terça-feira, 9 de junho de 2009

Zé Puinha

Olá Tomás, disse eu quando a avó me abriu a porta. Trazia-te ao colo.
Disse-me um passarinho que já tens mais 6 centímetros e que estás gorducho.
Decidi ir bater à porta para ver se era verdade. Que grande estás.
Mas sempre a dormir, não fosses tu filho de quem és.
Combinei com a mamã e com os tios ir dar uma voltinha hoje e aproveitei para te ver.
A tia anda em exames e o tempo não é muito. Já não te via há mais de um mês e já tinha saudades.
Mal entrei a avó aproveitou para te deixar comigo e ir tratar das coisas de casa. Andas a dar trabalho à família, pois claro, todos de roda de ti.
Claro que não me fiz de rogada e tiveste mais de uma hora nos meus braços, porque as dores de barriga não te fazem querer estar na caminha.
Volta e meia choramingavas mas mais umas voltinhas e uns embalanços e sossegavas. Quando a tia era da tua idade, assim pequenina como tu, o meu pai também andava comigo ao colo a trautear uma lenga lenga que parecia resultar. Era a história do Zé Puinha. Zé Puinha tinha um carro, uma casa, uma data de coisas. Quando lhe faltava a imaginação, dizia somente que tinha. Zé Puinha tinha tinha. E a tia (e a irmã da tia) adormeciam.
Hoje fiz o mesmo contigo, mas não te convenceste. Claramente és mais esperto que a tia.
Passei uma tarde sublime com a mamã e com os tios ao sol e à conversa.
Mas o ponto alto do meu dia foi sentir a tua mãozinha no meu peito e a tua cabeça no meu ombro. E consegui que o tio Dani me tirasse umas fotografias contigo ao colo, para as quais fizeste o favor de abrir os olhos. És a estrela dos tios, nunca se viu tanta animação por dois pares de olhos ensonados.
Sexta vou tentar passar lá em casa de novo. Até lá querido sobrinho.

1 comentário:

Isabel Paixão disse...

Quero ver quando forem os teus sobrinhos mesmo...

Calculo que, quando for mesmo da familia, ou os meus sobrinhos ou os teus, vai resultar que nem ginjas... Somos umas fáceis...