Diz que tem cara de Aladino e um nome que rima com Peter Pan.
Eu diria muito mais, mas prefiro entreter-me a ouvir.
www.myspace.com/joaoberhan
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Há dias mau e outros assim
A caminho do escritório, descobri, devido à simpatia de um Sr. Automobilista, que tinha um dos pneus de trás furado.
Como mulher despachada que sou, liguei para a assistência em viagem. E eis que um pacóvio qualquer me diz ao telefone, que a companhia de seguros (cujo nome não vou referir mas tem 3 letras e foi a entidade empregadora do meu pai durante uma catrefada de anos!) não cobria as despesas da deslocação de um técnico até ao "local onde se encontra a viatura", porque , dizia o Sr. pacóvio, se tratava de uma situação extracontratual, porque é obrigação (!!!!) do condutor, saber mudar um pneu.
Não tivesse eu de ir trabalhar, tinha dissertado ali mesmo a génese da existência de contratos de seguro, o que são as obrigações de um condutor e o conceito de avaria e de acidente. Mas como não tinha tempo, respondi somente que nem toda a gente guia smarts e carros de brincar e que obviamente eu não tinha força nem jeito (nem muito menos a obrigação de o ter), para mudar o pneu da carrinha e que não, não iria pagar 50 euros (imagine-se!) para que um técnico viesse em meu auxilio. Mais depressa engatava um senhor qualquer simpático para me ajudar no meio da rua.
Luckly, tenho amigos porreiros que não se importam de vir fazer esforços pesados, em socorro da miúda, que coitada, não tem culpa de só saber de leis. Ou se calhar o Bruno é mesmo um caso raro.
Para ajudar à festa, mal entrei no escritório, parti o salto (muito alto) das botas que tinha calçadas, o que fez com que tivesse de andar o dia todo descalça, enquanto o sapatinho estava a arranjar.
Estou ansiosa para saber o que é o que resto do dia me reserva. Ou não.
Como mulher despachada que sou, liguei para a assistência em viagem. E eis que um pacóvio qualquer me diz ao telefone, que a companhia de seguros (cujo nome não vou referir mas tem 3 letras e foi a entidade empregadora do meu pai durante uma catrefada de anos!) não cobria as despesas da deslocação de um técnico até ao "local onde se encontra a viatura", porque , dizia o Sr. pacóvio, se tratava de uma situação extracontratual, porque é obrigação (!!!!) do condutor, saber mudar um pneu.
Não tivesse eu de ir trabalhar, tinha dissertado ali mesmo a génese da existência de contratos de seguro, o que são as obrigações de um condutor e o conceito de avaria e de acidente. Mas como não tinha tempo, respondi somente que nem toda a gente guia smarts e carros de brincar e que obviamente eu não tinha força nem jeito (nem muito menos a obrigação de o ter), para mudar o pneu da carrinha e que não, não iria pagar 50 euros (imagine-se!) para que um técnico viesse em meu auxilio. Mais depressa engatava um senhor qualquer simpático para me ajudar no meio da rua.
Luckly, tenho amigos porreiros que não se importam de vir fazer esforços pesados, em socorro da miúda, que coitada, não tem culpa de só saber de leis. Ou se calhar o Bruno é mesmo um caso raro.
Para ajudar à festa, mal entrei no escritório, parti o salto (muito alto) das botas que tinha calçadas, o que fez com que tivesse de andar o dia todo descalça, enquanto o sapatinho estava a arranjar.
Estou ansiosa para saber o que é o que resto do dia me reserva. Ou não.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Long live the 80's!
Acho que o John Waite vem tocar ao São Jorge no dia 4 de Março.
Juro que ia ver só para ouvir esta música.
Nunca mais houve música como na década de 80!
Juro que ia ver só para ouvir esta música.
Nunca mais houve música como na década de 80!
Philadelphia
Hoje ouvi esta música no radio e deu-me saudades de rever o filme.
A minha irmã diz que eu avalio os filmes pela banda sonora. Mas neste caso, além desta música ser simplesmente perfeita, é um grande filme.
Para a minha irmã ler quando tem um dia mau no escritório
O Macaco António
Acordou de manhã um dia
Virou-se para a mãe Macaca e disse:
Vou estudar Engenharia.
Estudou anos e anos a fio
Teve exames, projectos e orais
A mãe Macaca só lhe dizia:
Ó filho, nunca mais de lá sais!
