência Política, em entrevista ao "Correio da Manhã" confessou que não sabe se há violações dos direitos humanos na China, nem tem informação sobre o que eram os campos de concentração da antiga União Soviética, que apesar de tudo "admite que podem ter existido".
A primeira reacção a que muitos de nós cedemos quando somos expostos a opiniões enviesadas e negacionistas como nestes dois casos, é achar que podemos travar um debate contra estas pessoas. Ilusão. Não podemos debater contra preconceitos. A segunda reacção é diferente; pode ser resumida nos seguintes termos: deixar que eles falem. O Holocausto e o Gulag não são matérias de discussão.
Não é preciso ter estudado a fundo os dois assuntos para perceber que aqueles que negam que tivessem existido, ou que recusam a sua condenação de maneira clara, estão a expor uma posição falsa e, pior que isso, baseada na mais ostensiva má-fé.

No entanto, se deixamos que falem é porque ainda acreditamos na velha metáfora que define a liberdade de expressão como um "mercado de ideias". Nesse mercado, para que a verdade prevaleça é preciso confrontá-la com uma falsidade qualquer: as opiniões verdadeiras tendem a expulsar as opiniões falsas. Para podermos recordar os atropelos dos direitos humanos na China, precisamos de uma Rita Rato para nos avisar que não tem a certeza se essas violações existem. Tudo isto é muito certo e até explica porque criminalizar a negação do Holocausto e do Gulag são más estratégias do ponto de vista que mais nos interessa: assegurar que numa democracia as opiniões estúpidas e extremistas, existindo, nunca deixem de ser minoritárias.
Ao mesmo tempo, existe aqui um problema que fica por resolver: há sempre alguém que acreditará no que diz Rita Rato, exactamente como Rita Rato começou por acreditar no que outros dentro do Partido Comunista lhe disseram, a ponto de o ter vindo reproduzir cá para fora com tamanha fidelidade.
Dizem os psicólogos que o extremismo político é uma questão grupal: os racistas ficam ainda mais racistas na companhia de outros racistas, as feministas mais feministas e os negadores do Gulag mais negadores; são sempre as "companhias". Por outras palavras, se precisamos de Rita Rato para expressar o que sabemos ser falso, também não queremos a multiplicação de grupos de Ritas Ratos, para que a excepção não se transforme em regra. Graças a Rita Rato, conseguimos verbalizar o principal dilema da democracia.
Confuso? Não fique. "

Pedro Lomba in http://www.ionline.pt/conteudo/29275-bernardino-soares-foste-vingado

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Reflexão Sazonal

Acho que me sinto mais feliz nesta altura do ano.
Claro que gosto do Verão como toda a gente, de andar mais à vontade, com menos roupa, sem o chapéu de chuva e sem 400 casacos e camisolas e chuva e botas molhadas e meias encharcadas... Mas o Outono e o Inverno, o quentinho da nossa casa, a lareira acesa, a mantinha e o chá quente com o nosso alguém, as luzes de Natal, a árvore lá em casa, (os anos aqui da menina.... cof cof), faz-me mais feliz.
Passo o ano deprimida, ou é as aulas ou são as notas ou é o dinheiro ou é a vida, é sempre alguma coisa. Mas nesta altura sinto-me diferente Deve ser a criança que há em mim a querer saltar cá para fora. Acho que nem são são os presentes, é a aura desta altura. Sabe melhor viver no Outono e no Inverno.
Estar de férias é giro sim, ir à praia há quem goste, e o calor que por vezes pode ser um incomodo (é que frio a genteveste qualquer coisa e passa, o calor só se acamparmos em frente à ventoinha, e mesmo assim às vezes não passa!) até sabe bem, mas há uma mística nestas últimas duas estações do ano.
Até a cidade é mais bonita. As folhas caidas no chão, as ruas lavadas pela chuva, o cheiro a terra molhada, o céu carregado mas com algumas abertas de onde sai um timido arco-íris, o quente da casa de onde não apetece sair, o cachecol às cores e as luvas...
Hoje vim de cachecol, um cachecol lindo que me deu a mãe do André, em tons de cor de rosa e roxo, quentinho que eu adoro.Ainda pensei, Para quê, não vai estar tanto frio, vais acabar com ele na mala. Mas a realidade é que assim que pus o pé na rua soube-me bem o meu cachecol. Há aquele frio sem vento, húmido da chuva, a bater na cara, que arrepia a espinha e faz a garganta doer. Frio de Outono, a dizer Ok amigos, foi bom mas agora vamos descer a temperatura e pintar o mundo com outras cores. Com os castanhos, os vermelhos escuros.
É engraçado como até as cores relacionadas com esta estação são mais bonitas que as do Verão e da Primavera. Em vez dos verdes azuis e rosas clarinhos dos tops e das t-shirts, temos os rosas escuros, avermelhados, marrons, terracotas, cinzentos, roxos, castanhos de todos os tons, o preto. São cores mais bonitas para mim, mais formais, mais a sério.
É a altura em que percebemos que a brincadeira das férias acabou, acabou estar de papo para o ar a ver navios. É altura da responsabilidade, de trabalhar, de comer melhor, de estar quente.
De passar tempo com o nosso alguém, de partilhar abraços quentes e presentes bons.
Nem que seja um cartucho de castanhas e um chá de limão

