segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Não mais, Ary.

"Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!"

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Dezembro

Ora está quase a acabar a primeira leva de frequências deste semestre, que bem vistas as coisas e comparando com os meus anos de Técnico, até nem correram tão mal como normalmente correm. Sou pessoa de me sair terrivelmente mal nas frequências e safar-me mais ou menos em exame final. Mas mesmo assim, não foi desastroso.

Está também a acalmar o periodo de actuações em Tuna. Ora Lisboa (várias), Braga, Coimbra e Açores, este último fim de semana, deram cabo dos meus pés (sapatos apertados!), do meu traje, que precisa urgentemente de ser mandado limpar, das minhas horas de sono. Paciência.

Recebi a noticia que vou ter mais uma cadeira no plano curricular... essas "adições" aumentam o número de cadeiras que me faltam para acabar o curso, obrigada senhores do Técnico, fico muito agradada por gostarem assim tanto de mim que não me querem deixar ir embora. Mas os meus pais ficavam agradecidos se deixassem de pagar propina aos senhores. Sim, porque aquela organização é tão boa, que existe lá no site um sitiozinho todo catita onde cada aluno pode consultar quando já pagou à faculdade, entre propinas e outras coisas. E a minha "contribuição" já dava direito a uma estátuta. Assim de tamanho médio. Em mármore.

Soube também que tenho mais umas amigas "em estado de graça", os respectivos rebentos esperam-se para 2011. Deve estar na moda a procrição em 2010, nova tendência Outono-Inverno, mas como ando alheada não me dei conta, mas tudo bem, que venham com saúdinha é o que importa. E outra amiga acabou o curso, é sempre bom, claramente não anda no Técnico e ainda bem pois precisamos de gente sã e feliz neste mundo, mesmo que sejam psicólogos. Só deus sabe a quantidade de estudantes que precisam de ajuda mental.

A mana lá está noutro escritório, a trabalhar que nem doida, e amanhã enquanto eu gozo a greve geral em casa como qualquer estudante ela vai bulir, cada um tem o que merece ahaha.

E estamos a entrar no meu mês preferido, Dezembro, nada parcial, pois é o mês em que faço anos e é o Natal e come-se chocolate e enfeita-se a casa. É bom, ainda há dias estive na minha antiga rua, em Lisboa, e recordei com saudade os tempos em que ansiava por ligarem as luzes de Natal no topo das árvores e nos candeeiros. Toda a rua passava a ter um cheiro caracteristico a Inverno, a frio, e a luz. Lá estava, toda enfeitada, e soube bem descer a rua como fiz durante 12 anos... pelo menos até à parte em que vi um autocarro atropelar um puto na passadeira, estava tudo bem.

Gosto desta época... acidentes com autocarros à parte.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

É bom ter quem nos acompanhe

Tenho-me vindo a confessar por escrito mais em privado, para mim própria, que publicamente. Tenho escrito muito, mas são confissões inconfessáveis e servem essencialmente para me aliviar os dias e para me transmitir perspectiva. Daí não escrever neste blog com tanta frequência, o que aliás tem sido o mote deste ano de 2010. É impressão minha ou foi um ano pouco blogoliterário?
E por isso peço desculpa a quem me costuma seguir.
A Isabel anda em exames e actuações e sei lá mais o quê, por isso também tem andado calada.
Vamos fazendo o que conseguimos para manter a actividade no blog, mas há fases em que temos de nos virar para nós.
Mesmo assim, volta e meia qualquer coisinha surge e espero que levem esses momentos como um pequeno presente.
Gosto de vocês (quem quer que vocês sejam).

Perdoar

Quando alguém nos magoa, a maior parte de nós considera que o passo a seguir é tentar esquecer.
Tentar apaziguar a dor, enfia-la dentro de um saquinho com uma data de pedras e deitá-la ao mar para ver se afunda e o coração alivia. Porque a dor corroí-nos as entranhas, tira-nos o equilíbrio e cega-nos de maneira que não conseguimos ver as coisas boas da vida, que se cruzam connosco todos os dias.
Há uns tempos atrás percebi que esse mecanismo de ultrapassagem das desilusões é rasteiro.
Um slipery-slow como dizem os americanos.
É muito fácil deixarmo-nos enganar por ele, pela face convidativa que ele transmite de que tudo fica encerrado lá longe, não se tem de lidar, não se tem de enfrentar, acabou.
Mas a verdade, é que as coisas só se ultrapassam se olhadas de frente e mais que esquecer, o que efectivamente encerra os assuntos é o perdão.
Perdoar é a nossa maior virtude.
Porque esquecer nunca se esquece verdadeiramente.
Mas perdoar é a maior virtude que o homem possui (se a souber utilizar), uma vez que tem o dom de transformar a memória (o maior handicap do homem) em páginas leves e irrelevantes do livro da nossa vida.
Mas exactamente por ser uma virtude, é de difícil alcance. Se fosse fácil não lhe seria dado tanta importância e valor. Chamam-lhe acto altruísta, mas quem vê altruísmo nisto, quase como uma concessão que se dá ao outro é porque olha de uma perspectiva errada.
O perdão é dos actos mais egoístas de todos. É egoísta no sentido em que decidimos travar o carro dos nossos sentimentos e inverter o sentido da marcha. Deixo de me afastar de ti e volto para ti. Ou de outra maneira, deixo de chocar contigo e volto a acompanhar-te lado a lado. E assim os eventos deixam de mexer connosco, a mágoa desaparece, a fúria esvai-se e a alma fica mais leve.
É egoísta porque transmite-nos maior bem estar que a dor provocada pela desilusão. E quem considera que a resignação e o esquecimento é que trazem os maiores benefícios está mais uma vez redondamente enganado. Quem perdoa pensa mais em si, no seu bem estar que no do outro. Porque consome mais energia não perdoar.
Obviamente isto só é verdade nos casos em que se estima ou estimou quem nos magoou e nos casos em que o objectivo é apaziguar uma actual relação crispada, que outrora foi serena. Nos outros casos não se aplica porque simplesmente ninguém quer saber de ninguém, é cá se fazem cá se pagam e siga a dança.
Mas voltando ao case-study: perdoar é uma virtude egoísta, no sentido em que nos poupa energia.
Em relação à outra parte pouco ou nada acresce, na medida em que o acto não desaparece, não nos ficam eternamente gratos pelo acto do perdão e uns dias depois tudo quase como se desvanece nas areias do tempo.
Ora tudo isto parece muito bonito, mas a dificuldade da virtude, o verdadeiro busillis, está no facto de que nem tudo é perdoável. E há que aceitar que estamos condenados a viver para sempre atormentados por certos actos praticados por certas pessoas, que simplesmente não conseguimos perdoar. E a desvantagem é somente nossa, na medida em que a vida dos outros corre exactamente da mesma maneira.
Leia-se que a impossibilidade de perdoar anda de braço dado com a inércia dos sujeitos candidatos ao perdão. Quem nada faz pouco consegue mudar. E o alvará do perdão fica permanentemente indeferido e a entidade que o passa fica para sempre com aquilo atravessado como um unfinished bussiness.Um - zero ganha quem feriu.
Mas pior são mesmo os casos em que há realmente acções em prol da conquista do perdão mas mesmo assim não há maneira de travar o carro. Aí o sofrimento é dividido, o resultado é um-um e um empate nos assuntos de corações desfeitos é sempre o pior resultado. Sofre quem não consegue perdoar, sofre quem não consegue o perdão.
Dizem que um desgosto partilhado é meio desgosto, mas nesse caso a partilha tem de ser por um terceiro, alguém que nos ampare a queda. Um desgosto partilhado com o alvo do desgosto dá dois e é um aumento de 100% de infelicidade no mundo. E para gente triste para basta a que existe.
Tantos anos depois começo a achar que não lhe consigo perdoar.
Resta saber se o sentimento vai ser partilhado ou não.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"I do!"