Quando finalmente acabou
Voltou a casa com uma nova visão do mundo
O meu novo projecto vai ser, disse ele,
Conhecer o espaço a fundo
Ó filho, disse a mãe macaca,
No espaço há galáxias e estrelas
Há muito muito espaço
E pessoas nem vê-las!
Não te desgraces filho,
Vê se escolhes mulher e casas
Porque aos macacos ninguém dá nada
Nem dinheiro, nem asas.
Pois minha mãe,
Mesmo sem asas vou para o espaço
Vou construir um fogetão
E mostrar ao mundo o que faço
Com um compasso e um sextante
E alguma imaginação
Depois de muito esforço
Lá construiu o fogetão
Senhores da Ordem, do Sindicato e do Clube
Aqui está a minha obra
Agora que terminei
Tenho tempo de sobra
Sentou-se no terraço,
Com uma margarita na mão
Agora não tenho projectos
Acho que vou adoptar um cão
Vou deixar a engenharia e virar poeta.
Acordou de manhã um dia
Virou-se para a mãe Macaca e disse:
Vou estudar Engenharia.
Estudou anos e anos a fio
Teve exames, projectos e orais
A mãe Macaca só lhe dizia:
Ó filho, nunca mais de lá sais!
Quando finalmente acabou
Voltou a casa com uma nova visão do mundo
O meu novo projecto vai ser, disse ele,
Conhecer o espaço a fundo
Ó filho, disse a mãe macaca,
No espaço há galáxias e estrelas
Há muito muito espaço
E pessoas nem vê-las!
Não te desgraces filho,
Vê se escolhes mulher e casas
Porque aos macacos ninguém dá nada
Nem dinheiro, nem asas.
Pois minha mãe,
Mesmo sem asas vou para o espaço
Vou construir um fogetão
E mostrar ao mundo o que faço
Com um compasso e um sextante
E alguma imaginação
Depois de muito esforço
Lá construiu o fogetão
Senhores da Ordem, do Sindicato e do Clube
Aqui está a minha obra
Agora que terminei
Tenho tempo de sobra
Sentou-se no terraço,
Com uma margarita na mão
Agora não tenho projectos
Acho que vou adoptar um cão
Vou deixar a engenharia e virar poeta.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Porque ontem foi Novembro no meu quarto
"Hoje só por ser Outono
Vou chamar-te meu amor
Contra as regras do que somos
Vou chamar-te meu amor
Hoje só por ser diferente te encontrar
É tanto fado contra nós
Mas nem por isso estamos sós
Embora fique tanto por contar
Hoje só por ser Outono vou…
Entre dentes, entre a fuga
Vou chamar-te meu amor
Enquanto não se encontra forma
Vou chamar-te meu amor
Entre gente que é de mais
E tão pequena para saber
Que é tanto o vento a favor
Mas tão pouco espaço para a dor
Só pode ficar tudo por contar
Hoje só por ser Outono vou…
Há flores, há cores, há folhas no chão
Que podem não voltar
Podes não voltar
Mas é eterno em nós
E não vai sair
Desce o tempo e a noite vem lembrar
Que as tuas mãos já não são de nós para ficar
Por ser tanto quanto somos
Certo quando vemos
Calmo quando queremos
Hoje só por ser Outono vou"
Tiago Bettencourt & Mantha - "Outono"
Vou chamar-te meu amor
Contra as regras do que somos
Vou chamar-te meu amor
Hoje só por ser diferente te encontrar
É tanto fado contra nós
Mas nem por isso estamos sós
Embora fique tanto por contar
Hoje só por ser Outono vou…
Entre dentes, entre a fuga
Vou chamar-te meu amor
Enquanto não se encontra forma
Vou chamar-te meu amor
Entre gente que é de mais
E tão pequena para saber
Que é tanto o vento a favor
Mas tão pouco espaço para a dor
Só pode ficar tudo por contar
Hoje só por ser Outono vou…
Há flores, há cores, há folhas no chão
Que podem não voltar
Podes não voltar
Mas é eterno em nós
E não vai sair
Desce o tempo e a noite vem lembrar
Que as tuas mãos já não são de nós para ficar
Por ser tanto quanto somos
Certo quando vemos
Calmo quando queremos
Hoje só por ser Outono vou"
Tiago Bettencourt & Mantha - "Outono"
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Oi
Ligaste-me agora e não sei porquê, senti imensas saudades tuas.
