Hoje acordei e apeteceu-me escrever sobre as coisas que gosto, sobre as minhas pequenas rotinas, os meus pequenos prazeres.
Para muitos a rotina costuma fazer alergia, fernicoques, por parecer que a vida é sempre mais do mesmo, não inova, não surpreende. Quanto mais incerteza houver melhor, mais excitante é viver, não saber o que vem a seguir. A rotina é uma seca. Quando aparece é tempo de mudar, no trabalho, nas relações em tudo.
Eu pergunto-me, que mal tem a rotina?
Pessoalmente, considero que as pequenas rotinas que se criam no dia-a-dia, são o que se pode chamar de pequenos prazeres da vida. A previsibilidade de uma pequena rotina que me dá prazer seguir, trás-me conforto e anima-me.
Sou deveras uma criatura de hábitos e manias.
Gosto, por exemplo, de não acender a luz da casa de banho quando acordo para ir tomar banho e gosto da água a ferver. Se a bilha estiver no fim e a água vier morna sou capaz de chorar. Gosto de ligar a aparelhagem para ouvir rádio e da sensação de vestir uma camisa lavada e passada. Gosto de sair de casa sem secar o cabelo e de não me cruzar com ninguém para não ter de ser simpática. Odeio que falem comigo de manhã.
Gosto de beber um galão bem escuro na rua ao pequeno almoço ou de, quando não tenho tempo, ir ao Pingo Doce aqui em frente ao escritório e comprar duas arrufadas para comer em frente ao computador, acompanhadas de um balde de café acabado de fazer, enquanto leio as noticias online e os blogs que acompanho.
Gosto de conduzir com a música demasiado alta e de cantar no trânsito e de andar de metro encostada à porta para ver quem entra e quem sai.
Gosto de almoçar sozinha num café pequenino que tem umas cortinas que lhe confere um aspecto de casa, ali no fim da António Augusto Aguiar, numa mesa ao pé da janela, acompanhada de um livro. Faz-me lembrar um café minúsculo, para aí com 3 mesas, escondido numas arcadas, em Algés, onde eu costumava passar as manhãs a comer empadas e a estudar, nos tempos em que parava pelos lados da FMH para dois dedos de conversa e um beijo. Esse café também tem cortinas. Gosto de cafés com cortinas, portanto. Cafés com ar de casa.
Gosto de manhãs de sol e céu azul e tardes de calor, calças de ganga e chinelos. Gosto de passar a tarde de sábado a ver a Vingadora na televisão com a minha irmã e mais não sei quantas séries de seguida. Gosto de ao domingo ir ver o mar.
Gosto de horas de conversa sobre nada ao sabor de uma imperial e de jantares cúmplices com as caras de sempre. Gosto da calma de uma bebida num bar e da libertação de três horas a dançar numa discoteca.
Gosto de acordar ás horas de sempre, olhar para o relógio, perceber que é fim-de-semana e virar-me para o outro lado no quente dos meus cobertores.
Gosto de trabalhar ao sábado sem pressa nem horários e sentir a inspiração fluir.
Gosto de planear viagens, passeios e encontros e no fim tudo sair melhor do que eu esperava.
Gosto de almoços em família ao fim-de-semana, de ver o Poirot com o meu pai e de ouvir a minha mãe a rir. Gosto de me deitar em cima da cama da minha irmã e comentar os filmes que vejo com ela.
Gosto de uma boa gargalhada e de uma boa hora de choro. Gosto de sentir o coração a transbordar e do sorriso parvo na cara. Gosto do silêncio da solidão e da alma vazia.
Gosto da vida como ela é: imprevisível na maior parte dos seus aspectos, no seu resultado final, incontrolável na sua maneira de desenrolar o fio condutor. Mas gosto dos pequeninos momentos em que consigo moldar o tempo à minha vontade. No meio da loucura dos dias, aqueles momentos são meus, são de hoje e de amanhã, até eu decidir criar novas rotinas.
Porque criar também é um hábito. Temos é de incluí-lo na nossa rotina.
Para muitos a rotina costuma fazer alergia, fernicoques, por parecer que a vida é sempre mais do mesmo, não inova, não surpreende. Quanto mais incerteza houver melhor, mais excitante é viver, não saber o que vem a seguir. A rotina é uma seca. Quando aparece é tempo de mudar, no trabalho, nas relações em tudo.