Cada vez acho mais que deveria haver na amizade o mesmo compromisso que existe nos casamentos.
As pessoas nas suas relações amorosas namoram uns tempos, conhecem-se e quando sentem que é para a vida decidem juntar os trapinhos e casam-se, ou então juntam-se mas com o objectivo "This is it".
Nas amizades as regras são muito menos definidas e em alguns casos a regra é a ausência de regras. São poucas as amizades para o bem e para o mal, na saúde e na doença, até sermos todos velhinhos e andarmos a juntar vodka no soro.
Há umas amizades que são só para as saídas e festas e jantares, outras que são só para as boleias, ou para quando é necessário emprestar alguma coisa, ou dar uma explicação.
E há também amizades que só parecem funcionar quando envolvem terceiras, quartas e quintas partes. São as chamadas amizades de grupo. Em teoria são muito interessantes, mas na prática cada vez mais as considero perigosas. Mas existem aos pontapés. Duas pessoas cuja relação só parece existir quando determinado grupo se junta, e que ao invés, falha na sua dualidade. Pessoas que não se juntam a dois, mas que se consideram amigas a 5. Discutivel esse conceito de amizade.
Dizem-me que tenho de começar a aceitar que certas amizades que fiz ao longo da vida não vão durar e que está tudo nos pequenos sinais. Não é mesmo difícil de perceber se uma pessoa fica feliz por nos ver. Temos é de andar de olhos abertos, o que na maior parte das vezes, não é o caso.
- "Aceitas ser meu amigo?" Sim ou sopas.

sábado, 23 de outubro de 2010

Amizades (im)perfeitas

"Heaven forbid you end up alone, and don't know why."

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Amizades: Sofás e outras peças de mobiliário

Nos últimos anos têm sido muitas as despedidas que tenho feito aos amigos que se cruzaram comigo pelo caminho. Toda a pompa e circunstância, de jantares e malas e aeroportos de uma maneira ou de outra já me são familiares. Mudam os destinos e a extensão temporal mas lá vai mais um para fora durante 6 meses, um ano, quatro, cinco, volto talvez em 2012 depois dos Jogos Olimpicos, ou nunca quem sabe. Paris, Berlim, Praga, Londres, Moçambique, Austrália, Noruega, Bruxelas, Angola, Singapura, Argentina, Brasil, perdi a conta ao pessoal que conheço que nos últimos tempos se espalhou pelo mundo, muitos deles nem sei bem onde param neste preciso momento. Uns hão-de voltar um dia, muitos só para poderem partir outra vez.
Ora neste seguimento, a amizade é uma concepção estranha, que constantemente provoca sentimentos contraditórios. A velha máxima do "fico tão feliz por ti" nem sempre soa a sincero quando as prioridades das vidas se vão alterando, a ritmos diferentes de parte a parte, quando um lado começa a ter menos tempo que o outro, principalmente aproximando-se as horas das despedidas.
Era tudo muito mais simples quando andavamos todos na escola, quando os nossos amigos eram os 30 da nossa turma, com quem estavamos todos os dias e de quem iriamos ser amigos para o resto da vida. Crescer é demolidor de todos esses castelos que se criaram aos longo dos anos, o tempo arrasa com esses laços, porque as vivências passam a ser outras, os interesses outros, o circulo ao mesmo tempo que se alarga pelas novas pessoas que se conhece restringe-se e muda de centro. Porque passamos a ter noção do tempo e do pouco tempo que há para fazer o que tem de ser feito, e começamos a visitar menos os lugares que deixamos de fora do circulo. Torna-se complicado gerir idealmente todos aqueles que queremos de alguma forma guardar, que seja, por disparidades de horários, de moradas, de hemisférios. E as partes desiquilibram-se, acusam-se e o que a distância não destroi começa a ser corroido pelo sentimento de abandono e de mágoa.
O truque é encontrar um ponto de equilibrio e ao mesmo perceber que não conseguimos guardar todos aqueles que passaram pela nossa vida e que mesmo os que queremos guardar têm alturas em que estão mais próximos de nós que outras.
O meu Sábado foi de reencontros.
O plano original era trocar dois dedos de conversa entre três garfadas de comida, com uma soon-to-be geneviense, em jeito de preparação para a verdadeira despedida rumo à aventura de 4 anos de douturamento. Voltar ao lugar de sempre, ouvir-lhe os medos e os sonhos, planear o auxilio na instalação. A amiga da minha irmã que ficou minha amiga também, companheira de férias e festivais e noites e que foi a primeira a ficar elástica com o passar do tempo. Passam meses que não a vejo, que não bebemos um copo ou um café. Até que de repente surge a ideia num momento qualquer e é como se ontem tivessemos vindo do Sudoeste e ainda estivessemos a cuspir pó.
Mas eis que de repente na mesa de trás do restaurante, vejo uma cara conhecida dos tempos em que ainda usavamos saias de pregas e colans com flores, faziamos herbários aldrabados e andavamos de sobre-e-desce. Tinham passado 10 anos e encontravamo-nos ali, onde provavelmente fizémos o último jantar de turma. A conversa contudo já não era bem a mesma, porque dos 14 aos 24 tudo mudou em nós. Mas não há motivos para ter pena, era inevitável.
Comecei a pensar que efectivamente, trago pouca gente desse tempo comigo, mas são acasos da vida. Os que trago de mais longe, cruzaram-se comigo já só no secundário, mas preenchem a necessidade que é suposto ser levada a cabo por aqueles que conhecemos na infância.
É importante manter pessoas que nos conheceram quando ainda não eramos nós, que cresceram connosco, que além do fundo da nossa alma conhecem também as paredes, porque ajudaram-nos a contrui-las.
Para essas pessoas que são 3 tirei uma hora antes do jantar. Por mera coincidência, sem adivinhar que iria ter um reencontro com o passado umas horas depois. Mas foi o que bastou para, perante aquela road trip down memory lane, não me sentir afundada em nostalgia, e sentir que tudo é efémero e passageiro na nossa vida e que todos os que se cruzam na nossa vida, estão condenados a desaparecer, mais cedo ou mais tarde.
É um facto que não os vejo todos os dias, nem mesmo todos os meses. A maior parte das vezes é um martirio para conseguir combinar qualquer coisa. Mas são o meu sofá. Por muito atarefada que seja a minha vida, por muito que só pare em casa para comer em pé e dormir na cama, lá está ele, no melhor canto da casa. E eu sei que de cada vez que me for sentar, vai ser como da primeira vez e não me vou querer levantar.
Ora resumindo, concluindo e baralhando, são essas amizades/peças de mobiliário que se querem guardadas. Aquelas que já nos aceitaram como somos, depois de anos de conflito sobre defeitos e feitios. Aquelas que reconhecem que o que temos de mau é o revés do que temos de bom e é isso que nos faz bonitos. O paralelismo, a simetria. Um não vem sem o outro e é mesmo assim.
Essa aceitação engloba mudanças geográficas e de fusos horários dentro do próprio país. Já percorri esse caminho com eles e com ela, e por isso tenho a certeza que nos guardamos mutuamente. Aquele capuccino ao som da chuva virados para Belém e mais tarde a conversa durante o jantar valem ouro na minha vida.
E tudo isto se aplica também a um sorriso durante uns minutos à porta da Igreja, entre novidades de apertar o coração, também debaixo de chuva. É com ele que eu também pinto o meu sofá, mesmo que a tinta tenha de ser importada, no próximo ano, de Moçambique.

sábado, 25 de setembro de 2010

100 anos é muito tempo.

