quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O meu Pai tem sempre razão (principalmente quando está de chuva)

Hoje tive finalmente a minha entrevista. Antes fui almoçar com a minha Madrinha, para dar um pouco mais de realismo à coisa: almoço com trabalhadora, welcome to the real world, e também para pôr a conversa em dia.
Depois do maravilhoso almoço, preparava-me eu para caminhar em todo o meu esplendor, leia-se de fato completo e sapatinho de salto alto, cai a maior carga de água da história das entrevistas de trabalho. Era triste de se ver, tanto talento, uma autêntica promessa no mundo do Direito, a pingar de água por todos os lados na alcatifa do escritório.
Bonito, Sofia. Damage control! "Desculpe, pode-me indicar onde fica a casa de banho?" Ponto da situação: cabelo colado à cara (ainda bem que pela décima vez na tua vida, decidiste secar o cabelo depois do banho, para ficar decente!), caracois descontrolados, calças coladas às pernas a pingar, água dentro dos sapatos.
Na sala de espera, "a Dra, está um pouco atrasada", espero que esteja o suficiente para as minhas calças secarem.
Lá entrei. Falei bem. Exibi-me, esclareci, fui humilde, mas estive segura. Isto das entrevistas até é giro pensei. Até que de repente diz-me a Dra. que tenho de escrever uma pequena composição em inglês sobre o "actualmente económico", visto que a sociedade é de índole empresarial, para poderem ver os meus conhecimentos do mundo e testar o inglês.
Pardon me?? Fiz-me de todas as cores. Economia? Porque não um caso prático de Dip ou Executivo? Era capaz de me safar melhor. Ou até mesmo de Fiscal! Faço-lhe já o IRS e nem preciso de código. Se pagar a mais, devolvem-lhe. Eu cá sou de Direito e de Economia só conheço a Nova e foi porque lá fui uma vez.
"Com certeza, ora essa!" Venha de lá a Economia e o Mundo, o Desemprego e a falência dos bancos Americanos. É preciso recuperar a confiança dos investidores, o que quer que isso seja.
Valeu-me alguns conceitos assimilados nas aulas de história aquando da cise de 1929. No final, uma apreciação: uma criança de 12 anos teria feito melhor.
Oh well, there's more fish in the sea. Que é como quem diz, hei-de ser chamada para mais entrevistas, em sitios mais fashions ainda e que trabalhem com Direito Civil (com Direito de todo já era uma boa!). Mas a lição fica aprendida. Há sempre uma moral nestas histórias. Arranjar boleia até à porta do escritório da próxima vez e trocar umas vezes o Diário de Noticias pelo Diário Economico. "Não faz mal nenhum ganhar estes conhecimentos". Sim Pai.

4 comentários:

code disse...

eheh

tens jeito para contadora de histórias. muito bem.

gostei da atitude positiva, Dra. :)

abraço,
André.

Pipoca disse...

Nao percebi uma coisa: essa apreciacao de que uma crianca de 12 anos teria feito melhor foram eles que fizeram?!?!

Nao devo ter percebido bem certamente...

Sofia Paixão disse...

Claro que não Pipoca, eles nem estavam na sala quando eu estava a escrever. lol fui eu que achei que o meu texto tava escrito como se de uma criança (que claramente não percebe nada de economia) se tratasse. =P

Anónimo disse...

uff!
estava a ver :P