Como se tivessem passado anos sem te ver.
Mas só passaram uns dias, umas horas desde que falámos ao telefone.
Mas ao olhar para a tua fotografia, aqui na minha secretária, senti saudades tuas.
Liga outra vez.
Como se tivessem passado anos sem te ver.
Mas só passaram uns dias, umas horas desde que falámos ao telefone.
Mas ao olhar para a tua fotografia, aqui na minha secretária, senti saudades tuas.
Liga outra vez.
Programa das festas
Laboratórios Abertos
Regresso às aulas, mais 7 belas cadeirinhas para a malta não perder a pedalada
Encontrar trabalho, dava muito muito jeito
Actuações da Tuna
Organização das Jornadas deste ano
Comer e dormir, se der.
Porque é que eu me meto nestas coisas, afinal?
Regresso às aulas, mais 7 belas cadeirinhas para a malta não perder a pedalada
Encontrar trabalho, dava muito muito jeito
Actuações da Tuna
Organização das Jornadas deste ano
Comer e dormir, se der.
Porque é que eu me meto nestas coisas, afinal?
O abraço
"Quando for já logo à noite na praia
Com o sol a derreter-se enfim
Procura por mim
Com o vento por saia
E em lugar de suor o sargaço.
Eu estarei quieto e assim sozinho
Cheio das dúvidas do universo
À tua espera
A desenhar o caminho
Para te escrever em verso
No meu regaço.
O abraço."
M.V.
Com o sol a derreter-se enfim
Procura por mim
Com o vento por saia
E em lugar de suor o sargaço.
Eu estarei quieto e assim sozinho
Cheio das dúvidas do universo
À tua espera
A desenhar o caminho
Para te escrever em verso
No meu regaço.
O abraço."
M.V.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
D. de Dar
Hoje vou ao cinema com a minha mãe e daqui a nada vou comprar bilhetes para ir com ela ver os The Cranberries ao Campo Pequeno dia 10 de Março.
Porque de todas as vezes que preciso de mimo e atenção ela está lá para mim.
Por isso, hoje é dia de dar miminhos à minha mãe.
Porque de todas as vezes que preciso de mimo e atenção ela está lá para mim.
Por isso, hoje é dia de dar miminhos à minha mãe.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Incertezas
Todos nós vivemos dias em que, a certa altura, nos sentimos sem forças, em que tudo parece demasiado difícil e em que nos começamos a questionar sobre as nossas escolhas e o nosso futuro.
Na fase da vida em que estou nesse momento, já tive algumas reflexões a esse respeito, se tudo o que faço agora valerá a pena, o suor, as lágrimas, a preocupação e as noites sem dormir, se é este o caminho para a completude, para a realização pessoal, para ser feliz.
Não chego a nenhuma conclusão concreta. Se calhar sou eu que me ponho a adiar a questão, ou simplesmente porque acho que não vale a pena pensar nisso por esse prisma. Ou porque me convenço que é só mais uma experiência de dois anos a que me propus viver e que depois novas portas se abrirão, nova lufada de ar fresco, nova possibilidade de escolher. Ou porque me precisava de agarrar a alguma coisa que me impedisse de vaguear, um rumo. Ou porque acredito que sigo um sonho. Mas não tenho a certeza.
Contudo, já vivi alturas em que a incerteza teve o seu quê de libertador, o desconhecido, o mundo inteiro à minha frente. Mas ontem e hoje, o saber que nada disto é certo e definitivo, que posso mudar tudo de um momento para o outro se eu quiser, aperta-me o peito e as têmporas e desequilibra-me. O risco é demasiado elevado, penso. Longe de mim querer ter certezas do baixo dos meus 23 anos. Mas quero ter um plano que me trace um caminho e no qual eu acredite e que me guie pelo meio da incerteza.Na fase da vida em que estou nesse momento, já tive algumas reflexões a esse respeito, se tudo o que faço agora valerá a pena, o suor, as lágrimas, a preocupação e as noites sem dormir, se é este o caminho para a completude, para a realização pessoal, para ser feliz.