O Técnico faz 100 anos. E para comemorar pensou numa data de actividades diferentes, a presentear à comunidade IST.
Flashmob pelos alunos, no meio do Pavilhão Central (que foi das coisas que mais gozo me deu fazer nos meus anos todos de Técnico, apesar dos ensaios duros, em que saía de lá a suar, e dos tornozelos inchados e as dores no corpo), a sessão solene na recepção aos novo caloiros, e agora até a Mariza vai cantar à Alameda, no dia 30.
Tenho um gosto especial pelas coisas que são realizadas na Alameda. Acho a vista fantástica, com a Fonte Luminosa ao fundo. Quando o Arraial voltou a casa, depois dos anos fora do recinto do Técnico, uma das coisas que mais gosto é sentar-me nas escadas do Central a ver o pôr-do-sol atrás do palco que está a ser montado, na espectativa de mais uma grande noite de Arraial. E já que se fala nisso, 1 e 2 de Outubro, sexta e sábado, mais um Arraial do Caloiro, no sitio do costume.
De facto 100 anos é algo especial. E um concerto de grande calibre, naquele recinto, onde passamos tanto tempo, vai ser memorável. Mariza no Instituto Superior Técnico. A Alameda vai ser pequena para tantos aplausos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Dois anos depois voltámos

Podia escrever tanto sobre tanta coisa.
Coisas que tenho vivido, coisas que tenho sentido, coisas que tenho pensado.
Não escrevo há imenso tempo. Aqui pelo menos. Tenho escrito para mim, para guardar na gaveta. Às vezes na gaveta da memória, porque também escrevo sem ser para o papel. Escrevo cartas imaginárias cheias de imagens, de cheiros e sons e sonhos.
Podia mesmo escrever muita coisa sobre o que me tem acontecido ultimamente, mas não me apetece.
Em vez disso vou citar um amigo que um dia escreveu: "Good friends make good nights".
E sobre isso um dia hei-de escrever a sério, com a mesma naturalidade como nos rimos à gargalhada durante um fim de semana inteiro ao som e à luz de estrelas e luas.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Novas etapas

Daqui a umas horas começo a trabalhar num novo escritório em Lisboa.
Volto às lides do Direito, com objectivo de estágio.
São novas etapas e mudanças que vão surgindo na nossa vida.
Tornamo-nos sempre mais exigentes, escreveu-me o Carlos há uns dias.
Espero que sim.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Aniversário, mais um mês

3 anos e um mês.

E gosto de ti, daqui até à lua. E mais um mês.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Agosto

Entrei de férias no dia 15 de Julho.
Dia 9 inscrevo-me para a Época Especial. Dia 1 de Setembro começam os exames, e as aulas pouco depois.
Assim, concluo que tive 15 dias de férias, pois o mês de Agosto vai servir para "empinar" toda a matéria que não "empinei" durante o semestre, nas duas disciplinas que vou fazer na EE.
Lembro-me dos tempos em que tinha 3 meses de férias, 3 meses de não-fazer-rigorosamente-nada.
Bons tempos.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Actualizações

O mês de Julho acabou com a licenciatura de mais uma jurista, com DIP a ser mais uma vez, a oral da praxe.
Se um dia ela quiser, há-de ser uma advogada brilhante.
Gosto de ti, desde o dia em que te vi na teórica do Barbas Homem, até à Lua, Dra. Vanessa Lemos.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

sexta-feira, 9 de julho de 2010

50 graus à sombra

Olho para ela pelo espelho e noto que está diferente.
Com melhor cara, mais sorridente, mais leve, mais optimista. Até mais gordinha de pernas, já que era deprimente que em cada par de calças houvesse sempre lugar para duas.
Não se definiu ainda mas não se sente perdida, encara os dias com calma, voltou talvez ao estado zen que a caracterizou aquando daquela maratona de cadeiras para acabar o curso.
Perguntei-lhe no outro dia se era feliz.
Respondeu-me que ser feliz não era uma questão de ser, mas de estar. Um estado que se atinge em certas fases da vida. Os dias são vividos no limbo e oscilam entre o bem e o mau estar. Mas que a fase em que se encontra actualmente é boa. Está feliz.
Mas conseguiste ultrapassar tudo, voltaste ao teu antigo eu?
Sorriu para mim tranquila e confiante enquanto abanava a cabeça num não. Está diferente, é um facto. Mudou. Mas mudar era inevitável, não é o resultado de uma resolução de ano novo.
Mudou há 3 anos quando se descobriu em conjunto, voltou a mudar quando se perdeu sozinha e está constantemente em mudança enquanto se vai encontrando, durante uns tempos sozinha, hoje acompanhada. Hoje é a soma disso tudo e o futuro ainda está para se completar.
Mas está sem dúvida diferente. Inclino-me a perguntar porque é que aquelas portas estavam tão complicadas de abrir, parece que foi tudo tão de repente. Ela tem uma faceta impulsiva que me assusta. Responde-me segura de si que o problema não era não se conseguir abrir as portas, mas sim fechar algumas janelas.
Numa outra sala dizem-me que não foi um impulso. Foi um processo longo, o tempo que teve de ser. Ainda é. O tempo não cura tudo, pois nada se esquece. E a saudade é um sentimento alimentado pela memória. Mas ajuda a que o panorama fique mais leve. Consegue-se voltar a apostar, perdem-se medos e reganha-se paciência. Não se esquece o passado, mas projecta-se um novo futuro.
E mesmo agora, quando olho para ela, embevecida por uma nova antiga paixão, sei que constroi casas diferentes daquelas que constuía. Porque mudou de sonhos. Ainda pensa nos antigos, volta e meia. Mas se são melhores ou não, não quer saber. Interessa-lhe viver estes e sonhar muito mais.
Um dia escrevi a uma amiga que tentava lidar com a sua dor que ninguém gosta de sofrer. Sofre-se porque se sofre, porque se perdeu alguma coisa ou alguém que nos era querido. O sentimento é universal, mas a graduação é de cada um. Os dias não deixam de se suceder mesmo quando o céu está nublado. E não é por se desejar sol que as nuvens saem do céu. Nem por ser supostamente verão.
Mas mais nuvem, menos nuvem, o que interessa é a temperatura. Achar a de cada um que é diferente de todos os outros.
E ela encontrou uma que a equilibra o ambiente. E eu só lhe desejo que nunca mais volte a sentir frio no Inverno.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Rectas finais

A minha querida amiga Patrícia licenciou-se. E a Andreia também.
E esta foi a notícia boa desta semana.
O orgulho é indescritível.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Ando feliz

E hoje decidi vir deixar aqui isso registado.
É uma sensação tão estranha e tão rara nos meus últimos tempos, que sinto que quase devia conter-me de a expressar, não vá a coisa agoirar.
Mas acho que estou safa, toco em Madeira vezes suficientes para isso não acontecer.