Eu pergunto-me, que mal tem a rotina?
Pessoalmente, considero que as pequenas rotinas que se criam no dia-a-dia, são o que se pode chamar de pequenos prazeres da vida. A previsibilidade de uma pequena rotina que me dá prazer seguir, trás-me conforto e anima-me.
Sou deveras uma criatura de hábitos e manias.
Gosto, por exemplo, de não acender a luz da casa de banho quando acordo para ir tomar banho e gosto da água a ferver. Se a bilha estiver no fim e a água vier morna sou capaz de chorar. Gosto de ligar a aparelhagem para ouvir rádio e da sensação de vestir uma camisa lavada e passada. Gosto de sair de casa sem secar o cabelo e de não me cruzar com ninguém para não ter de ser simpática. Odeio que falem comigo de manhã.
Gosto de beber um galão bem escuro na rua ao pequeno almoço ou de, quando não tenho tempo, ir ao Pingo Doce aqui em frente ao escritório e comprar duas arrufadas para comer em frente ao computador, acompanhadas de um balde de café acabado de fazer, enquanto leio as noticias online e os blogs que acompanho.
Gosto de conduzir com a música demasiado alta e de cantar no trânsito e de andar de metro encostada à porta para ver quem entra e quem sai.
Gosto de almoçar sozinha num café pequenino que tem umas cortinas que lhe confere um aspecto de casa, ali no fim da António Augusto Aguiar, numa mesa ao pé da janela, acompanhada de um livro. Faz-me lembrar um café minúsculo, para aí com 3 mesas, escondido numas arcadas, em Algés, onde eu costumava passar as manhãs a comer empadas e a estudar, nos tempos em que parava pelos lados da FMH para dois dedos de conversa e um beijo. Esse café também tem cortinas. Gosto de cafés com cortinas, portanto. Cafés com ar de casa.
Gosto de manhãs de sol e céu azul e tardes de calor, calças de ganga e chinelos. Gosto de passar a tarde de sábado a ver a Vingadora na televisão com a minha irmã e mais não sei quantas séries de seguida. Gosto de ao domingo ir ver o mar.
Gosto de horas de conversa sobre nada ao sabor de uma imperial e de jantares cúmplices com as caras de sempre. Gosto da calma de uma bebida num bar e da libertação de três horas a dançar numa discoteca.
Gosto de acordar ás horas de sempre, olhar para o relógio, perceber que é fim-de-semana e virar-me para o outro lado no quente dos meus cobertores.
Gosto de trabalhar ao sábado sem pressa nem horários e sentir a inspiração fluir.
Gosto de planear viagens, passeios e encontros e no fim tudo sair melhor do que eu esperava.
Gosto de almoços em família ao fim-de-semana, de ver o Poirot com o meu pai e de ouvir a minha mãe a rir. Gosto de me deitar em cima da cama da minha irmã e comentar os filmes que vejo com ela.
Gosto de uma boa gargalhada e de uma boa hora de choro. Gosto de sentir o coração a transbordar e do sorriso parvo na cara. Gosto do silêncio da solidão e da alma vazia.
Gosto da vida como ela é: imprevisível na maior parte dos seus aspectos, no seu resultado final, incontrolável na sua maneira de desenrolar o fio condutor. Mas gosto dos pequeninos momentos em que consigo moldar o tempo à minha vontade. No meio da loucura dos dias, aqueles momentos são meus, são de hoje e de amanhã, até eu decidir criar novas rotinas.
Porque criar também é um hábito. Temos é de incluí-lo na nossa rotina.
3 comentários:
ui que poética que andas.... e sim a rotina tb tem a sua magia... basta que façamos dela o melhor que soubermos e integremos nela pequeninas coisas que nos dêm prazer.... estás boa??????
Estou sim senhora, oh desaparecida! Andas a viajar muito ao Norte é? Sem tempo para escrever? ;)
Eu tb gosto de ver a Vingadora contigo. De te ter na minha cama a palrar... bem... se palrares baixinho, não me importo =)
Viva as tardes de sábado a engolir séries de enfiada! E viva ver tv na cama enroladas na manta e dizer mal das pessoas que aparecem na tv =)
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