O Gonçalo mudou de blog.
Escreve ele, que o antigo cheirava a mofo, mexia-lhe com as memórias, vários anos de histórias vividas e contadas. Quis mudar de vida, recomeçar de novo, do zero.
Cada um muda de página à sua maneira.
Eu dediquei-me a aprender a pintar por cima desta tela. Mas não posso negar que há cores que ainda me parecem estranhas criar, por causa da tinta cravada no fundo. Mas também, este blog nunca viu muita cor. O tom sempre foi meio negro (ou cor de burro quando foge, segundo a Filipa). O Gonçalo diria que me habituei a pintar a preto e branco. Talvez sejam essas as minhas cores, preto e branco, tudo ou nada.
Mas ultimamente ando a descobrir o amarelo. Porque me parece uma boa cor, cheira a sol e a verão, a óculos Ray Ban azuis e a calções de praia. Não vou apagar as cores que trago para trás, mas vou tentar que o padrão não destoe.
Porque apesar de me parecer até, ser uma ideia inteligente, acho que nunca devemos deitar nada fora definitivamente. Porque o que passou fez parte de nós, tocou-nos. E nesse blog do Gonçalo, já defunto, há lá, se não todos, pelo menos um post importante. Fala de tampos de mesa estragados, de amizades seguras e de inseguranças vividas. É a preto e branco e cheira a Lisboa. E para o proteger das intempéries do esquecimento, copiei-o e guardei-o comigo, como o guardo a ele.
Sinto que estou em falta para contigo, por isso este post é dedicado a ti. Porque a nossa amizade vem de antes do Facebook existir, quando ainda se contavam novidades ao sabor de um café, numa esplanada à porta do ISPA.
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