Mudanças

O Gonçalo mudou de blog.
Escreve ele, que o antigo cheirava a mofo, mexia-lhe com as memórias, vários anos de histórias vividas e contadas. Quis mudar de vida, recomeçar de novo, do zero.
Cada um muda de página à sua maneira.
Eu dediquei-me a aprender a pintar por cima desta tela. Mas não posso negar que há cores que ainda me parecem estranhas criar, por causa da tinta cravada no fundo. Mas também, este blog nunca viu muita cor. O tom sempre foi meio negro (ou cor de burro quando foge, segundo a Filipa). O Gonçalo diria que me habituei a pintar a preto e branco. Talvez sejam essas as minhas cores, preto e branco, tudo ou nada.
Mas ultimamente ando a descobrir o amarelo. Porque me parece uma boa cor, cheira a sol e a verão, a óculos Ray Ban azuis e a calções de praia. Não vou apagar as cores que trago para trás, mas vou tentar que o padrão não destoe.
Porque apesar de me parecer até, ser uma ideia inteligente, acho que nunca devemos deitar nada fora definitivamente. Porque o que passou fez parte de nós, tocou-nos. E nesse blog do Gonçalo, já defunto, há lá, se não todos, pelo menos um post importante. Fala de tampos de mesa estragados, de amizades seguras e de inseguranças vividas. É a preto e branco e cheira a Lisboa. E para o proteger das intempéries do esquecimento, copiei-o e guardei-o comigo, como o guardo a ele.
Sinto que estou em falta para contigo, por isso este post é dedicado a ti. Porque a nossa amizade vem de antes do Facebook existir, quando ainda se contavam novidades ao sabor de um café, numa esplanada à porta do ISPA.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Mãe

Cansada, com os olhos inchados e a alma a arrastar-se, vai honrando os seus compromissos sem nunca se queixar. Vai dando atenção a tudo e a todos, como se não lhe custasse nada. Cuida de uns, trata de outros, mete ordem neste exército de loucos. Ouve, aconselha, remedeia. Nunca pede nada, a não ser paz, de vez em quando.
E no meio disto tudo ainda canta no carro, bandas sonoras com palavras estranhas, com um sorriso de criança.
A minha mãe é a maior.

domingo, 27 de junho de 2010

Notícias de encher o coração

E de repente, com o contra relógio ainda em movimento, interrompo a escrita só para saborear a notícia do João ser oficialmente médico. Um senhor doutor. Que orgulho.
O sorriso na minha cara, apesar da distância ainda, é gigante, a condizer com as saudades e com o abraço que para a semana vamos dar e que se repete há mais de dez anos.
O João acabou medicina. Que dia espectacular.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

"Só mesmo os pretéritos é que são perfeitos"

Escreveu a Helena.
E de repente senti aquela dor no peito, velha conhecida de outros tempos, que guardei numa caixinha num canto da alma.
"Somos a soma das nossas experiências, nada se perde. Só a ilusão de que somos donos das coisas e que controlamos o mundo" murmurei para mim. E a dor voltou a acalmar. E com ela esperei que a noite também lhe trouxesse paz, para pelo menos, conseguir dormir descansada.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Acabem com as Vuvuzelas, já!

Aviso à navegação

Caros leitores, mudei o layout do blog, por isso não se assustem, chegaram bem, não se perderam. A paisagem é que mudou um pouquinho.
Ainda estou a fazer experências, a ver o que é que gosto (eu que sou tão complicada com a mudança, a mudar heim? quem diria...), por isso esta não é a versão definitiva.
Tudo isto ainda vai passar pelo crivo estilístico da minha outra metade (leia-se a Isabel), mas aceitam-se sugestões inspiradoras.
Voltar ao que era está fora de questão, há que mudar para melhor.
Mudem vocês também qualquer coisa e contem.

Coisas simples

Nunca são as coisas mais simples que aparecem quando as esperamos.
O que é mais simples, como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se encontra no curso previsível da vida.
Porém, se nos distraímos do calendário, ou se o acaso dos passos nos empurrou para fora do caminho habitual, então as coisas são outras.
Nada do que se espera transforma o que somos se não for isso: um desvio no olhar; ou a mão que se demora no teu ombro, forçando uma aproximação dos lábios.

Nuno Judice

(plagiado do blog da Rita, que para variar escreve coisas que me fazem sentido)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago


Hoje morre José Saramago.

Gostos à parte, e eu não faço parte da legião de fãns do Nobel da Literatura, admito que o país fica mais pobre. Um escritor que leva a língua de Camões aos 4 cantos do mundo, o único Português a ganhar o Prémio Nobel da Literatura, deixa hoje saudade mas muitos livros para se ler. E para se gostar. Quem gosta, obviamente.

E exames por exames

Acabaram-se de vez para a minha linda e maravilhosa Filipinha, meu amor de Beja eterno que hoje se licenciou com grande notão a Penal.
E de repente, ao vê-la ali na rua, à boca do metro, senti o orgulho a sair do peito e uma enorme vontade de chorar de alegria :)

Épocas de exame versus exames fora de época

Pois que é verdade, o rumor que anda no ar, de que Sofia Paixão, Jurista há quase um ano é efectivamente uma grande croma do Direito, é efectivamente verdade.
Toquem as cornetas, soltem os estandartes, dançem as bailarinas, calem-se os Profs e quem achava que eu era "poucoxinho".
Éramos 288 em 30 de Março a fazer o tão aclamado (e inconstitucional) exame de acesso ao estágio da Ordem dos Advogados e hoje, dia 17 de Junho (ainda me queixava eu que as notas na FDL demoravam a sair) eis os resultados. Passaram somente 33 ilustres Juristas e Colegas, sendo que 22 são conterrâneos, ali da Faculdade de Direito de Lisboa.
E um deles sou, obviamente, eu.
A minha média de 12 hoje sente-se inchada.
Acho que tenho de começar à procura de trabalho.
Ah pois, para quem não sabe, há duas semanas despedi-me do escritório. E agora, finalmente, deixam-me começar (sim estive um ano a trabalhar sem contar para nada) a estagiar, logo tenho de arranjar um novo escritório.
Em Outubro queria estagiar e a Ordem não deixava. Hoje estou desempregada a querer explorar outras coisas e a Ordem já deixa.
Há timmings perfeitos não há?
E não, isto não faz de mim Advogada, pela enéssima vez hoje!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Ao 3º aniversário estamos assim



Arcos de Valdevez, Guimarães, Ponte de Lima e Viana do Castelo. 4 dias de descanso e de passeio. Um 3º aniversário de namoro do melhor que há.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

Primeiro de Junho

Iniciei Junho com a certeza de que voltei a gostar de Maio.
E mais não escrevo porque não sinto necessidade.
E para bom entendedor, com isto, escrevi tudo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Saudades

Consta que há muito que não escrevo nada de jeito.
Mas para quem me conhece bem, é bom sinal.
Hoje venho cá para dizer, apesar de achar que não vais ler, que fui buscar ao armário as galochas que me ofereceste. Decidi ir à pesca.
Ainda tenho medo da água, mas não vou sozinha.
Imagino-te o sorriso na cara.
Imagina o meu :)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Esta semana

Esta semana decidi mudar de vida. De segunda a sexta.
E não é que com essa decisão voltei a reparar que os dias de verão são mais bonitos?
Explico tudo quando conseguir assentar todas as minhas ideias.
Até lá sejam felizes.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Bandas sonoras das nossas vidas

"Oh we couldn't bring the columns down,
Yeah we couldn't destroy a single one,
And history books forgot about us,
And the Bible didn't mention us,
Not even once.
You are my sweetest downfall,
I loved you first."
*
Regina Spektor - Samson

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ora bem!


Porque como dizia a Samantha do Sex and The City "There is no such thing as bad publicity!"

O António é que tinha razão

Ora pois que hoje é dia da visita do Papa Bento XVI a Lisboa .
E não é que eu o vi a passar no seu automóvel?

