quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Gosto das sextas feiras (mesmo quando não tenho tempo)

Todos os que me conhecem sabem, que o meu dia negro é a segunda-feira.
O início da semana provoca-me comichão, mexe com o meu sistema nervoso, tudo me irrita. As pessoas vêm do fim de semana com energia a mais, com muita coisa para dizer, muito stress porque oh-meu-Deus-já-só-faltam-5-dias-para-a-semana-acabar-e-ainda-não-se-fez-as-trinta-mil-coisas-que-eram-para-ter-ficado-feitas-na-semana-passada. Parece que tudo anda a correr, que toda a gente teve epifanias no domingo sobre coisas urgentes que não podem passar de segunda-feira.
Eu venho do fim-de-semana feliz, relaxada, ensonada, a querer começar a trabalhar devagar, a querer começar a minha semana em paz. Nunca acontece, por isso segunda-feira é dia não no mundo da Sofia.
Contudo, as sextas feiras são o melhor que há.
Acordo bem disposta, as horas passam rápido, apetece ir sair, estar com os amigos, porque nos próximos dois dias, os saltos altos vão ficar nas caixas, as calças de ganga vão sair do armário, não é preciso meter rimel para ir à rua.
Há tempo para respirar, para sorrir, pra fazer parvoíces.
Por isso, normalmente, sexta-feira à noite é comum esta menina não parar em casa (ou pelo menos é o que dizem os meus pais).
Na sexta feira passada não foi excepção e arranjei logo um plano para ajudar a passar o dia: boa música com o Tó no Chiado, dois dedos de conversa com a Mesquita no Hostel, jantarada de comemoração dos 19 valores na tese da Loira e copos a acompanhar. A isto eu chamo um programa perfeito.
Claro que nem sempre tudo corre de feição.
Cheguei ao chiado e a música já tinha acabado, a conversa foi curta, cheguei atrasada ao jantar.
O tempo é uma coisa estúpida. Mas o que importa no fim de contas, é a maneira como se dá a volta ao tempo que se tem.
Por isso, do alto da minha boa disposição de quase fim-de-semana, transformei a música, para a qual não cheguei a tempo, em café e boa conversa, a visita à Mesquita, para a qual não tinha tempo, em três abraços, meia dúzia de novidades e uma promessa de lá passar sem horas de sair, o jantar para o qual cheguei atrasada em copos, muitos copos, muita gargalhada, muita conversa dúbia, muito brinde.
Resumindo, sexta-feira passada, foi uma noite de gajas, à antiga, com gajas antigas, companheiras de copos, de festivais de verão, de conversa sem nexo, de gargalhadas parvas, que começou no Palpita-me com muita cerveja; mas por outro lado, nova, porque quando chegámos ao Plateau a apresentação foi, estas são as minhas amigas Psicóloga e Bióloga que já é Mestre.
Estranho. Mas o tempo tem destas coisas. Passa por nós mesmo quando não damos por isso e quando nos apercebemos já estamos de ressaca, a tentar sacudir da cabeça a imagem de ter estado a dançar com a Andreia como se o Quim Barreiros estivesse a tocar em cima do palco.

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