Não chego a nenhuma conclusão concreta. Se calhar sou eu que me ponho a adiar a questão, ou simplesmente porque acho que não vale a pena pensar nisso por esse prisma. Ou porque me convenço que é só mais uma experiência de dois anos a que me propus viver e que depois novas portas se abrirão, nova lufada de ar fresco, nova possibilidade de escolher. Ou porque me precisava de agarrar a alguma coisa que me impedisse de vaguear, um rumo. Ou porque acredito que sigo um sonho. Mas não tenho a certeza.
Esta semana tem sido difícil, pesada, solitária. As minhas qualidades andam escondidas atrás dos meus medos, que não se acalmam com o discurso da minha inexperiência. Sempre quis fazer mais e melhor e nunca fez o meu estilo andar tipo barata tonta. Mas há dias em que sinto que ando, não sei muito bem por onde, nem porquê. Só sei que me sinto desorientada, ignorante, poucochinho, como diz a minha mãe.
Hoje li notícias de longe. Mas a força que trazia atrelada a mim nos últimos tempos não veio trabalhar comigo segunda-feira. Acho se colou à Mesquita e foi passear a Madrid. Ui ui coração, diria ela. Ao menos amanhã é sexta. Ao menos isso.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Pequenos prazeres da vida
Hoje acordei e apeteceu-me escrever sobre as coisas que gosto, sobre as minhas pequenas rotinas, os meus pequenos prazeres.
Para muitos a rotina costuma fazer alergia, fernicoques, por parecer que a vida é sempre mais do mesmo, não inova, não surpreende. Quanto mais incerteza houver melhor, mais excitante é viver, não saber o que vem a seguir. A rotina é uma seca. Quando aparece é tempo de mudar, no trabalho, nas relações em tudo.
Eu pergunto-me, que mal tem a rotina?
Pessoalmente, considero que as pequenas rotinas que se criam no dia-a-dia, são o que se pode chamar de pequenos prazeres da vida. A previsibilidade de uma pequena rotina que me dá prazer seguir, trás-me conforto e anima-me.
Sou deveras uma criatura de hábitos e manias.
Gosto, por exemplo, de não acender a luz da casa de banho quando acordo para ir tomar banho e gosto da água a ferver. Se a bilha estiver no fim e a água vier morna sou capaz de chorar. Gosto de ligar a aparelhagem para ouvir rádio e da sensação de vestir uma camisa lavada e passada. Gosto de sair de casa sem secar o cabelo e de não me cruzar com ninguém para não ter de ser simpática. Odeio que falem comigo de manhã.
Gosto de beber um galão bem escuro na rua ao pequeno almoço ou de, quando não tenho tempo, ir ao Pingo Doce aqui em frente ao escritório e comprar duas arrufadas para comer em frente ao computador, acompanhadas de um balde de café acabado de fazer, enquanto leio as noticias online e os blogs que acompanho.
Gosto de conduzir com a música demasiado alta e de cantar no trânsito e de andar de metro encostada à porta para ver quem entra e quem sai.
Gosto de almoçar sozinha num café pequenino que tem umas cortinas que lhe confere um aspecto de casa, ali no fim da António Augusto Aguiar, numa mesa ao pé da janela, acompanhada de um livro. Faz-me lembrar um café minúsculo, para aí com 3 mesas, escondido numas arcadas, em Algés, onde eu costumava passar as manhãs a comer empadas e a estudar, nos tempos em que parava pelos lados da FMH para dois dedos de conversa e um beijo. Esse café também tem cortinas. Gosto de cafés com cortinas, portanto. Cafés com ar de casa.
Gosto de manhãs de sol e céu azul e tardes de calor, calças de ganga e chinelos. Gosto de passar a tarde de sábado a ver a Vingadora na televisão com a minha irmã e mais não sei quantas séries de seguida. Gosto de ao domingo ir ver o mar.
Gosto de horas de conversa sobre nada ao sabor de uma imperial e de jantares cúmplices com as caras de sempre. Gosto da calma de uma bebida num bar e da libertação de três horas a dançar numa discoteca.
Gosto de acordar ás horas de sempre, olhar para o relógio, perceber que é fim-de-semana e virar-me para o outro lado no quente dos meus cobertores.
Gosto de trabalhar ao sábado sem pressa nem horários e sentir a inspiração fluir.
Gosto de planear viagens, passeios e encontros e no fim tudo sair melhor do que eu esperava.
Gosto de almoços em família ao fim-de-semana, de ver o Poirot com o meu pai e de ouvir a minha mãe a rir. Gosto de me deitar em cima da cama da minha irmã e comentar os filmes que vejo com ela.