Ainda na senda das descrições invernais

Passei mesmo há pouco pelo cimo do parque Eduardo VII, a caminho do escritório depois de uma tentativa frustrada de citar uma pessoa no domicilio.
E parei uns segundos naquele miradouro mesmo cá em cima, frente ao Palácio da Justiça, que tem vista para o Marquês e para o rio.
E fiquei siderada.
A rua estava toda molhada mas brilhava em tons de dourado porque o sol decidiu aparecer. O rio ao fundo parecia prata, o castelo olhava para mim com a cumplicidade de outras eras e outros dias, as árvores dançavam ao sabor do vento e até o Marquês parecia mais novo.
O vento batia-me na cara e o lenço ao pescoço sabia-me bem, mas o sol, apesar de fraquinho, fez-me tirar o casaco. E o arrepio fez-me sentir viva por dentro. Respirei fundo o cheiro a terra molhada.
"Caramba, que Lisboa é mesmo bonita no Inverno!"
Ainda bem que quando sair do escritório vai ser, mais uma vez, noite cerrada.
Sábado, demoras muito tempo a chegar para eu ir passear?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Estou apaixonada por esta música

"I don't have a choice in this
It's a road I've come upon
You can join us if you want to
Always never seems to work
It's a word we never learned
Time will be the judge of all here

This might take a while to figure out now
So don't you rush it
And hold you're head up high
it's just a matter of time
You've been running so fast
It's the seven day mile
Has you torn in-between here and running away"

The Frames - Seven Day Mile

Começou oficialmente o Outono

E eu sinceramente, já tinha saudades.
O frio cá fora, faz-nos procurar mais o calor que temos cá dentro.
Sempre tive uma panca estranha por Lisboa vestida de cinzento, vá se lá saber porquê.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Arrefeceu

Hoje arrefeceu.
Fui trabalhar de camisa, não tirei o casaco.
Ao sair para almoçar o vento estava fresco. O sol ainda brilhava, mas não o suficiente para entrar na pele.
Hoje arrepiei-me até ao coração.
Mas foi da maneira que senti que ainda o tenho cá escondido.

Já que estamos numa de Tunas

Quarta feira, dia 7 de Outubro, acabada de chegar ao escritório:
- "Sofia, está cá com uma cara! Dormiu mal?"
Sofia pondera o que dizer.
Versão verdadeira:
- "Sabe Dra. é que ontem à noite tive mais uma Noite de Fados e Tunas lá na Faculdade que acabou assim:








"Por isso se não se importa vou buscar ali um balde de café porque só dormi 4 horas e ainda tenho cerveja às voltas no estômago."

Versão que efectivamente disse:
-" Hum... Ha... Foi Dra. tive uma insónia muito grande. Sou assim, isto já passa com um cafézinho..."
Contratar malta da Tuna dá nisto.

"Cheguei a casa e gritei: Tunante até morrer!"

No fim de semana passado preparei-me para ir com a Tuna à Serra da Estrela. Nem sabia muito bem ao que é que íamos. Só sabia que tinhamos sido convidadas para tocar, que era na Serra da Estrela e que o ponto de encontro era na FDL. No caminho para lá recebi o resto das informações: íamos para Vila Nova de Tazem, era um baptizado de um bebé, quem nos convidava era uma família muito rica e a banda da Stella ia tocar também. Porreiro, siga para a Serra.
Dois carros à partida, um com a malta mais nova em grandes cantorias e outro connosco em amena cavaqueira com relatos de uma noite atribulada daquela semana.
Achei interessante ver, que antigamente o carro da algazarra era o nosso e que ali à minha frente estava toda uma nova geração. Chamam-nos, com carinho, de dinoussauras. Que as mais velhas que nós não as oiçam.
O resultado da viagem foi uma noite bem passada, com companhia que eu ansiava rever.
Tinha saudades de tocar, de partilhar momentos com todas elas, de vestir o traje. Comemos muito bem, bebemos muito bem, fomos tratadas como rainhas. Ainda se juntou a nós a Caty, a Caju, ouvi a Stella cantar e dançei com empregados de mesa.
Mas acima de tudo, aqueceu-me o coração sentir que apesar de já não ser estudante, ainda tenho o meu lugar ali ao lado da Pipoca e da Patrícia e que ainda saltam comigo para gritar um éfe érre ú.