Sinceramente não vou muito à bola com o senhor, tenho um problema com alemães nazis, que é que se há-de fazer, e a complacência do dito senhor para com os padres pedófilos não ajudou à criação de boas relações entre nós.
Mais ainda que fundamentalismos, irritam-me as falsas morais e o não querer ver. Para síndromes "pala de burro" que só vê a cenoura à frente já basta a politica. Acredito que o papel da Igreja é outro, que a mensagem da Bíblia é outra e que o papel do Papa é sem dúvida outro.
Tanto eu como a minha irmã tivemos uma educação católica, estudámos a bíblia, íamos à missa ao Domingo, professámos a fé de branco e velinha. Mas chegou a certa altura do nosso entendimento, em vésperas de crisma, em que a Igreja deixou de ter respostas para as nossas dúvidas, em que o diálogo passou a cacique, em que sentimos abrir num buraco entre o que consideramos ser a evolução do pensamento e da sociedade e o dogma, entre os ideais da moralidade, do respeito, da solidariedade e da rectidão que retirávamos daquela religião e a máquina milionária que move o mundo chamada Igreja Católica. A falsa moral, repleta de vícios e com falta de virtudes.
Foi altura de quebrar, guardar o que é de bom e evoluir.
O que perdemos de fé ganhámos em tolerância. O que não nos salva de ir parar ao inferno como disse um dia o Paulo (ou Pe. Paulo mais cedo ou mais tarde) à Isabel, para sua estupefacção. Mas adiante.
De facto, as liturgias a propósito da Equipa d' África e a missa da minha benção de finalista creio terem sido as únicas a que assisti nos últimos 6 ou 7 anos, salvo um ou outro velório.
Em conclusão, não sei se acredito em Deus, o que acho que significa que talvez não acredite mesmo. Mas gostava, genuinamente, de ser uma pessoa de fé. Creio que a fé ajuda a combater a solidão e cultiva um certo sentimento de pertença. Mas eu nem optimista ando, quanto mais com fé.
Mas independentemente disso e voltando ao Papa, Herr Ratzinger, esteja à vontade para vir conhecer o meu país e ir comer ali comer um pastelinho de Belém, ora essa, faça favor.
E foi exactamente no carro, que eu hoje o vi, na Rotunda do Marquês, vinha eu da Infante Santo a tentar chegar ao escritório, "Desculpe lá menina, mas agora não pode atravessar, porque o Papa vem aí, ninguém vai para a estrada agora!". Lá fiquei eu à espera, de autorização para atravessar a rua, em pela praça do Marquês, lá o senhor passou, não no papa mobile, mas num carro qualquer, disse adeus às pessoas que ali estavam repimpadas à tuga, como bem disse o Artur que acabei por encontrar no meio da multidão.
Foi para Belém, qual rei mago, rodeado de escolta policial (afinal existe policia em Portugal, quem diria!), com helicópteros da força aérea e sei lá mais o quê. Muito me ri com o Victor há bocado quando lhe ouvi dizer que tanto aparato policial o inibiu de sacar de um cigarro, não fosse levar logo um tiro de sniper por julgarem que trazia alguma arma no bolso. Uns levam incenso e mirra para Belém, este foi lá comprar uns pastéis, acho bem.
Aliás, é como dizia o António Silva ao Ribeirinho no filme "A Vizinha do Lado".
- "Eu não lhe disse, que a primeira coisa que se faz quando se vem a Lisboa, é ver os Jerónimos?"
Hoje disse adeus ao Papa e ele adeus a mim, por isso acho que fiquei abençoada. E nem em importei com a chuva. Era água benta!

"Bentanias" em Lisboa

Hoje quis ser diferente e vim para o Técnico às 8 da manhã. É um sítio engraçado para se estar de manhã, as pessoas a subir a Alameda descansadinhas, os passarinhos a cantar. Um mimo.
E ainda por cima hoje vem o Sr. Papa. Vai estar Bento em Lisboa, hoje, como diz o meu amigo Fernando. Muito Bento. A pobre da Sofia, que trabalha uma rua abaixo do sitio onde o Sr. Papa vai dormir é que vai ter um dia interessante, a mostrar o BI e a ser revistada pela polícia de cada vez que puser os cotos fora do escritório. O que deve ser, em média, umas 40 vezes.
Senhores Polícias, a minha irmã tem sempre, de manhã, ar de terrorista, de quem tem bombas na pasta, e vontade de mandar meia Lisboa (ou meio mundo, porque não?) pelos ares. Por isso não liguem, sim? Ela é boa pessoa, no fundo.

domingo, 9 de maio de 2010

Hoje somos Campões

e hoje relembro aquela noite em que tinha um jantar no Chiado, à 5 anos atrás, em que até pessoas nuas eu vi, em plena Avenida da Liberdade.
Mãezinha, tu que tens um jantar hoje, boa sorte em conseguir andar nessa parte de Lisboa.
Porque é que não vão festejar para outra estátua, sei lá, a do Camões? Ou a do D.Pedro IV?
Se calhar o Sr. Sebastião José de Carvalho e Melo era benfiquista e eu não sabia. Contra isso, batatas.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A minha capa

Costuma-se dizer na tradição académica, que a capa do traje do estudante é parte de si objectificada. Um estudante que decida viver a vida académica da sua cidade, a Faculdade como um todo, muito mais amplo que as aulas e os livros e o curso, comprou de certeza o traje nos primeiros anos da Faculdade (e não na véspera da Benção das Pastas, como também os há), vestiu-o várias vezes, andou assim de dia, de tarde, de noite e pela madrugada, riu e chorou, bebeu e ficou a seco, sonhou e desesperou e assim cresceu. É uma imagem bonita, vista pelos olhos de quem, como eu, acredita, que a tradição académica é um rito de passagem na antecâmara da vida adulta, na qual o preto e branco nos ajudam a alcançar a clareza necessária para pintar o resto do nosso caminho a cores.
O meu traje foi comprado em Tuna, por altura em que deixei de ser caloira, com a minha Madrinha e com as minhas irmãs (de tuna), numa roda viva de fotografias e tira e experimenta saias e casacos.
Vivi com ele vestido alguns dos melhores momentos da minha vida, pintei com aquelas cores algumas das amizades mais bonitas que trago comigo. Apertei a alarguei a saia, vi as camisas a perder a cor, comprei por necessidade o meu segundo par de sapatos. Cada pin oferecido conta a sua história, cada emblema da capa tem a sua razão de ser. Nunca o lavei, nem à capa, que é coisa que muito enoja a minha avó (que nem sonha com metade das situações que aquele traje já viveu).

Hoje de manhã, separei a capa do resto do traje e trouxe-a comigo para o escritório. Vamos passar o serão na Praça do Município porque é dia de Serenata a Lisboa. E apesar de não dar para trajar por completo, por o horário ser demasiado apertado, entre escritório e pós graduação, não fazia sentido para mim aparecer nos Paços do Concelho sem capa. Sem a minha capa.
Porque juntas apanhámos molhas de proporções bíblicas (já que falámos de Ovibeja há pouco, lembraste Filipa?), juntas passámos noites sem dormir, juntas rimos e chorámos e sonhámos com música como pano de fundo ou por entre o silêncio dos olhares e das palavras guardadas.
A minha capa conta a minha história, dos meus tempos de estudante, trás nas fibras gastas as lembranças de quem me tocou e na costura e nos rasgões o nome de quem amei e ainda amo.
E a Serenata a Lisboa é isso tudo, é o amor à Cidade que nos formou, a esta morrinha que nos aperta o peito a que chamamos de Saudade quando lembramos o que vivemos e quem passou por nós.
Voltamos hoje à Praça do Município, minha querida capa, onde te apaixonaste um dia, por isto tudo e por nada em particular, onde te rasgaram por amor e te baptizaram por engano.
Hoje vais quietinha e calma nos meus braços para me proteger do vento (caso o haja) e compensar algumas ausências.
Já estamos em Maio e hoje é dia de Serenata a Lisboa. E ainda só estamos a dia 3
.

