terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sorrisos e paredes cor-de-rosa

Este é o post que eu queria ter escrito no fim-de-semana, mas que não consegui escrever, porque andei quarto dentro quarto fora a fazer mudanças.
Dois anos depois de ter a minha irmã a acampar no meu quarto e uns dias depois de ter ido acampar eu para o quarto dela, tenho finalmente o meu espaço arranjado.
Livre de humidade (isto agora parecia piada tvi)!
Mais, armei-me em doida e decidi pintar uma parede de cor-de-rosa para ver se os meus dias ganham nova cor.
É urgente voltar a entrar em modo Zen, animar o espirito, acalmar as dores da alma e do coração, deixar o negativismo ir com a chuva até ao fundo da rua, para longe.
Na sexta feira tive uma noite como não tinha há muito tempo.
Mais concretamente há quase 5 meses.
O tempo é um conceito que me persegue. Nunca tenho tempo para tudo o que quero, o tempo acaba, já não é tempo de. E nos últimos quase 5 meses tem sido um recurso escasso na minha vida. Porque a minha vida mudou na segunda metade do ano e passei a viver dentro de uma estrada muito estreita. Não havia tempo para mudar de faixa. Entre o final do curso com os últimos exames e o início do estágio, deixei de ter tempo para revisitar pessoas que não andam na mesma estrada que eu, mas que mereciam um desvio.
Na terça um deles fez anos e combinou-se guardar a sexta feira para um festejo só nosso, os quatro amigos de trás, de outras eras, de outros sonhos, de outros dias e noites, de outra vida.
Há tanto tempo que não estavamos juntos e caramba, soube-me tão bem.
O quão eu precisava de estar com eles, de voltar às minhas raízes. Porque foram eles que me viram crescer, que me conhecem melhor que ninguém e que, por isso, se chateiam comigo com mais frequência que todas as outras pessoas. Mas que no meio da confusão, da falta de tempo, das estradas que não se cruzam durante quase 5 meses (ou 5 anos...) me amam e apoiam incondicionalmente. Sem perguntar porquê ou como ou quando. Sem falsos olhares ou falsas modéstias. Com tudo o que se tem a dizer em cima da mesa, os pratos limpos, os pontos nos i's, com opiniões divergentes como toda a gente, mas com a certeza aceite há muito tempo, de que temos as costas uns dos outros seguras, num género de "You jump, I jump, Jack!"
Porque a verdadeira amizade é isso mesmo. É no meio das discussões e das desilusões que cada um provoca no outro, estar sempre assegurada aquilo que é importante, que é o laço que une as pessoas. E nós os quatro somos muito diferentes, damo-nos mal muitas vezes, desiludimo-nos mutuamente constantemente, mas sabemos que vamos ser melhores amigos até sermos velhinhos (e andarmos a meter vodka no saco do soro, como me escreveu a Go na minha fita).
Porque de cada vez que nos juntamos, dizemos tudo sem dizer nada, o mundo são quatro pessoas e cinco minutos transportam-nos até aos dias de escola sem preocupações, sem decepções e responsabilidades.
Iniciei esta semana mais leve, mais optimista, mais feliz.
Porque o que importa é quem nos guarda para sempre, quem nos sorri com a alma e com o coração e que nos faz esquecer que já são 4 da manhã e se trabalhou 10 horas.
E não houve saltos altos que me impedissem de dançar como se tivessemos de novo 17 anos. Porque, para todos os efeitos, quando ouvimos esta música mal entrámos no bar, o Dani e nós os 3, fazíamos 17.

2 comentários:

Pipoca disse...

Acho que te fez muito bem estar com eles e devias fazê-lo mais vezes :)

Ana Rita disse...

que bom ler-te assim. que o sentimento "perpetue".

o tempo é o que fazemos dele Sofia. :)

bom fim de semana!