Gosto de uma boa gargalhada e de uma boa hora de choro. Gosto de sentir o coração a transbordar e do sorriso parvo na cara. Gosto do silêncio da solidão e da alma vazia.
Gosto da vida como ela é: imprevisível na maior parte dos seus aspectos, no seu resultado final, incontrolável na sua maneira de desenrolar o fio condutor. Mas gosto dos pequeninos momentos em que consigo moldar o tempo à minha vontade. No meio da loucura dos dias, aqueles momentos são meus, são de hoje e de amanhã, até eu decidir criar novas rotinas.
Porque criar também é um hábito. Temos é de incluí-lo na nossa rotina.
Para muitos a rotina costuma fazer alergia, fernicoques, por parecer que a vida é sempre mais do mesmo, não inova, não surpreende. Quanto mais incerteza houver melhor, mais excitante é viver, não saber o que vem a seguir. A rotina é uma seca. Quando aparece é tempo de mudar, no trabalho, nas relações em tudo.
Eu pergunto-me, que mal tem a rotina?
Pessoalmente, considero que as pequenas rotinas que se criam no dia-a-dia, são o que se pode chamar de pequenos prazeres da vida. A previsibilidade de uma pequena rotina que me dá prazer seguir, trás-me conforto e anima-me.
Sou deveras uma criatura de hábitos e manias.
Gosto, por exemplo, de não acender a luz da casa de banho quando acordo para ir tomar banho e gosto da água a ferver. Se a bilha estiver no fim e a água vier morna sou capaz de chorar. Gosto de ligar a aparelhagem para ouvir rádio e da sensação de vestir uma camisa lavada e passada. Gosto de sair de casa sem secar o cabelo e de não me cruzar com ninguém para não ter de ser simpática. Odeio que falem comigo de manhã.
Gosto de beber um galão bem escuro na rua ao pequeno almoço ou de, quando não tenho tempo, ir ao Pingo Doce aqui em frente ao escritório e comprar duas arrufadas para comer em frente ao computador, acompanhadas de um balde de café acabado de fazer, enquanto leio as noticias online e os blogs que acompanho.
Gosto de conduzir com a música demasiado alta e de cantar no trânsito e de andar de metro encostada à porta para ver quem entra e quem sai.
Gosto de almoçar sozinha num café pequenino que tem umas cortinas que lhe confere um aspecto de casa, ali no fim da António Augusto Aguiar, numa mesa ao pé da janela, acompanhada de um livro. Faz-me lembrar um café minúsculo, para aí com 3 mesas, escondido numas arcadas, em Algés, onde eu costumava passar as manhãs a comer empadas e a estudar, nos tempos em que parava pelos lados da FMH para dois dedos de conversa e um beijo. Esse café também tem cortinas. Gosto de cafés com cortinas, portanto. Cafés com ar de casa.
Gosto de manhãs de sol e céu azul e tardes de calor, calças de ganga e chinelos. Gosto de passar a tarde de sábado a ver a Vingadora na televisão com a minha irmã e mais não sei quantas séries de seguida. Gosto de ao domingo ir ver o mar.
Gosto de horas de conversa sobre nada ao sabor de uma imperial e de jantares cúmplices com as caras de sempre. Gosto da calma de uma bebida num bar e da libertação de três horas a dançar numa discoteca.
Gosto de acordar ás horas de sempre, olhar para o relógio, perceber que é fim-de-semana e virar-me para o outro lado no quente dos meus cobertores.
Gosto de trabalhar ao sábado sem pressa nem horários e sentir a inspiração fluir.
Gosto de planear viagens, passeios e encontros e no fim tudo sair melhor do que eu esperava.
Gosto de almoços em família ao fim-de-semana, de ver o Poirot com o meu pai e de ouvir a minha mãe a rir. Gosto de me deitar em cima da cama da minha irmã e comentar os filmes que vejo com ela.
Gosto de uma boa gargalhada e de uma boa hora de choro. Gosto de sentir o coração a transbordar e do sorriso parvo na cara. Gosto do silêncio da solidão e da alma vazia.