Boa tarde, venho participar um furto

Roubaram-me a carteira na sexta feira à noite em pleno Bairro Alto.
Abriram-me a mala sem eu dar conta. Estava rodeada de amigos e sóbria.
Não fiquei espantada, como nenhum dos que me estão a ler deve ter ficado. É do conhecimento público como o Bairro Alto anda inseguro, com cada vez mais gente estranha a passear pela rua, a causar distúrbios e a incomodar pessoas.
O que me espanta é as pessoas se preocuparem unicamente em refilar em relação às horas a que os bares fecham e não se incomodem com a falta de segurança que se sente na rua àquela hora.
Amanhã vou passar momentos agradáveis na fila da Loja do Cidadão. Os meus patronos vão adorar que a minha hora de almoço seja de 4 horas.
Entretanto fui à polícia, fiz participação, abri inquérito. Agora tenho de esperar. Pode ser que a carteira apareça aí num caixote do lixo qualquer.
É uma chatice perder os documentos todos mas custa-me mais perder as recordações e tudo o que guardava que me faz lembrar pessoas e lugares.
O meu bilhete de avião de quando fui a Paris, o bilhete de comboio para Génova, uma aula de italiano dada pela Filipa num guardanapo, um pacote de açucar do Magistic assinado pelo Rui na viagem ao Porto, uma dedicatória do Gonçalo na festa de Halloween do ano passado, 20 coroas checas oferecidas pelo João para serem usadas a beber uma cerveja quando lá fosse visita-lo, um penny de troco num museu em Londres quando tinha 14 anos, fotografias, cartões de visita, o cartão de estudante da FDL, tudo coisas que não se fazem na loja do cidadão e que perco para sempre se a carteira não aparecer.
Preferia que me tivessem tirado o telemóvel. Se bem que o da Patrícia também foi furtado e ela não achou muita piada. Mas sem carteira sinto-me um bocado despida.
Foi uma noite estupida. A única coisa que compensou a semana de trabalho de cão foi a boa conversa que tive com companhias inesperadas. Os elogios às minhas pernas também me levantaram a moral. Ao menos isso, senão começava esta semana de trabalho verdadeiramente deprimida.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Preciosidades do mundo da advocacia

"Então Dra. como é que correu o julgamento?
"Ai o Advogado era cá um estúpido, então não é que andou a pôr em causa a matéria assente em vez da base instrutória? O homem até com a morada embirrou. A juiza chegou a uma altura em que o deixou de levar a sério. Ainda por cima era gordo!"

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Barack Nobel Obama

Obama ganhou o Nobel da Paz.

Epá, não sei. O que é que o senhor fez assim de tão relevante para ganhar o galardão? Ok, deu esperança a um povo que estava à beira da depressão, promove um mundo mais consciencializado e menos focado no umbigo de cada um, sem armas, nem guerra, pró-clima e pró-pessoas.

Mas isso significa ganhar o Nobel? Por outro lado, Al Gore também foi agraciado pelo empenho e luta contra as alterações climáticas... Neste prisma sim, faz sentido.

Eu tenho uma visão do Nobel como o galardão máximo, o reconhecimento, o nome nos anais da História. E sempre para pessoas que já deram o seu contributo e estão no Inverno da vida ou que tenham uma obra muito muito extensa.... Pode ser uma visão redutora, mas o Obama é um gajo tão novo, e se ele se passar da cabeça e agora decidir apoiar as armas de destruição em massa, descongelar os icebergs e poluir os oceanos, só porque o ambiente está out?

Não seo... pessoas novas com grandes condecorações fazem-me confusão. Mas pronto, parabéns senhor Obama, fique lá com o dinheirinho e compre uma prenda à miúdas.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Outono

Consta que vem aí o Outono.
Apetece-me castanhas...

