terça-feira, 3 de maio de 2011

Miopia emocional

Tudo o que se vive, não se esquece. Se assim fosse, não poderiamos aprender com os erros e com as conquistas, porque tinham sido simplesmente esquecidos. O que acontece é que eles ficam guardados, num local em nós, onde acedemos (ou não) quando precisamos. Daí vem a nossa força, a nossa paz. Todos somos diferentes do que fomos antes. Todos tivemos amores e desilusões antes. Esquecemo-nos delas? Não, guardamos em nós. E com eles construímos o que somos hoje. Com os amores e as desilusões de hoje. Que são (devem ser) diferentes das anteriores. Para mim são. Hoje tenho algo que não tinha antes... sim, também tenho o Técnico, mas agora ele não entra na minha equação!; tenho um Tudo que é diferente, tenho um Tanto que não é comparável. Que é maior e melhor do que algum dia foi. Porque eu própria ou maior e melhor do fui. Tenho mais do que tive, tenho melhor. E se por vezes, eu aceder ao tudo e ao tanto que tive antes, isso não faz com que o Tudo e o Tanto que tenho hoje sejam menores. Ou que esteja a preferir o passado ao presente e ao futuro. Significa apenas que faz tudo parte da construção que sou eu. Que acedo aos meus lugares, por vezes porque quero, outras vezes porque calhou. E aceder a eles causa um desconforto enorme, porque são locais onde não me sinto bem, com recordações más. Locais de gritos e de choros, de palavras (mal!) trocadas e de sentimentos de culpa e vazio. É isso que tenho hoje? Não. Prefiro isso ao que tenho hoje? Claro que não. Vou algum dia voltar para trás? Nunca. Vou sempre andar para a frente. E se puder, levo o Tudo e o Tanto que tenho hoje, comigo. Porque foi isso que eu escolhi, é isso que eu escolho todos os dias. Por isso não é preciso ter medo do passado. Há que guardá-lo e analisá-lo de vez em quando, e tentar fazer as pazes com ele, com o que sentimos por ele. E há que construir o futuro com que temos agora, com que sentimos agora. Com o que nos faz bem e felizes. Não sinto nada pelo passado que se compare com o que sinto pelo Presente. Presente esse que vai ajudar-me a construír o meu futuro. Seja lá ele qual for, é para lá que caminho. E mesmo sabendo que quer o passado quer o Presente vão comigo, só um deles caminha ao meu lado.


Porque prefiro lugares e emoções com letras bem grandes, maiúsculas, como tu, para poder sempre ver, mesmo nos meus momentos de miopia emocional.

6 comentários:

João Duarte Ruivo disse...

Lamento que uma simples conversa banal no MSN te tenha afectado tanto. Acredita que não era esse o meu objectivo, bem longe disso. Infelizmente parece que o passado ainda está bem presente, como ilustram os dois textos que colocaste no teu blog. Dás demasiada importância ao que não devias. Mas isso não sou eu que te tenho que dizer. Se precisares de algum tipo de ajuda procura-a. Se for necessário apresenta-me a factura do teu psicoterapeuta no final.

P.S.: Estou bem identificado. Sim, sou eu! ;)

Isabel Paixão disse...

Ena, tenho um leitor que desconhecia que tinha. Bons olhos o vejam.
Está descansado que todas as facturas terapêuticas irão directamente ao cuidado do Instituto Superior Técnico, esse é que é um problema grande... pode não pagar as facturas mas pode ser que tenha um desconto na propina por danos morais causados =p Quanto ao passado, ele existe, logo está sempre comigo. Como o teu está contigo. O truque é fazer as pazes com ele. Eu fiz. Mas se queres comentar posts que dizem de facto respeito ao passado, experimenta procurar no ano de 2006.. há pérolas da literatura escritas por mim, de cortar os pulsos... um horror. Pode ser uma boa leitura. E quanto a dar a importância ao que não devo, só eu decido o que merece ou não importância. E já sabes que eu sou um bicho muito estranho, com umas escolhas muito esquisitas... isso não há ajuda terapêutica que cure.

João Duarte Ruivo disse...

A publicidade é uma coisa fantástica e a internet um mundo pequeno! ;) Eis a minha explicação para saber do teu blog! Satisfeita? Acho muito bem que capitalizes de forma tão exuberante o amor que sentes pelo teu namorado! A sério que sim, mas daí a escreveres um texto no teu blog como o anterior quando sabes que o que escreveste não corresponde nem de perto nem de longe ao que se falou é um bocado abusivo. Até porque se te sentiste inferiorizada eu não fiz nada para isso. Perguntei-te como estavas, disse que estava arrependido de te ter influenciado a inscrever no Técnico e contei-te o que ando a fazer da vida. Bem... Desejo-te um excelente futuro! E não te vitimizes nem menosprezes! Não precisas disso! Força aí! =D

Isabel Paixão disse...

Repito que não me influenciaste em nada em relação ao Técnico, simplesmente foste comigo inscrever para a 2ªfase de candidaturas, já te disse isso várias vezes. Sempre a bater no ceguinho, homem, deixa lá isso! =) O Técnico esteve sempre lá, muito antes até de te conhecer. Agora sou eu que digo para não dares tanta importância ao que não tem assim tanta. Ou achas que se tivesse sido apenas influenciada, se não quisesse mesmo aquilo, já não me tinha ido embora de lá? Sou um bocado burra, mas não sou idiota. Infelizmente a única pessoa a culpar sou eu mesma, quero ser engenheira, não há nada a fazer. Se o texto anterior foi abusivo, não acho. Escrevi o que senti. Se tive razões para me sentir assim, pois se calhar não tive mas não posso fazer nada contra isso, foi o que senti. E nós não controlamos o que sentimos, por vezes, não é? Se te sentiste mal, não foi minha intenção quando escrevi, pois nem esperava que lesses. Quanto a me menosprezar e fazer-me de vitima, felizmente esse tempo acabou. Pertence ao passado. Porque é como dizes, não preciso disso. A vida é tão melhor assim.

Anónimo disse...

Já te disse e volto a dizer que se tens alguma coisa recalcada e precisares de falar não precisas de o fazer por aqui. Já somos crescidinhos! ;) Resto de boa semana!

Isabel Paixão disse...

Agora sim, não podiamos estar mais de acordo =) Boa semana!