Gosto da vida como ela é: imprevisível na maior parte dos seus aspectos, no seu resultado final, incontrolável na sua maneira de desenrolar o fio condutor. Mas gosto dos pequeninos momentos em que consigo moldar o tempo à minha vontade. No meio da loucura dos dias, aqueles momentos são meus, são de hoje e de amanhã, até eu decidir criar novas rotinas.
Porque criar também é um hábito. Temos é de incluí-lo na nossa rotina.
"Eu quero ser cafifa no lugar no califa!"
Se o Marcelo Rebelo de Sousa é o Califa, o António Vitorino é o Iznogoud.
Desafio-vos a perceber a piada.
Desafio-vos a perceber a piada.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Constatação de fim-de-semana
Direito Penal é muito mais giro de se trabalhar, do que de se estudar.
Mas sou mais menina de mandar os maus para a prisão, que de safar os bons. A escrita sai-me melhor, mais poética.
E quer-se é poesia nesta vida.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Amigos amigos, vidas e copos à parte
Às vezes acho que é preferível viver no limbo. Quem não anda muito feliz, nunca vai andar muito triste. Quem não estima muito uma coisa, não se importa de a perder. Quem não espera muito de alguém nunca se vai desiludir.
Cada um que se oriente é o lema que, pelos vistos, anda aí na berra.
Tenho de me por a par das modas. Não vá acontecer um dia, interpretar mal os actos dos meus amigos.
O dia não podia acabar bem. Porque o que eu gosto é mesmo de dramas.
Cada um que se oriente é o lema que, pelos vistos, anda aí na berra.
Tenho de me por a par das modas. Não vá acontecer um dia, interpretar mal os actos dos meus amigos.
O dia não podia acabar bem. Porque o que eu gosto é mesmo de dramas.
Horas doces com sabor "amargo"
Porque há alturas em que nos temos de dar.
Então ontem ofereci-me sem horas para a ouvir falar. Ou para lhe ouvir o silêncio. Enquanto durasse a garrafa de vinho, quanto houvesse gelo e limão para a amarguinha, até de manhã se fosse preciso.
E à varanda, debaixo da minha manta verde, pintámos o céu da cor de outro continente, contámos sonhos e medos e deixámo-nos estar assim.
Há palavras que se guardam, outras que precisam de tempo para sair e outras que não precisam de ser ditas de todo. Até os patos compreendem.
Ontem tivemos tempo para tudo isso: para guardar, para falar e para sentir.
Hoje deixamos o tempo continuar a sua vida normal.
Então ontem ofereci-me sem horas para a ouvir falar. Ou para lhe ouvir o silêncio. Enquanto durasse a garrafa de vinho, quanto houvesse gelo e limão para a amarguinha, até de manhã se fosse preciso.
E à varanda, debaixo da minha manta verde, pintámos o céu da cor de outro continente, contámos sonhos e medos e deixámo-nos estar assim.
Há palavras que se guardam, outras que precisam de tempo para sair e outras que não precisam de ser ditas de todo. Até os patos compreendem.
Ontem tivemos tempo para tudo isso: para guardar, para falar e para sentir.
Hoje deixamos o tempo continuar a sua vida normal.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Nunca a verdade foi tão clara
"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instintos e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares - "Eternamente" in "Não te deixarei morrer David Crockett"
Miguel Sousa Tavares - "Eternamente" in "Não te deixarei morrer David Crockett"
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Primeiro dia e já começa
E eis que quando a calma se parece instalar, surge algo que nos revira por dentro e nos desorienta a alma. Estou tão habituada a tentar construir a minha própria bolha, a preocupar-me comigo própria, a encontrar o meu espaço e o meu momento, que esqueci como é olhar em volta e ler o que se passa com os amigos. Ou mesmo que os livros estejam fechados, perguntar se há histórias novas. Olá, o que se tem passado contigo ultimamente, é uma frase que deixei de utilizar. E hoje isso pesa-me no peito. Vou ali para o fundo pensar um bocadinho no quão egocêntrica e cega tenho andado e volto já para escrever um e-mail a reagir às notícias.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
E lá foram
Tão depressa cheguei como me fui embora. Tão depressa estavam ali como passaram o check in. Tão depressa distraia a mãe do Rui como abraçava o Carlos. Tão depressa sorria no meio daqueles olhares todos como me perdia a olhar para dentro a pensar que já ali estive.