Reflexões

Acho que onde já existiu uma relação de amor, deve continuar a existir amizade.
Senão qual era o objectivo das pessoas se irem entregando ao longo da vida?
Se em principio, são as pessoas que amamos as que mais nos marcam e a maior parte dos namoros acaba, seria um desperdício de vida deitar tudo para o lixo.
Há gelos que precisam urgentemente de ser quebrados e nada tem a ver com falsas esperanças.
Há quem não precise de empurrões para saber muito bem onde é o seu canto.
E há quem já deixou o canto há muito tempo.
Há todo um mundo para andar, sem precisar de olhar para trás, salvo volta e meia pelo retrovisor. É o que se chama ter consciência do que passa por nós.
Vem aí o Inverno e há muito gelo por aí que vai ter dificuldade em derreter.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Porque efectivamente não me esqueci

No domingo telefonei a dois amigos que faziam anos.
Ambos estão agora mais afastados de mim, do que estavam há um ano, por circunstâncias da vida, mas ambos foram importantes à sua maneira, daí a lembrança do dia de anos.
Um ficou em êxtase por falar comigo. Dissemos piadas, prometemos encontro, lançámos gargalhadas. Mostrámos sem precisar de falar, que a amizade é uma coisa simples, verdadeira. Que quando se entra cá dentro ganha-se um espaço vitalício no coração, que pode não ser visitado por muito tempo, mas que se mantém lá. E quando as duas pessoas se cruzam é como se o tempo não passasse.
Porque a amizade não é uma coisa complicada, pelo contrário deve ser fluída, sobreviver às intempéries da vida, aos afastamentos comuns do quotidiano, às mudanças de planos dos nossos dias.
Ao longo da vida, vamos conhecendo muitas pessoas que vamos querendo guardar. Mas só algumas acabam por ficar efectivamente. São aquelas a quem nos entregámos, com quem criámos uma relação mais profunda que a fragilidade dos laços dos ditos "conhecidos". Cada um depois tem o seu lugar, a sua própria importância.
Mas o ritmo alucinante das horas e a agitação dos anos não nos permite estar sempre em contacto com todos aqueles que nos são queridos. A diferença entre a falta de tempo e o esquecimento não é o telefonema no dia dos anos ou o ocasional café, ou a mensagem de x em x tempo. É a alegria na voz no "Olá" que se ouve do outro lado do telefone.
Para mim esta é a simplicidade da amizade.
Mas há pessoas que tendem a complicar.
Pelo menos um deles não complicou, o que já deu o meu domingo por bem empregue.
O outro precisa de continuar a ouvir Rui Veloso mas com outros ouvidos.
Porque eu também sei que "Já não há canções de amor". Mas isso não devia complicar uma amizade.

Rescaldo do fim de semana prolongado

Queria ter escrito na sexta, mas estava exausta.
Foi uma semana intensa, com descargas gigantes de adrenalina. As complicações no escritório, o curso acabado, a falta de tempo para as coisas que gosto, para ensaiar, para ver os amigos, a solidão que às vezes me toca à secretária, a falta de horas de sono. Cheguei a casa ao fim da tarde e só quis dormir.
No sábado, depois de me desforrar na cama, acordei para uma casa em obras.
Tudo acelarado, moveis a voar de um andar para o outro, livros pelo chão, uma confusão.
Dei pouca importância, sentia-me zombi e tinha planos para mais logo.
E aí é que foi.
Café com dois dedos de conversa com amigas de sempre e uma saída à antiga com uma das minhas almas gémeas.
Reparei que não passava tempo de qualidade a descontrair e a conversar há muito tempo e que estamos crescidos. Ambos licenciados, ambos a trabalhar, ambos com responsabilidades. Notei que a maioria das pessoas que se cruzavam connosco naquele lugar, pertenciam à faixa etária dos "14/16 going on twenty" e que o cigarro continua a ser o adereço para ser apelidado de "cool".
Tudo parecia tão longinquo. Outra vida, há muitos anos. A noite hoje era de adultos.
Uns shots num lado, umas imperiais noutro, mais um vokda do outro lado da rua. E agora? Apetece-me dançar! Bora apanhar um taxi e espreitar o Lux?
A ressaca do dia a seguir foi monumental. Nem os guronsan engolidos na horizontal me valeram.
Sem sombra de dúvidas, a ressaca do ano de 2009.
Mas os brindes a nós, ao nosso esforço, às noites mal dormidas, às saídas descombinadas, fez com que valesse a pena ver o tecto a andar à roda até às 5 da tarde do dia a seguir.
Tinha saudades tuas, de te ver e de partilhar a minha alegria contigo.
Sabe bem ver que há amizades que o tempo pode afastar, tirar de primeiro plano, mas que continuam a existir. E que quando as pessoas se juntam, é como se estivessemos a ir para a aula de Alemão, aflitos por a Loreto se ir passar, por não termos feito o trabalho de casa.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Quando o pensamento voa

"Enquanto anoitece,
enquanto escurece
e os brilhos do mundo cintilam em nós
enquanto tu sentes que se quebrou tudo
eu estarei aqui
sempre que te sentires só..."


