quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Incertezas

Todos nós vivemos dias em que, a certa altura, nos sentimos sem forças, em que tudo parece demasiado difícil e em que nos começamos a questionar sobre as nossas escolhas e o nosso futuro.
Na fase da vida em que estou nesse momento, já tive algumas reflexões a esse respeito, se tudo o que faço agora valerá a pena, o suor, as lágrimas, a preocupação e as noites sem dormir, se é este o caminho para a completude, para a realização pessoal, para ser feliz.

Não chego a nenhuma conclusão concreta. Se calhar sou eu que me ponho a adiar a questão, ou simplesmente porque acho que não vale a pena pensar nisso por esse prisma. Ou porque me convenço que é só mais uma experiência de dois anos a que me propus viver e que depois novas portas se abrirão, nova lufada de ar fresco, nova possibilidade de escolher. Ou porque me precisava de agarrar a alguma coisa que me impedisse de vaguear, um rumo. Ou porque acredito que sigo um sonho. Mas não tenho a certeza.

Contudo, já vivi alturas em que a incerteza teve o seu quê de libertador, o desconhecido, o mundo inteiro à minha frente. Mas ontem e hoje, o saber que nada disto é certo e definitivo, que posso mudar tudo de um momento para o outro se eu quiser, aperta-me o peito e as têmporas e desequilibra-me. O risco é demasiado elevado, penso. Longe de mim querer ter certezas do baixo dos meus 23 anos. Mas quero ter um plano que me trace um caminho e no qual eu acredite e que me guie pelo meio da incerteza.
Esta semana tem sido difícil, pesada, solitária. As minhas qualidades andam escondidas atrás dos meus medos, que não se acalmam com o discurso da minha inexperiência. Sempre quis fazer mais e melhor e nunca fez o meu estilo andar tipo barata tonta. Mas há dias em que sinto que ando, não sei muito bem por onde, nem porquê. Só sei que me sinto desorientada, ignorante, poucochinho, como diz a minha mãe.
Hoje li notícias de longe. Mas a força que trazia atrelada a mim nos últimos tempos não veio trabalhar comigo segunda-feira. Acho se colou à Mesquita e foi passear a Madrid. Ui ui coração, diria ela. Ao menos amanhã é sexta. Ao menos isso.

4 comentários:

Mesquita disse...

Xuxu, se alguma coisa foi comigo para Madrid já voltou. E a minha semana até foi fácil, salta daí que estas coisas pegam-se e num ápice ficas como nova :) Ainda tenho meia amarguinha à nossa espera no hostel. Tu que não gostas das segundas-feiras, bora contrariar isso? Nesta que vem tomamos o peq. almoço na baixa? Pode ser que desta vez consigas chegar a horas e levar as arrufadazinhas para a outra senhorita...

O moche morre no domingo mas sabes sempre outras formas de me encontrares.

Sofia Paixão disse...

Venha de lá essa amarguinha, que eu levo outra garrafinha de reguengos ;)
De segunda para terça ou de domingo para segunda? Either way, alinho. Vou jantar mãe =P

Pipoca disse...

Sei que nao estas muito contente comigo e que nao sao as minhas noticias de longe que queres ter, mas se serve de alguma coisa, aqui vai um beijinho do Brasil. E se queres saber tb eu ando mt confusa, e tenho conhecido tanta gente de todo o mundo com historias de vida tao interessantes e diferentes que deixei de saber se quero seguir o percurso esperado. Nao es a unica perdida meu bem.
Bj

Sofia Paixão disse...

Não sejas tonta, claro que quero ter notícias tuas, do Brasil, ou de onde quer que seja. Mas larga o blog e vai mas é passear. Beijinhos para ti e para a Inês.