Nada foi novo, excepto o aperto no peito que desta vez não foi comigo pela 2ª Circular fora. E ao lá chegar a garganta não fechou. Li por dentro de ti ontem, que estavas feliz e isso bastou-me. Hoje fui só juntar-me ao grupo para vos ver partir de mochila às costas.
Eram muitos os olhos vermelhos e os sentidos perdidos. Era muita a emoção contida. Mas de sentidos perdidos e emoção contida andei eu no último mês (no último ano?). Hoje só queria mesmo que embarcassem de coração cheio, com alegria.
Nada foi novo, excepto o aperto no peito que desta vez não foi comigo pela 2ª Circular fora. E ao lá chegar a garganta não fechou. Li por dentro de ti ontem, que estavas feliz e isso bastou-me. Hoje fui só juntar-me ao grupo para vos ver partir de mochila às costas.
Eram muitos os olhos vermelhos e os sentidos perdidos. Era muita a emoção contida. Mas de sentidos perdidos e emoção contida andei eu no último mês (no último ano?). Hoje só queria mesmo que embarcassem de coração cheio, com alegria.
Começo a habituar-me às despedidas nos aeroportos.
Qualquer dia dizem-me que tenho pancada por aviões.
Qualquer dia dizem-me que tenho pancada por aviões.
Mas ao menos nesta, estive sempre feliz e tranquila. Vai correr tudo bem e passar mais depressa do que se pensa. O que interessa é viver os sonhos e ser feliz.
Boa viagem Rui e Carlos, voltem maiores ainda.
Boa viagem Rui e Carlos, voltem maiores ainda.
Sobre as saudades falo daqui a uns meses.
Até para o ano.
Até para o ano.
Fins do dia e vidros concertados
Ontem tive um grande final de dia.
Uma conversa rápida mas sentida, enfiada no horário por meio de malabarismos vários, com a promessa de reencontro para outra mais longa. Ou não, logo se vê.
O que interessa é que nos olhámos e nos ouvimos e nos sentimos. E hoje cada um vai viver a sua vida da melhor forma que sabe, com os planos que traçou ao sabor dos sonhos.
A partir de hoje, em Lisboa e em Moçambique, pelo menos duas pessoas vivem melhor, mais leves, mais felizes, por terem a certeza que um dia, vão voltar ao momento que deixaram no meio da noite chuvosa e recomeçar. Outra conversa, outra vida, mas as mesmas pessoas.
O dia temido finalmente chegou. E veio com sol, tímido por entre a chuva que ainda não se foi embora, mas com força suficiente para nos abraçar com raios quentes, de modo a relembrar-nos que o verão há-de chegar.
Ontem adormeci feliz, como não me sentia há muito tempo.
Soube bem sentir-te.
Sabe bem ser tua amiga.
Uma conversa rápida mas sentida, enfiada no horário por meio de malabarismos vários, com a promessa de reencontro para outra mais longa. Ou não, logo se vê.
O que interessa é que nos olhámos e nos ouvimos e nos sentimos. E hoje cada um vai viver a sua vida da melhor forma que sabe, com os planos que traçou ao sabor dos sonhos.
A partir de hoje, em Lisboa e em Moçambique, pelo menos duas pessoas vivem melhor, mais leves, mais felizes, por terem a certeza que um dia, vão voltar ao momento que deixaram no meio da noite chuvosa e recomeçar. Outra conversa, outra vida, mas as mesmas pessoas.
O dia temido finalmente chegou. E veio com sol, tímido por entre a chuva que ainda não se foi embora, mas com força suficiente para nos abraçar com raios quentes, de modo a relembrar-nos que o verão há-de chegar.
Ontem adormeci feliz, como não me sentia há muito tempo.
Soube bem sentir-te.
Sabe bem ser tua amiga.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
E agora, só porque me apetece
Música do dia:
"Oh love don't let me go,
Won't you take me where the streetlights glow,
I could hear it coming,
Like a serenade of sound
Now my feet won't touch the ground"
"Oh love don't let me go,
Won't you take me where the streetlights glow,
I could hear it coming,
Like a serenade of sound
Now my feet won't touch the ground"
Adio, Adieu, Auf Wiedersehen, Goodbye
Esvaziei o coração e limpei a alma.
Materializei o que era etéreo.
Arranjei palavras para expressar o inexplicável e maneira de dizer o que não conseguia.
Escrevi para mim e para ti.
E no fim despedi-me.
E depois de tudo, ainda tive a sorte de quereres despedir-te de mim também.