Mafalda Veiga - Meu Abrigo

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Agora sim

Acabei, acabei, acabei, acabei, acabei, acabei, acabei, acabei, acabei, acabei!!!!!!

É oficial, sou licenciada!

Nove cadeiras a 1 de Junho, licenciatura na mão a 29 de Setembro. Parecia impossível, mas nós é que decidimos o que é ou não possível.

E eu decidi que era. E foi.

Podia escrever que foi difícil, que houve ataques de pânico em Maio, café e bolinhos em casa da Mesquita nas noitadas de estudo na véspera dos exames, qual mãe a cuidar da filha em Junho, lágrimas em Julho, livros a passear pelo Algarve em Agosto, explicações da Patrícia até às duas da manhã e da Nessa durante oito horas seguidas até a cabeça não aguentar mais em Setembro, muita paciência da minha mãe, muita parvoíce da minha mana, muita mensagem italiana da Filipa, muito pragmatismo da Vanessa (5 anos de pragmatismo é muito pragmatismo!) e várias contagens decrescentes de meio mundo que decidiu tirar alguns minutos do seu tempo para me ajudar a não entrar em depressão.

Foram cinco anos complicados e um último especialmente difícil. São alguns aqueles a quem quero dar a notícia. Alguns com quem quero partilhar a emoção, porque sei que vão ficar felizes. A umas pessoas liguei logo, a outras fui ligando, a outras mandei mensagem, a outras ainda não disse nada, mas é porque o tempo é curto e o trabalho longo. Mas todas essas pessoas que eu trago comigo todos os dias, sabem que, de uma forma ou de outra fazem parte da minha vida. Havemos de trocar gritinhos histéricos. Ok essa parte sou só eu.

Não querendo escrever mas escrevendo, não vou dizer mais. Vou festejar e saborear a vitória e se calhar dar um saltinho a qualquer festa que haja por aí. Porque amanhã trabalha-se, mas hoje saíu mais uma Dra. da Faculdade de Direito de Lisboa. E essa Dra. sou eu!

domingo, 27 de setembro de 2009

Sempre quero ver se por aqui passas

Diz que eu agora conduzo aos ésses.
Claramente pessoas cuja condução aspira a ser como a minha.
Humpf....

Ando a ouvir

"Vais tentar encontrar
outro campo com luz
para que possas plantar
e a semente crescer
para que possam nascer
cordas fortes no chão
das que sabem manter
o teu corpo longe do meu."

Tiago Bettencourt - Noite de mais
Porque há tempo de mais para mim.

sábado, 26 de setembro de 2009

O céu brilhou melhor

Passei a DIP.
Passei ontem na oral de DIP.
Passei a Direito Internacional Privado, na oral, ontem.
Passei, passado, feito, feitinho.
Passei ao cadeirão do curso.
Custa a entrar na cabeça.
Será que ontem acabei o curso? Quando é que será que sai a nota do exame de Sucessões para eu saber se afinal ontem acabei ou não o curso?
Hoje não me interessa estas perguntas, as incertezas.
Ontem fiz DIP.
Como disse a Vanessa Gaspar, que ontem se tornou Dra., para nós hoje começa o Verão! E o dia esteve lindo.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

E ainda só é quarta feira

E lá voltou a Mesquita.
E de repente, à minha frente vejo a recepção a que eu não tive direito, aquando da minha vez.
E tu mesmo ali ao lado.
Para ajudar à festa tenho oral na sexta feira e o trabalho anda-me a dar pesadelos.
Esta semana não anda nada fácil.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

All you can do is keep breathing

O pior é que eu bem que inspiro mas não entra nada.
Tenho a alma entupida.
Porque isto de querer estar zen não pode ser. Faz bem bem é andar lixado com a vida.
Aquela gente tira-me o fôlego. E o ânimo.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Odeio Segundas-feiras

Quando o dia corre mal, o melhor a fazer é ir dormir.
Boas noites, até amanhã.