Datas

Fez este sábado que passou 3 anos que eu e a Filipa fomos à Ovibeja.
Este ano foi a vez do Presidente da República.
Claramente somos muito mais à frente.

Desejos absurdos

E tudo o que ela queria, era que lhe escrevessem uma declaração a pasta de dentes no espelho da casa de banho.

Preconceito?


Sabes que estudas no Técnico - Continuação

Quando achas bonita a frase "Se eu sou coseno ao quadrado de x e tu és seno ao quadrado de x, tu e eu somos um."

Oremos

Electromagnetismo é como a religião. Acreditamos e não perguntamos porquê.


"Santa resistência que estais no céu, santificada seja a lei de Ohm,
venha a nos toda a tensão, seja feita a lei de Kirchoff,
assim nas tensões como nas correntes,
a impedância de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos o curto circuito
assim como nós perdoamos o circuito aberto
e não nos deixeis responder em frequencia
e livrai nos de todos os condensadores...Ohm"

domingo, 2 de maio de 2010

E foi assim em Setúbal

Porque apesar de estarem mais não sei quantas pessoas no Auditório, a namorado de um solista pensa sempre que ele está a cantar apenas para ela.

E foi uma estreia tão bonita, com um dos poemas mais lindos que há.
Aqui ficam com a versão do Rodrigo Costa Félix, acompanhado pelo Mário Pacheco. A do GSFMH, pode ser que a vejam por aí, num qualquer canto da cidade.
" De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive,
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor que tive ,
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure..."


quinta-feira, 29 de abril de 2010

O primeiro ano do Tomás

Faz no próximo sábado 15 dias que foi a tua primeira festa de aniversário, Tomás! Já viste? Já passou um aninho desde o dia em que te vi pela primeira vez, de azul no berço, no Hospital da Luz.
Toda a semana foi vivida em grande expectativa, principalmente porque não te vi muitas vezes durante o último ano. Não deste por isso porque ainda és pequenino, mas a Mãe tem muita razão em se chatear comigo. Acontece que foi um ano complicado para a tia, com o final do curso e o início do trabalho, que não deixou muito tempo livre para te ir visitar à tarde. Mas não é desculpa, eu sei e por isso a tia compromete-se a estar mais presente, está bem?
Apesar de ter estado muitos meses sem te ver, um dia no final de Março em que a tia foi fazer um exame para a Ordem, combinei com a Mãe ir buscá-la para beber um café ao fim do dia. E quando ela saiu trouxe-te com ela, para nós te podermos ver. Como estás grande, Tomás! Nem te reconhecia! Já não és o bébé minúsculo de olhinhos fechados que desaparecia por entre os muitos cobertores ao meu colo. Tens olhos castanhos escuros e expressivos como a Mãe e fixaste-nos muito tempo, como quem quer saber quem eram aquelas pessoas com quem a Mãe estava a falar. E mesmo sem te lembrares de mim, quiseste vir para o meu colo e puxaste-me o cabelo quando me pus a falar com a avó sem te dar a devida atenção. Achei-te uma piada doida, só te queria levar comigo para casa.

Ora depois desse dia, comecei a ansiar pelo teu dia de anos, que reservei na agenda como sendo só para ti. Fui com o tio Ivo comprar uma prenda e a pedido da Mãe compramos-te também uma bola. E quando chegou o dia foi a loucura total! Apareceste à porta de chapéu e orelhas de peluche a condizer com umas que a mãe também tinha na cabeça. Havia balões de todas as cores e feitios e um bolo com o teu nome e a família toda reunida. Mas não quiseste outra coisa que não a bola. Quais brinquedos e balões e bolos quais quê! Só querias jogar à bola. E como não te consegues ainda equilibrar, tive de te agarrar por debaixo dos braços enquanto tentavas ser o Cristiano Ronaldo. E que grandes pontapés deste tu! O tio Dani que não pôde estar connosco ficou orgulhoso quando lhe contei. Já tem companhia para jogar à bola na praia, já que o resto dos tios e a Mãe nunca alinham com ele.
Basicamente deste-me cabo das costas Tomás, mas não me importei nada! Foram não sei quantas horas contigo de joelhos ou curvada atrás da bola, contigo ao colo a mexer nos balões, a tirar fotografias, a explorar o resto dos brinquedos, a ver outros meninos a jogar à bola enquanto a Mãe e o tio Ivo bebiam um café. A Ti Bia a certa altura disse estar espantada por tu não estranhares a minha presença e pedires tanto colo meu. Gosto de pensar que é por sentires que sou da família, apesar de ainda não me conheceres bem.
Quando nos despedimos fizeste beicinho, mas prometi que nos veremos em breve e assim espero que aconteça neste já próximo fim de semana. Até porque quero que a Mãe me dê as fotos dos teus anos, para eu actualizar as molduras.
Quando cresceres mostro-te estes posts que vou escrevendo sobre ti e prevejo que não vais ligar nenhuma, porque hás de estar mais interessado na tua nave espacial (supondo que seja esse o interesse dos jovens em dois mil e ... vinte? vinte e cinco?). Mas faz parte de se ser família ouvir aquelas frases género: "ai eras tão pequenino quando tinhas um ano e fazias bolhinhas com a boca". Ao menos sou uma tia fixe, que não te envergonha porque até escreve que tinhas o talento do Cristiano Ronaldo (que há de ser uma referência tão afastada para ti,como é para mim o Eusébio, mas o tio Dani depois explica-te que era um grande jogador do início deste milénio).
Beijinhos e continua a crescer.

Coisa horrível trabalhar 8 horinhas....

No outro dia, estava eu a entrar no Metro para ir buscar o meu carro que deixei estacionado ao pé da Faculdade e ir finalmente para casa, eram para aí umas 10 e tal da noite, quando me deparei com um dos cartazes da nova campanha da Sumol, que dizia o seguinte:




O pormenor relevante disto tudo, é a mensagem escrita em letras pequeninas: "Quando esse dia chegar, não lhe fales".
Ora eu, que tinha entrado no escritório às 8 da manhã, estava com uma dor de cabeça daquelas em que se pondera seriamente saltar para a frente do comboio, apeteceu-me agarrar numa caneta e acrescentar: "mas dá-lhe o número da Sofia, que ela com certeza que não se importa de ter um horário assim!"
A Sumol arrisca-se a perder uma consumidora se insistir em continuar a gozar com quem tem dias de trabalho de 14 horas.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Momento "What The F***???" de hoje:

Já alguma vez vos aconteceu, ao pedirem a um colega apontamentos para um determinada cadeira na faculdade, que ele/ela prestáveis e amorosos fornecem no dia seguinte, e quando estão à espera de meia dúzia de exercicios e mais umas coisas (porque vos juraram que a cadeira é fácil e faz-se num instantinho) vos aparece à frente um calhamaço (enfâse no calhamaço...) de notas e teóricas e exercicios e exames?

WTF???