Apesar do teu esforço, em boa verdade, não precisamos de dizer mais nada.
Eu já não tenho palavras guardadas, mais uma vez sabes tudo de mim. Voltei à transparência. Confessei-me.
O tempo trará a absolvição e tudo o mais que decidir trazer entretanto.
Trazer-te-á de volta um dia e havemos de nos encontrar algures, mas longe do sítio onde estamos. E aí havemos de falar sobre o que nos der na cabeça, de coração aberto, de sorriso estampado e com a alegria e a vontade que nos caracteriza.
Porque como diz o Sérgio Godinho sobre os amigos: "coisa mais preciosa no mundo não há".
Até lá trata bem de ti, dá-te aos outros e recebe com serenidade o que o mundo te der.
Eu por cá hei-de fazer o mesmo.
Até para o ano.
Materializei o que era etéreo.
Arranjei palavras para expressar o inexplicável e maneira de dizer o que não conseguia.
Escrevi para mim e para ti.
E no fim despedi-me.
E depois de tudo, ainda tive a sorte de quereres despedir-te de mim também.
Apesar do teu esforço, em boa verdade, não precisamos de dizer mais nada.
Eu já não tenho palavras guardadas, mais uma vez sabes tudo de mim. Voltei à transparência. Confessei-me.
O tempo trará a absolvição e tudo o mais que decidir trazer entretanto.
Trazer-te-á de volta um dia e havemos de nos encontrar algures, mas longe do sítio onde estamos. E aí havemos de falar sobre o que nos der na cabeça, de coração aberto, de sorriso estampado e com a alegria e a vontade que nos caracteriza.
Porque como diz o Sérgio Godinho sobre os amigos: "coisa mais preciosa no mundo não há".
Até lá trata bem de ti, dá-te aos outros e recebe com serenidade o que o mundo te der.
Eu por cá hei-de fazer o mesmo.
Até para o ano.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Eu sei que é dia de semana
Mas hoje à noite vou beber um copo ao Chapitô e levo a Tico e a Teco comigo, porque andam a lá ir tocar umas bandas porreirinhas e pode ser que consiga uns autografos. Nunca sabe quanto é que podem falar no futuro.
Cant'arte hoje às 22horas no Bartô: Daniela Quaresma na voz, Rui Florêncio na viola e Carlos Costa no baixo. Acho que já ouvi falar.
Cant'arte hoje às 22horas no Bartô: Daniela Quaresma na voz, Rui Florêncio na viola e Carlos Costa no baixo. Acho que já ouvi falar.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Elevadores
Hoje conheci um fã do Caramelo e Chocolate.
Ou melhor, eu já o conhecia, somos colegas, andamos pelos mesmos corredores, vemo-nos várias vezes, mas hoje disse-me, enquanto o elevador subia para o 4ºpiso, onde eu ia sair, "Com que então Caramelo e Chocolate...". E eu pensei, Porreiro, mais um que vai implicar com o que se escreve, do que se escreve e como se escreve.
Já ia eu para modo "liberdade-de-expressão-falo-do-que-bem-quero-e-entendo" quando sorri e me diz que passava por aqui de vez em quando, que gostava de ler. Que tinhamos piada.
Assim, só, "Vocês têm piada!".
E por momentos todas as palavras escritas neste blog fizeram as malas e partiram, e eu só consegui dizer um Obrigada muito envergonhada. De todo o discurso que eu tinha preparado, para quando fossemos nomeadas para o Nobel da Literatura Bloguística, nada me saiu, sem ser o Obrigada. E um sorriso. Baixei a cabeça, disse "Adeus, até logo!" e saí, enquanto o elevador fechou as portas e continuou a andar.
Dei por mim depois parada no meio do corredor, com cara de idiota. Depois de um dia desgraçado, de um exame perdido, do frio que me fazia doer as mãos e a promessa de uma maratona de estudo, aquele encontro no elevador levantou-me a moral.
E saí do Técnico bem mais feliz.
Começa Fevereiro hoje, com a promessa de muito trabalho e muito suor. Mas naquele momento, apenas por saber que há companhia do lado de lá deste ecrã para o qual olho agora, à coca de erros e pontuação mal colocada, senti-me melhor.
Obrigada amigo! Prometo lembrar-me de ti quando ganharmos o Nobel. Pá, até te mando um convite, boa?
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