Ps - Amanhã volta a Mesquita. Sempre disse que a semana devia começar à Terça-feira.

sábado, 19 de setembro de 2009

Arrefeceu

Mais um dia em vão no jogo em que ninguém ganhou
Dá mais cartas, baixa a luz e vem esquecer o amor
És tu quem quer, sou eu quem não quer ver que tudo é tão maior aqui
Está frio demais para apostar em mim

Vê que a noite pode ser tão pouco como nós
Neste quarto o tempo é medo e o medo faz-nos sós
És tu quem quer mas eu só sei ver que o tempo já passou e eu fugi
Que aqui está frio demais para me sentir...Mas queres ficar...

Tudo o que é meu é tudo o que eu não sei largar
Queres levar tudo o que é meu e tudo o que eu não sei largar...
Vem rasgar o escuro desta chuva que sujou
Vem que a água vai lavar o que me dói
Vem que nem o último a cair vai perder...

Tudo o que é meu é tudo o que eu não sei largar
Queres levar tudo o que é meu e tudo o que eu não sei largar...
Vem rasgar o escuro desta chuva que sujou
Vem que a água vai lavar o que me dói
Vem que nem o último a cair vai perder...
Não... Não vai perder... Não vai perder!

Tiago Bettencourt - O jogo

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Consciência limpa, alma leve

Devemos sempre pedir desculpa.
Mesmo quando achamos que temos razão. Mesmo que as nossas palavras e acções tenham fundamento lógico, é o nosso fundamento, não é o dos outros.
Há sempre dois lados qualquer que seja a questão e aquilo que para uns é óbvio, é claro, é justificável, para outros é injusto e magoa.
Quando as pessoas se chateiam é muito fácil perder a noção de que o que se diz fica escrito nos cadernos da memória. E a memória é uma coisa muito perigosa. É selectiva e funciona mal. Em vez de apanhar um todo, calcular uma média e com isso fazer o balanço da vida, descontextualiza e constroi planos diferentes da realidade. E o que fica dos outros é aquele olhar em particular e aquelas palavras murmuradas no calor da discussão. Tudo o resto bom que aconteceu é calcado, desaparece. Será que queremos ser recordados assim? Não, não queremos.
Por isso devemos sempre pedir desculpa, por mais que nos tenham também magoado e não o reconheçam. Por mais que as nossas atitudes sejam um reflexo da maneira como somos tratados, do coração que se partiu para fora do barco sem saber nadar, sem que ninguém o socorresse. A outra parte terá a justificação dela, os seus argumentos, um lado que não é o nosso mas que não deixa de ser válido à luz de outros padrões, de outros ideais, de outras vivências.
Se pedirá ou não desculpa não penso nisso. Talvez ache que não precisa. Talvez ache que agiu sempre bem.
Cada um que lide com o juiz da sua própria consciência. Eu pessoalmente pedi porque quero que me guardem como um todo contextualizada no devido lugar.
O juiz da minha consciência absolveu-me.
O meu coração pesa, porque custa tocar nas feridas e saber que ainda existem. Mas a minha alma ficou leve. E no fim de contas é isso que importa.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Pensamento do dia

É nas partilhas, nos divórcios e nas custódias dos filhos, que o lado mau e negro das pessoas se revela.
Quanto às partilhas, a minha patrona tem a teoria de que o melhor é gozar os bens todos em vida e não deixar nada para os herdeiros reclamarem. Discussões de faca e alguidar entre irmãos e primos que brincavam aos cowboys e foram padrinhos de casamento uns dos outros e que agora se odeiam por causa de meia dúzia de talhares do serviço que o avô comprou na China em 1934.
Quanto aos divórcios e aos filhos o ideal é ser civil e cordial. Mas quando uma relação acaba a mágoa que fica para trás muitas vezes impede essa comunicação. Então se calhar é melhor não falar mesmo de todo. Doi imenso, consegue ser insuportável porque nos consome por dentro e no silêncio, mas é preferível que ouvir e dizer que o outro não presta ou é um estupor e um estafermo.
O meu dia hoje acaba da maneira mais depressiva e revoltada de sempre. Quem disse que os advogados gostam destes dramas porque enchem o bandulho com honorários, devia vir experimentar a dor de alma, o choque que é assistir, ler e ouvir os monstros em que as pessoas se transformam nestas situações.
As pessoas continuam a surpreender-me. E raios parta, é sempre pela negativa.