terça-feira, 13 de abril de 2010

Leituras de aquecer o coração

Há dias em que mesmo as pessoas de quem esperamos tudo nos conseguem surpreender. Há dias em que mesmo aquelas pessoas que já dizem e fazem tanto, dizem e fazem ainda mais.
Ontem foi um desses dias.
Tiraste-me o coração do peito e, talvez por ser dia mundial do beijo (sem dúvida uma coincidência ao gosto da nossa mente pervertida), acarinhaste-o nos braços e deste-me um beijo nas feridas, no que tenho de bom e de mau. Tomaste-me por inteira, sem quereres saber das arestas farpadas de uma vida (vá, 23 anos) de encontros e desencontros, de voos e quedas, "de tampos estragados e a ver as noites a passar".
Esta semana consta que vai estar de chuva mas o sorriso que tenho na cara, vai durar até domingo de certeza.
Porque, já um dia o disse, não interessa se a amizade vem de trás, se é profunda ou meramente circunstancial, se é para sempre ou se se vai desvanecer com o passar do tempo. Interessa sim, a cumplicidade que se cria nos momentos de calor em tardes frias, o que se diz sem sequer ser preciso dizer nada e o que se sente quando por fim se decide falar.
Por entre capas pretas e serenatas que pintam a nossa vida a dois tons e braços dados em passeios rua do Coliseu abaixo, quer tenhamos por companhia imperiais a dois euros em tampos de mesa instáveis para afogar desilusões em que o brilho da noite foi menor do que se esperava (o que não faz mal, porque é a escuridão do de vez em quando que dá cor às estrelas, quando estas aparecem para brilhar), ou cafés com dois dedos de conversa numa qualquer esplanada à porta do ISPA.
Seja quando e onde for, presencialmente ou via tecnologia, regularmente ou de tempo em tempo, sinto que é um privilégio ter-te na minha vida.
Mas ontem, mais que em todos os outros dias, soube-me a ouro ler de que cor pintas a nossa amizade.
Porque conhecemo-nos de preto e branco e assim nos vamos vendo a maior parte das vezes, mas há toda uma tela de cores que partilhamos, mesmo nas noites mais escuras.
Nesta semana, o meu céu tem um arco íris desenhado. E chama-se Gonçalo.

1 comentário:

Chinelo na Bancada disse...

E para um texto dedicado a alguém, escreve-se outro de volta a dedicar também, de preferência algo que nos aquece a alma, como este teu, minha querida :)
Beijo Enorme!!!
Obrigado por também teres trazido o sorriso à minha cara =D