segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

The little things

Tive notícias dela, ainda que de forma indirecta.
Mas tudo o que ela escreveu, que eu li sob a forma de meia duzia de linhas de conversa a outra amiga nossa, entrou-me pelo corpo como quem sabe o caminho de tantas vezes cá passar, para debaixo da pele e ficou aqui um bocado a aquecer os poros frios do gelo que se faz sentir ultimamente.
E nem precisei de a ouvir pessoalmente.
Nada muda, como dizia a Ana.
Estamos juntas.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Apenas um até já.

Houve um dia duas meninas com o mesmo nome, que se encontraram na escola, eram miudas. Viveram muitas aventuras, muitos choros, muitas lágrimas. Muitas noites, muitos dias, muito café e muita bebida.
Passaram 10 anos e as meninas cresceram. Fizeram escolhas, alcançaram objectivos. E tomaram decisões. Uma, partir para a Suíça por 4 anos, à descoberta do seu futuro. A outra, à descoberta de si mesma, sem sair do lugar.
Que sejamos bem sucedidas, as duas. Cá estarei, quando voltares, para ver o quanto cresceste. Eu também estarei maior. Mas por dentro.
Um beijinho. Até já.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Metereologia

Este frio congela o cérebro.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

É isto

Amor é fazer companhia ao telefone durante uma viagem de autocarro de uma hora, sem sequer ser preciso pedir. Não ando sozinha. Mesmo que pareça, estou sempre acompanhada. E sabe tão bem saber que não se vai a lado nenhum.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

às vezes gostava de ser diferente, pensar de maneira diferente, falar de maneira diferente. Pois sinto que como sou já não chega para ti. Para ti. Para todos. E era tudo muito mais fácil sendo diferente. Doía menos.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ano novo, vida nova

O que fazer quando se chega a um ponto em que não se consegue mais andar para a frente? Aquele ponto de não-retorno?
Quando tudo na nossa cabeça se amontoa, em locais onde não se deve amontoar nada, onde deveria estar tudo muito direitinho. Quando até respirar se torna uma tarefa árdua, e dormir o dia inteiro na nossa cama, onde nos sentimos bem e confortáveis, é uma tentação. E se vê as horas, os dias e os anos passar por nós sem nos tocar.
Quando se vai numa direcção que não se quer, a ser uma pessoa que não se gosta, e a pensar em coisas que não se deve. Quando se sente um bloqueio naquilo que que se quer um dia ser, uma montanha enorme para escalar e chegar aonde se quer ir. Quando se navega num deserto emocional há uns anos, a fugir ao carácter social da vida para nos perdermos em locais que são confortáveis, por medo, ou por conforto, ou porque nos esquecemos do que é arriscar sair da nossa concha e experimentar o mundo, com tudo o que ele tem para dar. Quando se dá tudo o que se tem a um ideal, a um objectivo, e não resta nada para nós. E para quem gosta de nós.

O que fazer? Como sair deste ciclo? Como fazer para nos mantermos fiéis ao compromisso que é assumido, sem nos perdermos no processo? Como é que se conjuga tudo? Como é que se é feliz, quando a vida nos é sugada por um ideal que, se calhar, é areia a mais para a nossa camioneta?

Os nossos pais pensam sempre que nós somos as pessoas mais dotadas do mundo. As mais inteligentes. Que vamos ser todos milionários e extremamente bem sucedidos no que quer que escolhamos fazer. Os nossos amores pensam que somos fantásticos, as melhores pessoas do mundo, e que tudo o que sai da nossa boca é digno do Nobel. Os nossos amigos pensam que trabalhamos imenso, coitados de nós, mas continua que um dia, vais ver, vais chegar ao fim. Então porque é que nós, quando nos olhamos ao espelho, nos sentimos estúpidos, idiotas, burros, inferiores? Como é que voltamos a estar em controlo de nós próprios? Como é que voltamos a ter a vida que nos (que nos é) sugada aos bocadinhos, como que por uma palhinha, deixando apenas um resto, um embrulho, daquilo que éramos antes? Como é que começamos de novo?

Onde é que deixámos de ter controlo? Como é que isso aconteceu? Quando é que a nossa auto-estima nos saiu das mãos? E por obra de quem?

Como corresponder a quem gosta de nós, se o que somos é apenas o que resta do que fomos um dia? Será que cá dentro ainda somos nós? E se nos encontrarmos, um dia, como fazemos para não nos perdermos de novo?

Não sei a resposta a nenhuma destas perguntas. Mas a minha resolução de ano novo, é descobri-las.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Estados evolutivos

"Já domino os sentidos, cada um individualmente.
A imagem já não me impressiona, o som também já não me deita abaixo.
Hoje arrisquei o cheiro e tudo não passou de uma lembrança.
Já domino os sentido individualmente."
Ficou por momentos sem ar quando juntou a imagem ao cheiro, mas admito que possa ter sido da gripe. Ou do perfume ser muito bom.

Porque Moçambique não é assim tão longe

"Se cuidas de mim eu…
eu cuido de ti também
Dentro da minha mão
eu guardo-te bem
Se amarmos do principio
se perdermos tudo outra vez
vou marcar-te bem
como um sonho vão
dentro da minha mão


Se cuidas de mim
eu cuido de ti também
Se vens em paz
eu venho por bem
Se formos bebendo o chão deste caminho
vou guardar-te bem
agora que sei
que não vou sozinho.


por isso vem…
Há uma praia depois sombra
uma clareira para iluminar
Há um abrigo no meio das ondas
tudo é caminho para iluminar
Por isso vem."


Para a Filipa Mesquita

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Notícias de um outro Carlos

O escultor da vida

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia-noite.

É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.

Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição.

Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.

Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.

Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido.

Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho.

Posso sentir tédio com as tarefas da casa ou agradecer a Deus por ter um teto para morar.

Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.

Se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.

O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.

E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.

Tudo depende só de mim.”

Charles Chaplin

Saudades do Carlos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Tempos verbais

"Já não és o que podias ter sido, mas somente o que foste.
E mesmo isso um dia vais deixar de ser."
E é assim, mais nada, amanhã é outro dia.