Não me inscrevi para isto... onde é que eu assino para me ir embora...? onde..? ah.... pois.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Post mais estupido à face da história

Ontem fui à Farmácia com a minha mãe e quando estava ao balcão reparei num post-it que estava junto ao computador do farmacêutico que nos estava a atender. Dizia RICE, com as letrinhas separadas em Rest, Ice, Compression e Elevation, como um dia tu me ensinaste ao telefone, quando eu jazia inválida de muletas com um tornozelo torcido a estragar as minhas férias algarvias.
Fiquei tão esvaziada de tudo, que nem cumprimentei o Pedro, que saiu de dentro do armazém nessa altura para ir atender uma pessoa e tentou um sorriso simpático. Arrisco-me a ficar sem amiguinhos de Farmácia, principalmente agora que ele tirou os óculos e está mais giro, segundo a minha mãe. Problemático. E tudo por causa do arroz.
Só por causa disso vou aqui ouvir Damien Rice enquanto trabalho e pensar em batatas fritas.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Boas memórias

Recebi mesmo agora um e-mail do Bruno cujo assunto era "Memories" e eis que quando abro, vejo que trás o link para o youtube do novo single dos Muse.

E é tal e qual o concerto que vimos no Pavilhão Atlântico em Novembro passado.

O mesmo palco, a mesma montanha de gente, se calhar, com alguma sorte, ainda passam imagens da Tour em Portugal, mas maybe we will never know.

Trás boas memórias, eu, o Bruno, a Maria João e o Gonçalo algures mais ou menos para o lado ou para a frente.

Uma das melhores bandas de sempre, um dos melhores concertos da minha vida, a melhor noite do mês de Novembro.

Vejam que vale mesmo a pena.


terça-feira, 20 de abril de 2010

Sabes que andas no Técnico quando...

...Achas perfeitamente normal calcular a inversa do Sudoku;
...Afirmas que a tua paciência não tem limite na recta acabada;
...Passas noites no Aquário a tentar pescar alguma coisa de Álgebra;
...Pões o telemóvel a despertar para te lembrares de ir dormir;
...Conheces melhor a localização das máquinas de café do que a das casas-de-banho;
...Pesquisas Maddie no MatLab e achas genial o resultado ser "Maddie Not Found";
..."Põe o teu vector na minha base!" é uma frase de engate completamente aceitável;
...Tens colegas que se deitam à 1h da manhã por terem estado a discutir integrais;
...Dizes que a tua nota a Álgebra irá estar contida em qualquer vizinhança epsilon de zero e achas normal;
...A tua nota de Cálculo, por sua vez, tende para 0 +;
...Reconheces o integral no símbolo do IST;
...Ficas chocado quando um certo professor muda de roupa e tiras foto para comprovar que aconteceu mesmo;
...Acreditas verdadeiramente que a cara dos Transformers foi inspirada na planta do IST;
...Te ris da piada "Temos uma variável qualquer x, chamamos-lhe y...";
...Falas de música como se fosse Álgebra ("Quando mudamos de escala estamos a usar uma matriz mudança de base");
...Álgebra passa a ser a tua religião – não percebes nada e aceitas tudo;
...Não precisas de bússola: orientas-te pela Torre Norte e pela Torre Sul.

Entre outras coisas.

Constatação parva, mas ainda assim, verdadeira

O volume de trabalho começa a ser preocupante quando uma pessoa se apercebe, ao chegar o final do dia com a bexiga a rebentar, que não conseguiu ir fazer xixi uma única vez durante a tarde toda.

Bom dia alegria!

"so the story goes or so I've heard it said
that you left your land to trade for a place
so far away, so out of date
that only you could understand
and at the ceiling of my feeling
backed up against the wall
sweet thing you know I'd fall in line

You better dig
and take a look inside yourself"

Sheeee wants to be freeeeeee, canto eu para mim própria, à medida que escrevo a oposição à injunção de hoje. A seguir estou a pensar em escrever uma petição para que os Dispatch sigam o exemplo dos The Cranberries, façam as pazes e venham tocar a Portugal para comemorar a amizade com sol e praia! Heim? Não?!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dedicado à Margarida, ao Ivo e ao Daniel

Can anybody help me? I'm outta plans
Guess I left my world in somebody's hands
I don't like to hurt but, everyone gets weak
Someone to rely on that's what I really need

Now here we stay, it's all that we're worth
I've been through the pain and been dragged through the dirt
Whatever they tell you were bigger than words
I've been where you're standing, I know how it hurts

Let this be a song now and this be our day
And we stand together, we'll be okay
'Cause we're survivors, we're making it work
Expecting the best when they hope for the worst

One love, this is the way we found
One love, even though they'll let you down
One love, nobody's perfect now
One love, don't let that hold you down

One love, let's stick together now
One love, we got to stand our ground
One love, it's easy to believe in
One love, believe in you and me, one love

Now I could try and fix this all by myself
But I know it'd turn out better if you help
No one likes to hurt but, but everyone gets weak
Someone to rely on that's what everybody needs

Now here we stay, it's all that we're worth
I've been through the pain and been dragged through the dirt
Whatever they tell you were bigger than words
I've been where you're standing, I know how it hurts

Let this be a song now and this be our day
And we stand together we'll be okay
'Cause we're survivors, we're making it work
Expecting the best when they hope for the worst

One love, this is the way we found
One love, even though they'll let you down
One love, nobody's perfect now
One love, don't let that hold you down

One love, let's stick together now
One love, we got to stand our ground
One love, it's easy to believe in
One love, believe in you and me

One love, it's one love
I'm here to tell you it's one love, oh
One love, said it's one love, sing with me one love
One love to be, oh, one love, that's all we need, one love

terça-feira, 13 de abril de 2010

Leituras de aquecer o coração

Há dias em que mesmo as pessoas de quem esperamos tudo nos conseguem surpreender. Há dias em que mesmo aquelas pessoas que já dizem e fazem tanto, dizem e fazem ainda mais.
Ontem foi um desses dias.
Tiraste-me o coração do peito e, talvez por ser dia mundial do beijo (sem dúvida uma coincidência ao gosto da nossa mente pervertida), acarinhaste-o nos braços e deste-me um beijo nas feridas, no que tenho de bom e de mau. Tomaste-me por inteira, sem quereres saber das arestas farpadas de uma vida (vá, 23 anos) de encontros e desencontros, de voos e quedas, "de tampos estragados e a ver as noites a passar".
Esta semana consta que vai estar de chuva mas o sorriso que tenho na cara, vai durar até domingo de certeza.
Porque, já um dia o disse, não interessa se a amizade vem de trás, se é profunda ou meramente circunstancial, se é para sempre ou se se vai desvanecer com o passar do tempo. Interessa sim, a cumplicidade que se cria nos momentos de calor em tardes frias, o que se diz sem sequer ser preciso dizer nada e o que se sente quando por fim se decide falar.
Por entre capas pretas e serenatas que pintam a nossa vida a dois tons e braços dados em passeios rua do Coliseu abaixo, quer tenhamos por companhia imperiais a dois euros em tampos de mesa instáveis para afogar desilusões em que o brilho da noite foi menor do que se esperava (o que não faz mal, porque é a escuridão do de vez em quando que dá cor às estrelas, quando estas aparecem para brilhar), ou cafés com dois dedos de conversa numa qualquer esplanada à porta do ISPA.
Seja quando e onde for, presencialmente ou via tecnologia, regularmente ou de tempo em tempo, sinto que é um privilégio ter-te na minha vida.
Mas ontem, mais que em todos os outros dias, soube-me a ouro ler de que cor pintas a nossa amizade.
Porque conhecemo-nos de preto e branco e assim nos vamos vendo a maior parte das vezes, mas há toda uma tela de cores que partilhamos, mesmo nas noites mais escuras.
Nesta semana, o meu céu tem um arco íris desenhado. E chama-se Gonçalo.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Note to self: dedicar-me à pesca

Escrevia o meu amigo Gonçalo no seu blog na terça feira: "E quantas vezes me interroguei no meio das dúvidas e das angústias, que nunca aprendi a pescar."
E assim de repente, lembrei-me do Carlos e dos botins pouco sexys, mas impermeáveis, que ele me ofereceu pelos anos.

