Quando começei a sair à noite tinha 16 anos.
Ok, tinha mesmo mesmo quase 16. Lembro-me perfeitamente. Fui à Expo, uma amiga minha fazia nesse dia 17. Faltavam-me 22 dias para os meus anos. Para os meus tão aguardados 16. Lembro-me que bebi água nessa noite, que dançei até me doerem os pés, que me deram 21anos à entrada do bar, o que só prova que o segurança devia estar mais bêbado do que a malta que lá estava dentro, pois eu faço 21 anos este ano e tenho cara de quem fez 15 ontem. Adiante.
Lembro-me que a minha mãe não me deixou sair antes, pois primeiro, não tinha idade para estar num estabelecimento de diversão nocturna, e se aparecesse a polícia podia haver problemas. Segundo, porque era muito nova para beber. E ir sair à noite sem beber, era idiota. Não que não pudesse ir sem beber, mas ao menos se quisesse fazê-lo, não havia problemas. E não foi isso que me diverti menos, ou que perdi grande coisa.
A minha primeira grande bebedeira? Sinceramente não me lembro. Houve várias boas. E quando eu digo boas, falo em bebedeiras que não estragam a noite aos outros. Nunca estive naquele estado lastimoso que os jovens hoje acham giro, o look esparralhados no chão a vomitar as tripas, com olhos revirados, mais para lá que para cá. Deprimente. Não sabem divertir-se, estragam a noite aos outros, bebem demais para a idade que têm. Há pessoas que não deviam beber. Há miúdos que deviam levar uns bons pares de estalos dos paizinhos. Tirarem-lhes o telemóvel, o mp3, a consola, a mesada, o couro e o escalpe se não der para mais!.
Porque a vida é mais preciosa que umas quantas saidas à noite. Porque são regalias, é divertimento, é extra, é bónus, e devem ser levadas com responsabilidade, maturidade e confiança. Porque ir sair é perigoso, em muitos sentidos. Porque os pais temem o que possa acontecer. Porque é a primeira vez que os filhos saem de debaixo da asa deles e voam sozinhos. E muitos desses voos têm destino directo ao chão... ou em alguns casos a lavagem ao estomago.
E se pensam que a(o)s raparigas/rapazes acham muito sexy estarem ali de copo na mão, ar imprtante, aparentando terem mais idade do que têm, lembrem-se que nada disso conta, quando abrem a goela, não para cantarem no karaoke, mas para mandarem fora o franguinho assado com batatinha frita que comeram ao jantar! Eu pelo menos não me sinto atraída, mas pronto, talvez sejam manias minhas.
Gosto de sair. Bebo porque gosto, não porque é giro ou porque preciso de provar alguma coisa. Bebo normalmente pouco, porque a mesada não estica e porque o objectivo é apenas divertir-me. Bebo maioritariamente cerveja, que não é de todo sexy, num copinho de plástico ranhoso. Bebo poucas vezes porque gosto de ter o carro para me ir embora quando quero.
Para a malta que diz que não se consegue divertir se não beber, só tenho uma coisa a dizer. Quando tiverem 18 aninhos e a carta de condução, e gostarem de se sentirem livres para irem para todo o lado com o pópó, vão aprender que o álcool não é tudo, e que por vezes as melhores noites nem são aquelas em que houve bar aberto, mas aquelas em que reuniste os amigos de sempre, no sítio de sempre, para dois dedos de conversa e uma garrafinha de água das pedras, até o nascer do dia.