É preciso é alargar os horizontes

Hoje cheguei ao escritório e eis qual foi o espanto dos meus colegas, quando me pus a discutir o Benfica durante meia hora.
E por entre o meu discurso inflamado "à lá gajo", consegui incluir palavras como "contra-ataque", nomes de jogadores, comparações de faltas com jogos anteriores com o Braga e comentários sobre a falta de iluminação divina do Jesus na escolha do plantel.

Fiz muitos amigos sentirem-se orgulhosos, na certa.
Soubesse eu jogar Poker e tornava-me no sonho de filha do meu pai.
Se o Direito não render dedico-me à bola.
É preciso é ter as opções em aberto.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Nightswimming

Podia escrever, mas acho que hoje não é dia.
Eu vou lutar. Não sei como, nem com que armas, mas não vou quero baixar os braços enquanto te vais embora. Não vou desperdiçar os melhores anos que tive na vida, deitá-los fora. Quero mais que fotografias e que recordações. Quero continuar a vivê-las todos os dias. E sei que tu também queres. Ou querias... Não vou fingir que nada aconteceu, nem enterrar a minha cabeça na areia. É parte minha culpa chegarmos a este ponto, mesmo sem o ter percebido. Por isso assumo e parto ao desafio do desconhecido, a tentativa de mudança, para que as coisas melhorem, para que voltem a ser como antes. Como tu gostavas. Vamos estar mais, viver mais, amar mais. Redescobrimo-nos de novo, em cada olhar, em cada gesto. Vamos cantar a plenos pulmões que existimos e que queremos continuar a existir. Vamos agradecer termo-nos encontrado um dia e termos chegado aqui. Eu agradeço, e tu também agradecias.
Sei que as coisas não mudaram do dia para a noite, sei que estás confuso. Eu também. Perdeu-se qualquer coisa que não sabemos o que é, nem onde a perdemos. Era mais fácil termos um culpado, mas a vida é assim. Mas temos que acreditar em nós, não estivemos enganados este tempo todo, se estamos juntos é por alguma razão. Porque faz sentido. Porque somos nós. Vamos dar a oportunidade a nós, de nos inventarmos de novo.
Porque eu sinto a tua falta. E tu costumavas sentir a minha.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Só podia ser segunda-feira

A segunda-feira é o dia mais estúpido que alguém algum dia inventou.
Porque se não é o trabalho são as pessoas.
Se não são as pessoas é o tempo.
Se não é o tempo é a falta dele.
Se não é o computador é o telemóvel.
Se não é a manhã é a tarde.
E a noite sabe sempre a pouco, quando se pensa que faltam 5 dias para a paz do fim-de-semana.
As segundas-feiras deprimem-me, porque acabo sempre por me chatear.
A previsibilidade é uma coisa maravilhosa. Ou não.

domingo, 28 de março de 2010

Inícios

Amanhã é segunda feira e uns dias depois começa um novo mês.
Entretanto já começou também a Primavera, acabaram-se as minhas pseudo férias de estudo, vou recomeçar a trabalhar.
Os inícios têm sempre um cheiro a novo que arrepia. Tenho saudades dos inícios.
Amanhã começa uma nova semana e eu decidi, depois de uma semana de intensiva reflexão, mudar a minha vida.
Eu disse que 2010 ia ser o ano.
Talvez haja uma volta de 180 graus no segundo semestre.
Stay tunned.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Plágios que valem a pena

Quero ser o teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...

Fernando Pessoa

in http://cinzenta.blogspot.com/2010/03/cumplicidade.html

terça-feira, 23 de março de 2010

Sinceridade

Porque o tempo é demasiado curto e a vida demasiado bela.
Porque quando o nosso interior está a abarrotar, acabamos por desperdiçar as coisas boas que os dias nos trazem.
Porque chegou a Primavera e é tempo de inspirar o sol e deixar que o calor nos invada por dentro.
Não deixem nada por dizer.





Take all of your wasted honor
Every little past frustration
Take all of your so-called problems
Better put them in quotations

Say what you need to say

Walking like a one man army
Fighting with the shadows in your head
Living out the same old moment
Knowing you’d be better off instead
If you could only

Say what you need to say

Have no fear for giving in
Have no fear for giving over
You better know that in the end
It’s better to say too much
Than never to say what you need to say again

Even if your hands are shaking
And your faith is broken
Even as the eyes are closing
Do it with a heart wide open

Say what you need to say

domingo, 14 de março de 2010

Se ainda não foram ver, vão!



Deixo-vos com um cheirinho da banda sonora, pesquisem mais se for do vosso agrado.
Eu adorei.



quinta-feira, 11 de março de 2010

Ontem foi assim





E foi tão bom!
Nota breve: os vídeos não foram feitos por mim.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Partida

Estado Zen: a caminho


sexta-feira, 5 de março de 2010

Viagens

Mais uma hora na cama. Por favor, mais uma hora na cama.
Porque se adormeceu há dois minutos, porque a cabeça lateja da ressaca da noite que se passou a chorar, porque a claridade do dia é insuportável para quem se sente às escuras. Só mais uma hora da cama.
A hora esticou demasiado, há que sair a correr. Manter o ritmo descompassado dos dias que se têm seguido uns atrás dos outros, numa amálgama amorfa sem cor.
Ao menos hoje vai sozinha no carro. A próxima hora é só dela, sem conversa de circunstância, em que finge prestar atenção a qualquer facto destinado a matar o silêncio da viagem. Pode ir calada, com ela própria, ou mesmo sem ninguém. Longe do corpo que doi e dos pensamentos que pesam, como se pudesse viver com mudanças automáticas, sem precisar de ter consciência de como se chegou até aqui e de como se vai para outro lado qualquer. A vontade é um elemento da condição humana permanentemente sobrevalorizado e este é o pensamento animador de quem vive na indecisão.
Desliga o rádio e arranca embalada pela cadência do para-brisas que afasta a chuva que teima em não parar de cair. O céu também chora com a angústia dos dias e das pessoas. Pudera, todos temos razões para chorar, escondidas no coração, marcadas no peito, debaixo das telhas que usamos para construir o telhado do nosso refúgio. Porque demora até se conseguir voltar a ver as estrelas sozinho, e enquanto isso não acontece o céu não pode estar à vista. E assim se fica quieto, a lamber as feridas, à espera do bom tempo quando se possa voltar ao mar. E a pouco e pouco vão-se rasgando janelas para ver a paisagem e deixar entrar o sol. É o tempo a fazer o seu trabalho, dizem, há um caminho a percorrer até chegar ao momento em que volta a conseguir contar as estrelas. Sabedoria de quem não sabe nada. A verdade é que, não interessa contá-las sem que possa segurá-las na palma da mão. Mas a malta constroi o telhado, a casca do ovo contra a tristeza e contra a saudade. As telhas são é de vidro mas que se lixe, é o material que temos.
O trânsito não incomoda, a marcha lenta não a faz procurar caminhos alternativos e mesmo nos troços livres da autoestrada, não se preocupa em passar dos 90. Os carros que passem por ela como os dias teimam em passar, sem olhar para trás, sem sequer notar com quem se cruza, quem se perde, quem se esquece. Não interessa se não está atenta ao caminho, há de ser em frente, há de se chegar a qualquer lado e quanto mais distraída, menos tem de pensar, decidir, agir. Desde que não se desvie da mão por onde vai e mantenha uma velocidade constante não há risco de acidente. Nem de mais nada.
Dias sem cor para estradas cinzentas. Há de se chegar ao fim da viagem, seja lá ele qual for.